Bolsas europeias em baixa. Siemens Healthineers cai 6%, H&M dispara 9%
Juros da dívida europeia entre avanços e recuos
Dólar segue estável com "traders" de olho nos dados económicos e na trajetória das taxas nos EUA
Investidores aguardam dados dos EUA enquanto ouro segue perto de pico histórico
Petróleo em queda a corrigir de máximos de ontem, reinício do fornecimento curso pesa
"Rally" mundial à boleia da IA abranda. Ásia com ganhos modestos
Bolsas europeias em baixa pressionadas por industriais e saúde
As principais bolsas europeias recuam esta quinta-feira, penalizadas pelas quedas nos setores da saúde e da indústria, enquanto os investidores aguardam novos dados económicos dos EUA e declarações de vários responsáveis da Reserva Federal.
A esta hora, o índice de referência europeu Stoxx 600 cai 0,26% para 552,45 pontos. O setor da saúde desliza 1,1%, com destaque para a queda de 6% da Siemens Healthineers após a abertura de uma investigação nos EUA às importações de equipamentos médicos e maquinaria industrial. Também a britânica Smith+Nephew recua 1,1%.
Entre os principais mercados, o DAX de Frankfurt recua 0,30% para 23.595,38 pontos, o CAC-40 de Paris perde 0,30% para 7.804,28 pontos e Londres cede 0,13% para 9.238,21 pontos. Em Milão, o FTSE baixa 0,22% para 42.330,93 pontos, enquanto o IBEX 35 de Madrid recua 0,30% para 15.149,60 pontos.
Em sentido contrário, Lisboa avança, com o PSI 20 a ganhar 0,33% para 7.940,71 pontos, acompanhada pela bolsa de Amesterdão que sobe 0,25% para 937,76 pontos.
Entre os setores, a pressão vem sobretudo das indústrias (-0,35%), químicas (-0,37%) e banca (-0,45%), com os recursos básicos (+0,82%), o setor automóvel (+0,42%) e tecnológico (+0,30%) a dar algum suporte. No setor do retalho (+0,90%), a sueca H&M dispara 9,4% após apresentar lucros trimestrais acima das expectativas, de acordo com a Reuters.
Juros da dívida europeia entre avanços e recuos
Os juros das dívidas soberanas europeias registam movimentos mistos esta quinta-feira, com recuos nas principais economias da Zona Euro, enquanto Itália e Reino Unido estão em terreno ligeiramente positivo.
Na Alemanha, as “bunds” a dez anos, referência para a região, descem 0,7 pontos-base para 2,739%, enquanto a dívida francesa recua 0,3 pontos para 3,564%.
Em Portugal, a “yield” das obrigações a dez anos recua 0,3 pontos-base para 3,144%. Também em Espanha, os juros cedem 0,4 pontos, para 3,294%, num contexto no qual o atual primeiro-ministro, Pedro Sanchez, confirmou que vai ser novamente candidato às eleições de 2027.
Em contraciclo, os juros italianos sobem 0,1 pontos-base para 3,563%. Fora da Zona Euro, as “gilts” britânicas avançam 1,1 pontos, para 4,678%.
Dólar segue estável com "traders" de olho nos dados económicos e na trajetória das taxas nos EUA
A divisa norte-americana segue praticamente estável na quinta-feira, com os operadores a ponderarem a perspetiva de um ciclo moderado de flexibilização por parte Reserva Federal, após um tom cauteloso dado pelos decisores políticos, enquanto aguardam dados económicos que possam delinear o impacto das tarifas e as perspetivas para as taxas de juro.
O índice do dólar – que mede a força da moeda dos Estados Unidos face às principais rivais – desce uns muito ligeiros 0,06% para 97,810 pontos.
Os operadores precificaram cortes de taxas de 43 pontos-base nas duas reuniões de política monetária que restam este ano, embora comentários de autoridades, incluindo o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, indiquem que as mexidas estão muito dependentes dos próximos dados económicos.
O índice está prestes a registar um ganho no mês, embora o dólar tenha ficado em desvantagem durante grande parte do ano em relação às principais moedas e tenha caído quase 10% em 2025.
A esta hora o dólar cai 0,07% para os 148,8 ienes, enquanto a moeda europeia, o euro, desliza 0,02% para 1,1736 dólares. Por sua vez, a libra esterlina recua 0,05% para 1,3440 dólares.
Investidores aguardam dados dos EUA enquanto ouro segue perto de pico histórico
O ouro continua em alta esta quinta-feira, mantendo-se próximo do recorde histórico alcançado no início da semana, enquanto os investidores aguardam novos dados económicos nos Estados Unidos e sinais mais claros sobre o rumo da política monetária da Reserva Federal.
O ouro sobe 0,22% para 3.744,21 dólares por onça, com a prata a avançar 0,23% para 44,30 dólares e a platina a ganhar 0,33%, para 1.480,36 dólares.
O movimento segue-se a uma queda na quarta-feira, depois de números mostrarem que as vendas de novas casas nos EUA subiram em agosto ao ritmo mais rápido desde o início de 2022, atenuando receios de abrandamento económico.
Do lado político-monetário, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, expressou descontentamento por Jerome Powell ainda não ter definido uma agenda clara para os cortes de juros. O presidente da Fed reiterou, no entanto, a necessidade de cautela devido aos riscos de inflação e sinais de enfraquecimento do mercado laboral. “Uma inflação mais branda poderia reforçar o argumento para cortes, apoiando o ouro, com os mercados a descontarem duas reduções este ano”, destacou Kaynat Chainwala, analista da Kotak Securities, em nota citada pela Bloomberg.
Os investidores aguardam agora os dados semanais de pedidos de subsídio de desemprego nos EUA e, sobretudo, o índice de preços de despesas de consumo (PCE), previsto para sexta-feira, que deverá mostrar uma subida mensal de 0,3% em agosto e 2,7% em termos anuais, segundo uma sondagem da Reuters.
Petróleo em queda a corrigir de máximos de ontem, reinício do fornecimento curso pesa
Os preços do petróleo negoceiam em baixa esta quinta-feira, a corrigir de máximos de sete semanas registados na sessão anterior, com os investidores a retirarem dinheiro do mercado, antecipando a desaceleração da procura no inverno e devido ao reinício do fornecimento curdo. A esta hora, o barril de Brent, a referência europeia, desce 0,27% para 69,12 dólares, enquanto o West Texas Intermediate (WTI), a referência dos Estados Unidos, recua 0,34% para 64,77 dólares por barril.
Ambos os índices subiram 2,5% na quarta-feira, atingindo o seu nível mais alto desde 1 de agosto, impulsionados por uma queda surpreendente nos 'stocks' semanais de petróleo bruto dos EUA e pelas preocupações de que os ataques da Ucrânia à infraestrutura energética da Rússia possam interromper o abastecimento.
"Esperamos que haja uma tomada de lucros nos níveis atuais e que os preços do petróleo recuem lentamente a partir de agora, à medida que entramos na temporada de menor procura do inverno", disse Suvro Sarkar, líder da equipa do setor de energia do DBS Bank, à Reuters.
As expectativas pessimistas sobre os fundamentos da oferta, com mais petróleo previsto em breve do Iraque e do Curdistão também pressionam os preços.
"O regresso dos fornecimentos curdos reacende os receios de um excesso de oferta, impulsionando uma retração nos preços que oscilam perto de uma alta de sete semanas", disse Priyanka Sachdeva, analista de mercado sénior da Phillip Nova.
Esperava-se que o fluxo de petróleo do Curdistão iraquiano fosse retomado em poucos dias, após oito empresas petrolíferas terem chegado a um acordo na quarta-feira com o governo federal iraquiano e o governo regional curdo para retomar as exportações.
"Rally" mundial à boleia da IA abranda. Ásia com ganhos modestos
As praças asiáticas negoceiam com valorizações modestas face à sessão anterior, numa altura em que o ânimo dos investidores com as avultadas apostas das empresas na inteligência artificial (IA) parece ter abrandado. O mercado procura novos catalisadores.
Esta quinta-feira, no Japão, o Topix ganha 0,4% e o Nikkei 225 soma 0,24%. Na China, o Shangai Composite sobe apenas 0,1%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, aumenta 0,13%. Já o sul-coreano Kospi perde 0,22%.
Os sinais de "fadiga" na recuperação das bolsas mundiais causaram mesmo dois dias de quedas consecutivas em Wall Street. Já na Ásia, o mercado continua otimista em relação ao gigante chinês Alibaba, que sobe quase 7%, depois de ter anunciado que vai aumentar os investimentos em IA para fazer face aos rivais norte-americanos, sobretudo a Nvidia, que tem também assinado mais contratos com empresas do setor.
Aliás, um índice que agrega as ações de tecnologia chinesas está em alta pela oitava semana consecutiva, a maior sequência de vitórias já registada no otimismo da IA.
“O tema da tecnologia e da IA continua a impulsionar os mercados regionais, com os gigantes tecnológicos da China novamente a liderarem os ganhos. Os investidores podem estar a ver maior potencial de crescimento, uma vez que os planos de investimento acelerados do Alibaba mostram que o desenvolvimento da IA na China ainda se encontra numa fase relativamente inicial em comparação com os EUA", afirmou Marvin Chen, analista da Bloomberg Intelligence.
Esta recuperação enfrenta agora um teste, com os dados de despesas de consumo pessoal dos EUA, divulgado esta sexta-feira. Os investidores vão procurar mais pistas sobre como os dados da inflação podem moldar o caminho das taxas de juros.
"A tendência de fortes ganhos ainda não acabou", disse Craig Johnson, da Piper Sandler, à Bloomberg. "No entanto, o perfil de risco-recompensa a curto prazo está a tornar-se mais comprimido, à medida que as ações sobem e o impulso subjacente enfraquece", acrescentou.
Na Europa, a sessão deverá arrancar no vermelho, com os futuros do Euro Stoxx 50 a recuarem 0,13%.
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