Os principais desenvolvimentos de terça-feira, ao minuto

Acompanhe aqui os principais desenvolvimentos desta terça-feira ligados à guerra na Ucrânia e as reações dos mercados.
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Cátia Rocha e Marta Velho e Pedro Curvelo e Leonor Mateus Ferreira e Carla Pedro 09 de Março de 2022 às 00:13
Últimos eventos
Futuros da Europa apontam para abertura em terreno negativo, a seguir os passos da Ásia

Os futuros das principais bolsas europeias estão a antecipar um arranque de sessão em terreno negativo, a seguir a tendência das bolsas asiáticas, por esta altura já encerradas. 

Os futuros do Stoxx 50 apresentam uma desvalorização de 2,445%. A subida expressiva dos preços das commodities está a pesar no sentimento dos investidores, que receiam que este cenário possa pesar ainda mais na inflação e travar o crescimento económico. 

A subida mais expressiva tem sido a do petróleo - que por volta das 7 horas de Lisboa já somava ganhos acima de 3%, com o Brent a rondar os 127 dólares por barril - mas os metais também ganham expressão. O níquel, por exemplo, bateu um novo recorde, ao chegar aos 100 mil dólares. 

Na Ásia, os principais índices fecharam no vermelho. No Japão, tanto o Nikkei como o Topix tombaram, nesta caso 1,71% e 1,9%, respetivamente. Na Coreia do Sul, o Kospi desvalorizou 1,09% e em Hong Kong o índice Hang Seng caiu 1,43%. Em Xangai, na China, o índice de referência registou a descida mais expressiva, de 2,35%. 

Rússia ameaça parar fornecimento de gás natural à Europa

O principal oficial ligado à energia russa está a adicionar uma nova camada de tensão ao conflito que opõe a Rússia à Ucrânia. Esta terça-feira, Moscovo ameaçou cortar o fornecimento de gás natural à Europa através do gasoduto Nord Stream 1. 

A União Europeia já demonstrou que quer limitar a dependência que tem de gás natural russo, mas estes planos ainda estão numa fase inicial. Ao mesmo tempo, os preços do gás natural continuam a escalar. 

De acordo com a Bloomberg, este tema do gás natural poderá ser um entrave nas negociações de um potencial cessar-fogo.

LME suspende negociação do níquel após disparo de preço sem precedentes

Depois de o preço da tonelada de níquel ter disparado até aos 100 mil dólares, registando a maior subida a que a London Metal Exchange (LME) já assistiu, a negociação deste metal está suspensa. 

O anúncio da suspensão foi feito esta terça-feira e deverá vigorar até ao final do dia. 

Ao longo dos últimos dois dias o níquel soma ganhos de quase 250%.

Este metal, que é utilizado no aço inoxidável e também nas baterias para carros elétricos, chegou a registar ganhos de quase 111% para 101.365 dólares por tonelada esta madrugada. Na sessão anterior, valorizou perto de 66%. 

Preços do gás voltam a disparar durante a madrugada

O rali do gás continua sem dar tréguas e cada novo constrangimento, no setor energético, relacionado com a invasão da Ucrânia, faz disparar o preço da matéria-prima.

Esta madrugada, os futuros do gás avançaram 32%, depois do preço ontem já ter escalado 79%, numa volatilidade nunca antes vista neste mercado, na Europa.

Pelas 07:00, em Lisboa, os valores avançavam 18%, para 270 euros por MWh, em Amesterdão, mercado de referência.

O novo disparo surgiu depois da Rússia ter ameaçado cortar o fornecimento de gás à Europa, apesar da empresa Gazprom já ter vindo afirmar esta manhã que o abastecimento continua a ser feito com normalidade.

A Rússia é o maior fornecedor de gás do bloco europeu, tendo enviado através do gasoduto Nordstream, que atravessa a Ucrânia, 59 mil milhões de metros cúbicos de gás, o que representa 40% do consumo da Europa.

 

Euro de regresso aos ganhos face ao dólar, mas ainda em mínimos de maio de 2020

O euro está a valorizar face ao dólar esta manhã, depois de registar perdas ao longo das seis últimas sessões. Nesta altura, a moeda única está a avançar 0,42% face ao dólar, para 1,0900 dólares. 

Apesar de estar em terreno positivo, o euro mantém-se próximo de mínimos de 2020, mais concretamente de maio.

Já a libra esterlina mantém-se em terreno negativo, a registar a quarta sessão a desvalorizar. A libra cai 0,07% face ao dólar norte-americano, para 1,3095 dólares, próxima de valores de novembro de 2020. 

O dólar norte-americano está desvalorizar 0,36% perante um cabaz composto por divisas rivais. 

Ouro acima dos 2 mil dólares por onça e a registar a quarta sessão de ganhos

A onça de ouro está a registar ganhos de 0,48% e a cotar nos 2.007,71 dólares. Esta é já a quarta sessão consecutiva em que este metal está a valorizar. 

Ainda assim, o ouro já esteve a registar ganhos mais expressivos esta manhã, acima de 1%, e a onça negociou nos 2.020 dólares, a aproximar-se de um máximo de 18 meses.

As preocupações ligadas ao conflito na Ucrânia e o aumento da incerteza está a fazer mexer significativamente a procura pelo ouro, visto como um ativo-refúgio. Até este ponto do mês, o ouro soma já ganhos de mais de 5% e de 10% até esta altura do ano. 

"A demasiada incerteza nos preços das commodities e nas perspetivas de crescimento económico deverá manter os preços do ouro suportados até um momento em que os investidores se tornem mais otimistas de que as negociações sobre o fim da guerra estão mais próximas", diz Edward Moya, analista sénior da Oanda Corp.

Juros das dívidas soberanas europeias a agravar, à exceção de Itália

Os juros da dívida a dez anos de diversos países europeus está a subir, num dia em que os investidores voltaram a demonstrar algum apetite por risco. 

As bunds alemãs a dez anos, vistas como a referência para o bloco europeu, estão a avançar 7 pontos base, para uma taxa de 0,048%. 

Já em Itália, os juros com a mesma maturidade estão a aliviar 2,9 pontos base para uma taxa de 1,562%. 

Na Península Ibérica, os juros de Portugal a dez anos avançam ligeiramente (0,1 pontos base) para uma taxa de 0,866%. Já em Espanha, os juros com a mesma maturidade estão a avançar 1 ponto base para 1,011%. 

Petróleo mantém-se com ganhos. Brent aproxima-se dos 127 dólares

O petróleo continua a registar ganhos na manhã desta terça-feira, com tanto o WTI como o Brent a registar ganhos acima de 2%. 

A subida do petróleo está também a ser amparada pelo anúncio de que os Estados Unidos pretendem avançar com restrições às importações de petróleo russo. Deste lado do Atlântico, a União Europeia estará a demonstrar alguma divisão sobre se poderão seguir uma ação semelhante ou não. A TotalEnergies, por exemplo, anunciou que os seus traders não irão comprar mais crude com origem na Rússia. 

O West Texas Intermediate (WTI) avançava 2,21%, com o barril a cotar nos 122,04 dólares. 

Já o Brent do Mar do Norte, que serve de referência ao mercado português, regista ganhos de 2,74%, com o barril a negociar nos 126,58 dólares. 

Na sessão anterior, o Brent bateu um máximo de 14 anos, negociando em valores de 2008.

Maioria das bolsas europeias a registar ganhos. Banca e utilities lideram ganhos, com subidas acima de 3%

A maioria das bolsas europeias está a registar ganhos nesta altura da sessão, a recuperar das quedas que pautaram o arranque de sessão em diversas praças. 

O Stoxx 600 está a somar 1,23%, eliminando as quedas do arranque de sessão. A manter-se em terreno positivo, o índice pan-europeu está a caminhar para a primeira sessão "a verde" no espaço de quatro dias.

A subida das bolsas europeias está a ser amparada por uma notícia avançada pela Bloomberg, que dá conta de que a União Europeia estará a considerar a emissão de obrigações para financiar os gastos com a energia e defesa do bloco, neste contexto da invasão à Ucrânia. 

A maioria dos setores está a negociar com ganhos, à exceção do setor dos media, que cai 1,16% e do setor dos recursos básicos, que desvaloriza 1,03%. Em sentido contrário, o setor da banca lidera os ganhos, a avançar 3,57%, enquanto o setor da utilities soma 3,4%. Nota ainda para as subidas do setor do retalho (2,29%) e automóvel (2,15%). 

O PSI-20 soma 2,28%, enquanto em Espanha o IBEX regista a subida mais expressiva entre as praças da Europa, ao valorizar 3,51%. O alemão DAX avança 1,51%, o francês CAC 40 1,52% e o inglês FTSE 0,45%. Já Amesterdão escapa a esta tendência e recua 0,63%. Em Milão, o índice de referência está a avançar 3,24%.

Banco Mundial aprova ajuda de mais de 700 milhões de dólares à Ucrânia

O Banco Mundial aprovou um pacto de ajudas à Ucrânia no valor de 723 milhões de dólares (661,62 milhões de euros, à taxa de conversão atual).

O montante é para dispensar de forma urgente, de maneira a "ajudar o governo a providenciar serviços críticos aos cidadãos ucrânianos, como salários a trabalhadores dos hospitais, pensões aos mais velhos e programas de ajuda social para os vulneráveis", indica um comunicado da organização citado pela Bloomberg.

Ucranianos deixam Sumy através de corredor humanitário

Depois de várias tentativas falhadas, um corredor humanitário acordado com a Rússia, na cidade ucraniana de Sumy, parece estar finalmente em funcionamento.

O autarca da cidade indicou que estão a sair autocarros com gente e que a prioridade estava a ser dada às pessoas com deficiência, mulheres e criaças orfãs.

"Acordámos que o primeiro autocarro sairia às 08h00 (hora de Lisboa) da cidade de Sumy. Atrás seguiriam pessoas nas suas viaturas pessoais", indicou numa declaração televisiva, a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk.

China quer coordenar-se com a Europa na resposta à crise da Ucrânia

O presidente chinês, Xi Jinping, afirmou esta terça-feira, numa conversa vídeo com o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, que a China está disponível para alinhar esforços com a Europa, em relação ao conflito armado a acontecer na Ucrânia.

Citado pela televisão estatal chinesa, Xi Jinping frisou a importância de se impedir uma crise humanitária de larga escala, apelando à contenção. O lider chinês disse ainda que as sanções à Rússia irão afetar a economia global, a energia, os transportes e a estabilidade das cadeias de fornecimento.

Shell anuncia que vai deixar de comprar petróleo e gás russos

A petrolífera Shell anunciou que vai dar início a um ‘phase out’ das compras de petróleo e gás russos, sendo que irá parar imediatamente os negócios de crude no mercado de curto prazo. 

A Shell diz estar "consciente de que a nossa decisão de comprar petróleo russo na semana passada" foi errada, diz a empresa, referindo-se à compra de petróleo russo com um desconto recorde.

"As nossas ações até à data têm sido guiadas por discussões contínuas com os governos sobre a necessidade de desembaraçar a sociedade dos fluxos de energia russa", indica o comunicado da Shell. 

"As nossas ações até à data têm sido guiadas por discussões contínuas com os governos sobre a necessidade de desembaraçar a sociedade dos fluxos de energia russa", indica o comunicado da Shell. 

Se Putin vencer a Ucrânia, é provável que avance para países da NATO, avisa vice-presidente da Comissão

"Se não apoiamos a Ucrânia, não vai parar na Ucrânia. Claramente, Putin está num modo de guerra agressivo e infelizmente é provável que esta agressão continue noutros países" - o aviso é de Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia, e foi deixado numa entrevista ao Politico, publicada esta segunda-feira, à noite. Num tom assertivo, Dombrovskis avisa que se não for detido agora, o líder russo poderá avançar para países pertencentes à NATO, como a Lituânia, a Letónia e a Estónia, para controlar o Mar Báltico.   

O vice-presidente da Comissão apontou para a "escalada de retórica agressiva" e para declarações russas que defendem os interesses da Bielorrússia no acesso ao Mar Báltico. "Também na Ucrânia começou com o aumento da retórica anti-ucraniana", frisou.

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Biden vai avançar sem UE para proibir importação de petróleo e gás russo

A Casa Branca vai impor uma proibição às importações de energia da Rússia e a medida poderá ser anunciada ainda esta terça-feira, avança a Bloomberg citando fontes conhecedoras do tema.

A confirmar-se, a administração Biden avança sem coordenar a medida com os aliados europeus, nomeadamente a UE e o Reino Unido.

De acordo com a Bloomberg, a proibição abrangerá petróleo, gás natural liquefeito e carvão oriundos da Rússia, referiram à agência noticiosa duas pessoas.

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Wall Street na linha de água com proibição de importações energéticas

As ações norte-americanas abriram sem tendência definida a tentar avaliar a notícia de que a administração de Joe Biden estará a preparar a proibição da importação de matérias-primas energéticas da Rússia.

O índice industrial Dow Jones abriu a ganhar 0,13% para 32.860,51 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 avança 0,16% para 4.208 pontos na abertura. Já o tecnológico Nasdaq cede 0,55% para 12.760,48 pontos. No mercado obrigacionista, as Treasuries norte-americanas a 10 anos avançam para 1,86%.

A administração Biden poderá avançar ainda esta terça-feira com a proibição às importações de energia da Rússia, segundo avançou a Bloomberg. A medida poderá abranger petróleo, gás natural liquefeito e carvão e poderá também não esperar pelos aliados europeus como a União Europeia e o Reino Unido.

Os receios de que esta decisão faça disparar ainda mais os preços das matérias-primas energéticas estão a deixar as ações norte-americanas na linha de água, enquanto as bolsas europeias negoceiam esta terça-feira em alta.

A subida dos preços da energia tem preocupado decisores políticos, nomeadamente a Reserva Federal norte-americana que se preparava para recuar nas medidas de política monetária devido à aceleração da inflação. O "guidance" do banco central aponta para uma subida das taxas de juro de referência a 16 de março.

"Há uma combinação de crescente inflação e condições financeiras mais apertadas, o que está a colocar-nos a todos num aperto, mas está principalmente à Fed", disse Kathy Jones, estratega-chefe de fixed income da Charles Schwab, citada pela Bloomberg. "Penso que o risco é mais apertado do que seja anunciado um aperto superior ao esperado e não menor".

Reino Unido também quer travar importação de petróleo russo

O Governo do Reino Unido estará, tal como os EUA, a planear a proibição da importação de petróleo da Rússia como forma de sancionar o regime de Vladimir Putin devido à invasão à Ucrânia. A notícia é avançada pela Bloomberg, que cita fontes próximas.

A decisão estará a ser concertada com os Estados Unidos e será uma proibição faseada ao longo dos próximos meses. Deverá abranger produtos refinados, mas não gás russo, de acordo com as mesmas fontes da Bloomberg que pediram anonimato.

China pede "contenção máxima" na Ucrânia

Euro recupera após mínimos de 2020

O euro aprecia-se esta terça-feira contra as principais pares internacionais no seguimento da notícia de que a União Europeia estará a considerar avançar com uma mega emissão de dívida pública para financiar gastos com energia e defesa.

A moeda única segue no verde pela primeira vez em sete dias, num ciclo de desvalorizações causado pela deterioração do "outlook" económico por causa da invasão da Rússia à Ucrânia. Em sentido contrário, a coroa norueguesa -- fortemente exposta ao desempenho do petróleo -- liderou os ganhos entre as pares do G-10.

O euro avança 0,6% contra a divisa norte-americana para 1,0924 dólares. A recuperação acontece depois de, na segunda-feira, a moeda única ter tocado o valor mais baixo desde maio de 2020. "A resposta da UE é uma boa notícia para o euro pois deverá ajudar a reforçar a confiança no projeto da UE", afirmou Roberto Cobo Garcia, "head" de estratégia cambial do BBVA, citado pela Bloomberg.

Ouro avança quase 3%, acima da barreira dos 2.000 dólares

O "rally" do ouro continua, com o metal precioso a subir 2,8% para 2.056 dólares por onça. É o valor mais alto em 18 meses tendo sido ultrapassada a barreira psicológica dos 2.000 dólares. Os investidores têm procurado ativos-refúgio devido à guerra na Ucrânia. Os receios intensificaram-se com a perspetiva de proibição das importações de petróleo russo por parte dos EUA e Reino Unido.

"As consequências económicas da guerra na Ucrânia estão a preocupar os operadores do mercado, com a crescente probabilidade de o petróleo e o gás russos serem boicotados pelas potências ocidentais ou retidos por Moscovo como retaliação por outras sanções", explica Ricardo Evangelista, diretor executivo da ActivTrades Europa.

Com os preços das commodities em ascensão e a ameaça de uma crise de energia semelhante à dos anos 1970 a tornar-se mais real, reduz-se a margem dos bancos centrais, numa dinâmica que pode levar a inflação a níveis perigosos e desencadear uma recessão global.

"À medida que o cenário de estagflação se torna cada vez mais plausível, é provável que o apelo do ouro permaneça alto", considera Ricardo Evangelista. "O metal precioso pode em breve testar o máximo histórico de 2.075 dólares norte-americanos, alcançado em agosto de 2020, à medida que a transição para portos-seguros se intensifica".

Petróleo dispara à espera de boicote ao crude russo pelos EUA e Reino Unido

O "ouro negro" segue a negociar em alta nos principais mercados internacionais, impulsionado pelo facto de os EUA e o Reino Unido estarem a planear proibir as importações de petróleo russo.

 

Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a somar 5,67% para 130,20 dólares por barril, depois de já ter estado a disparar 7,75% – altura em que tocou nos 132,76 dólares.

 

Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, avança 6,39% para 127,03 dólares por barril. Na sessão de hoje já esteve a escalar 8,41% para 129,44 dólares.

 

A Administração Biden parece estar em vias de impor o boicote às importações de energia da Rússia ainda hoje, comentaram à Bloomberg fontes próximas do processo. A proibição incidirá sobre petróleo, gás natural liquefeito e carvão.

 

Já o Reino Unido pretende ir descontinuando todas as importações de petróleo russo, não havendo por enquanto intenções de fazer o mesmo com o gás, de acordo com uma outra fonte.

 

A sustentar as cotações está também o facto de a petrolífera Shell ter anunciado que vai suspender as compras à Rússia. A Shell estava a ser bastante criticada por ter comprado crude russo a preço de desconto já depois do início da ofensiva na Ucrânia.

Bunds alemãs com juro de 0,1%. Europa acompanha agravamento

Os juros das dívidas soberanas da zona euro estão a agravar de forma expressiva, reagindo à recuperação das ações europeias. O regresso do apetite pelo risco dos investidores levou a yield das Bunds da Alemanha a 10 anos -- que servem de referência à região -- a subir 12,7 pontos base para 0,104%.

O agravamento é generalizado por toda a Europa, com o Reino Unido (+13,9 pontos) e França (+8,5 pontos) a verem os juros da dívida "benchmark" agravar também de forma expressiva.

Entre os países do Sul da Europa, o juro da dívida espanhola a 10 anos sobe 4,7 pontos base para 1,049% e das obrigações portuguesas com a mesma maturidade avança 4 pontos base para 0,906%. Itália é a exceção, mantendo-se a "yield" praticamente inalterada, nos 0,1,589%.

Biden confirma proibição ao petróleo da Rússia. "Os EUA colocaram um alvo na principal artéria da economia russa"

Está confirmado. Os EUA vão banir as importações de energia proveniente da Rússia, anunciou o presidente norte-americano, Joe Biden. "Não vamos subsidiar a guerra de Putin", declarou Biden.

"Hoje, anuncio que os EUA colocaram um alvo na principal artéria da economia russa. Vamos proibir todas as importações de energia petrolífera e gasífera da Rússia. Isso significa que o petróleo russo deixará de ser aceite nos portos norte-americanos e que a população norte-americana vai desferir mais um forte golpe na máquina de guerra de Putin".

Há alguns dias que se aludia a esta possibilidade, agora confirmada. Entretanto, o Reino Unido está a pensar fazer o mesmo, mas só para o petróleo russo, deixando o gás de lado.

Bolsa de Moscovo volta a negociar rublos

A viver o período mais longo de sempre encerrada, a bolsa de Moscovo anunciou esta terça-feira que os principais segmentos irão continuar encerrados, à exceção da transação de rublos (incluindo derivados). É a partir das 8:00 horas de Lisboa que a Moscow Exchange irá retomar estas negociações, sendo que o fecho foi decretado no seguimento do impacto das sanções ocidentais contra bancos russos, dívida soberana e o Banco Central da Rússia.

O fecho aconteceu no seguimento do impacto das sanções ocidentais contra bancos russos, dívida soberana e o Banco Central da Rússia. A bolsa de valores de Moscovo está fechada há mais de uma semana, depois de a UE, os Estados Unidos, o Canadá e outros parceiros terem excluído alguns bancos russos do sistema de comunicação interbancária internacional SWIFT, um golpe sem precedentes para isolar o país do sistema financeiro global.

O rublo registou então uma queda abrupta. Antes de fechar, o mercado de ações caiu 45% e as principais ações perderem mais de 58%. O Banco da Rússia tinha esperança de que as medidas tomadas para estabilizar o mercado conseguissem tranquilizar os investidores russos.

Entre outras medidas, decidiu permitir aos bancos atingidos por sanções a utilização da reserva de capital acumulado para continuarem a funcionar e aumentou as taxas de juro para 20%, enquanto o Governo decidiu utilizar até um bilião de rublos (8,9 mil milhões de euros) ao Fundo Nacional de Bem-Estar - alimentado pelas receitas petrolíferas e uma espécie de 'almofada' para usar em tempos de crise - a ser utilizado na compra de ações de empresas russas.

Bolsas europeias em queda com boicotes ao petróleo russo

As bolsas europeias fecharam em baixa, numa sessão de grande volatilidade, sendo os índices de Madrid, Londres e Milão as únicas exceções às quedas entre as principais praças do Velho Continente.

 

Os investidores receiam uma desaceleração económica com os embargos à energia russa, pelo que o movimento de sell-off se manteve hoje na generalidade da Europa.

 

Os Estados Unidos anunciaram a proibição, com efeitos a partir de hoje, da importação de produtos petrolíferos e gasíferos provenientes da Rússia. Entretanto, o Reino Unido está a pensar fazer o mesmo, mas só para o petróleo russo, deixando o gás de lado.

 

O índice Stoxx Europe 600 terminou o dia a recuar 0,5% para 415,06 pontos, mantendo-se em mínimos de 12 meses e estando muito perto de um "mercado urso" – entra-se em "bear market" quando um título, índice ou outro activo regista uma queda de pelo menos 20% face ao anterior máximo.

 

Depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, e das sanções económicas que já foram impostas a Moscovo, os investidores receiam agora que a escalada nos preços da energia estagne o crescimento económico, numa altura em que a inflação continua a subir, criando assim o risco de uma estagflação na Europa.

 

Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a negociar na casa dos 132 dólares por barril, depois de já ter estado a disparar 8,07% para 133,15 dólares – valores que não se viam há 14 anos.

 

Por seu lado, o índice alemão Dax e o Euro Stoxx 500 prosseguiram esta terça-feira em "mercado urso" – território onde entraram ontem –, mas pouco inalterados.

 

Já o francês CAC-40 desvalorizou 0,3% e em Amesterdão o AEX registou um decréscimo de 1,8%.

 

Em contrapartida, o italiano FTSEMIB avançou 0,8%, o britânico FTSE 100 subiu 0,1% e o espanhol IBEX 35 somou 1,8%.

 

Por setores, do lado dos ganhos, as cotadas da energia, banco e retalho foram as que mais se destacaram, ao passo que os títulos da tecnologia e media estiveram entre as maiores quedas.

Reino Unido deixará de importar petróleo e derivados da Rússia até final do ano

O Reino Unido vai iniciar um processo faseado de substituição de importações de petróleo e derivados da Rússia.

Londres estima que no final deste ano o país já não importe estes produtos da Rússia, indicou no Twitter o ministro da Energia,  Kwasi Kwarteng.

O responsável sublinhou que o Reino Unido não depende muito do petróleo russo.

NEW – the UK will phase out the import of Russian oil and oil products by the end of 2022.

This transition will give the market, businesses and supply chains more than enough time to replace Russian imports – which make up 8% of UK demand.

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McDonald's fecha temporariamente 850 restaurantes na Rússia, mas garante salários a funcionários

McDonald's vai suspender as operações na Rússia, fechando temporariamente os 850 restaurantes que tem espalhados pelo país.

A informação, que está a ser avançada pela agência noticiosa Associated Press (AP), surge numa altura em que a cadeia de 'fast-food' tem sido duramente criticada por continuar a operar na Rússia depois da invasão da Ucrânia. Nos últimos dias, foi, aliás, alvo, a par com outros gigantes como a Coca-Cola, de campanhas nas redes sociais a apelar ao boicote da marca.

Apesar da suspensão das operações na Rússia, o CEO da McDonald's garantiu que os funcionários no país vão continuar a ser pagos.

Marcelo sobre Ucrânia: "Situação está a ser vivida hora a hora, minuto a minuto"

Marcelo Rebelo de Sousa falou esta terça-feira sobre a Ucrânia, revelando que esta é "uma situação que está a ser vivida hora a hora, minuto a minuto".

O Presidente da República disse ainda que está a ser feito o que é necessário, reconhecendo que esta é a posição da União Europeia e "consequentemente de Portugal".

 

Marcelo reconheceu ainda que a UE tem conseguido fazer o seu caminho, sem dar importância às reações às sanções que tem vindo a impor.

MNE vai ajudar no transporte de refugiados ucranianos, diz embaixadora

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) vai ajudar a facilitar o transporte de refugiados ucranianos, assegurou hoje a embaixadora da Ucrânia em Portugal, que elogiou o sistema de apoio, apesar de admitir a existência de problemas.

"Estamos a tentar ver todas as questões com os órgãos do governo português. Os diplomatas das embaixadas portuguesas na Eslováquia, na Polónia e na Hungria vão verificar os documentos das pessoas e depois o MNE vai enviar o transporte para estes cidadãos poderem chegar a Portugal. Na nossa opinião, existe um sistema bastante viável, mas é claro que surgem alguns problemas", disse Inna Ohnivets em entrevista à Lusa.

Salientando que a embaixada continua "disposta a resolver" com as associações ucranianas e o governo português as dificuldades registadas no transporte e na viagem destes refugiados, a embaixadora ucraniana admitiu uma "crise migratória" nas fronteiras do seu país, devido à "agressão russa desencadeada por Vladimir Putin", e que Portugal é um país "maravilhoso" para receber os seus compatriotas.

"Em Portugal está criado um sistema bem desenvolvido para acolher os ucranianos. Eles podem ser muito bem integrados na sociedade portuguesa, porque podem procurar trabalho em Portugal e as crianças podem também ir às escolas para continuar a estudar. Aqui funcionam também as escolas ucranianas ao domingo, por isso, podem continuar a estudar a sua língua materna", explicou.

Questionada sobre as situações de racismo que se verificaram nas fronteiras, com dois cidadãos portugueses de origem africana que ficaram dias à espera enquanto só passavam pessoas brancas da Ucrânia para a Polónia, Inna Ohnivets assumiu que tiveram de "esperar muito tempo", mas que a embaixada e as autoridades portuguesas agiram para resolver o problema detetado na última semana.

Milhares de russos fogem do seu país através da Finlândia

Os milhares de russos que estão a deixar o país através da Finlândia para escapar às sanções, fazem-no com medo de possíveis represálias se expressarem a sua opinião em público, desesperados por não verem um futuro na sua própria terra.

Moscovo anuncia cessar-fogo a partir das 07:00 desta quarta-feira

O Kremlin anunciou um novo cessar-fogo a começar pelas 07:00 desta quarta-feira (hora de Lisboa) indicando estar pronta a disponibilizar corredores de evacuação a partir de Kiev, Chernihiv, Sumy, Kharkiv e Mariupol, bem como outras cidades a serem negociadas com o governo ucraniano.

Zelensky deixa cair adesão da Ucrânia à NATO

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse, durante uma entrevista televisiva na segunda-feira, que não vai insistir na adesão da Ucrânia à NATO, uma das questões que motivaram oficialmente a invasão russa.

Leia mais aqui.

Coca-Cola, Starbucks e GE também suspendem operações na Rússia

Depois de a McDonald’s ter anunciado esta tarde que vai encerrar temporariamente os seus 850 restaurantes na Rússia, também a Coca-Cola e a Starbucks vão suspender as suas operações naquele país devido à invasão da Ucrânia, avançou o The New York Times. Já a PepsiCo vai suspender as vendas de refrigerantes.

 

A General Motors anunciou igual medida, refere o The Washington Post. A GE disse que haverá duas exceções à suspensão das suas operações na Rússia: equipamento médico essencial e apoio aos serviços de eletricidade que presta naquele país.

Banco central russo suspende venda de moeda estrangeira até 9 setembro

A venda de moeda estrangeira será suspensa na Rússia a partir desta quarta-feira até 9 de setembro, anunciou hoje o Banco Central do país, atingido por sanções ocidentais sem precedentes devido à intervenção militar na Ucrânia.

Entre 9 de março e 9 de setembro de 2022, "os bancos não poderão vender moeda estrangeira aos cidadãos", anunciou o Banco Central da Rússia em comunicado, acrescentando que os russos poderão, no entanto, trocar moeda estrangeira por rublos durante esse período "a qualquer momento, a qualquer hora e em qualquer montante".

O levantamento de dinheiro de contas em moeda estrangeira abertas em bancos russos também será limitado a 10.000 dólares americanos (cerca de 9.180 euros) até 9 de setembro e o restante só poderá ser retirado em rublos à taxa de câmbio atual.

Independentemente da moeda da conta, o levantamento só pode ser feito em dólares americanos e apenas na caixa, refere o comunicado, indicando que o prazo para qualquer transação deste tipo deverá ser de "vários dias".

O rublo está em queda e na segunda-feira atingiu novos recordes históricos em relação às moedas ocidentais, devido às sanções ocidentais à Rússia sem precedentes, que têm como alvo o Banco Central e os maiores bancos russos.

Lusa

Putin proíbe exportações de matérias-primas

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou hoje um decreto de "medidas especiais" para dar garantias à economia da Rússia e que autoriza o governo a proibir exportações de produtos e matérias-primas.

As "medidas especiais" são tomadas para "garantir a segurança da Federação Russa e a operação ininterrupta da indústria" e estará em vigor até 31 de dezembro de 2022, noticiaram os meios de comunicação russos.

O decreto proíbe "a exportação para fora da Federação Russa" de produtos e (ou) matérias-primas que serão especificadas numa lista a ser aprovada pelo governo russo nos próximos dois dias.

Essas medidas não se aplicam a "produtos e (ou) matérias-primas exportadas da Rússia e (ou) importadas para o país por cidadãos da Federação Russa, cidadãos estrangeiros e apátridas, para uso pessoal".

Com este decreto, Vladimir Putin confere ao governo "a autoridade para determinar os detalhes da aplicação das medidas planeadas" quer para produtos ou matérias-primas, quer para pessoas físicas ou jurídicas.

Nos próximos dois dias, o governo determinará a lista de países estrangeiros onde será proibida a importação de determinados produtos e matérias-primas.

Costa alerta para efeitos de ricochete na aplicação de sanções europeias à Rússia

O primeiro-ministro alertou hoje para efeitos de "ricochete" nas sanções a adotar pelos países da União Europeia na aplicação de sanções à Rússia, depois de questionado sobre um eventual embargo imediato das importações de petróleo e gás.

Esta posição foi transmitida por António Costa no final de uma reunião extraordinária da Concertação Social por causa das consequências da guerra na Ucrânia, em que o Governo também se fez representar pelos ministros da Economia, Pedro Siza Vieira, das Finanças, João Leão, do Trabalho e da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.

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OCDE suspende Rússia e Bielorrússia de todas as suas instâncias

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) suspendeu a Rússia e a Bielorrússia de todas as suas instâncias, numa nova fase de medidas contra os dois países devido à invasão da Ucrânia, foi hoje divulgado.

"O Conselho da OCDE decidiu suspender imediatamente a participação da Rússia e da Bielorrússia das suas instâncias", referiu o secretário-geral da organização, o australiano Mathias Cormann, citado em comunicado.

A Rússia participava em quase 50 instâncias da OCDE, enquanto a Bielorrússia tinha uma participação limitada no setor educacional e no programa Eurásia, que também foi suspenso.

A suspensão significa que ambos os países não podem participar a partir de agora nas reuniões destes comités e programas.

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Pentágono rejeita proposta polaca de transferir caças para base americana na Alemanha e entregar à Ucrânia

O Pentágono recusou a proposta da Polónia de transferir os seus caças MiG-29 para domínio dos EUA, com vista a serem depois entregues à Ucrânia. "Não é viável", declarou o secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby, citado pela CNN.

 

Segundo Kirby, o Pentágono está em contacto com o Governo polaco sobre esta questão, mas a proposta polaca revela as "complexidades" de transferir os caças para a Ucrânia.

 

"Simplesmente não é claro para nós de que haja uma lógica relevante nisso. Continuaremos a falar com a Polónia e com outros países da NATO sobre este assunto e sobre os difíceis desafios logísticos que isso apresenta, mas não cremos que a proposta polaca seja viável", acrescentou.

 

Recorde-se que, esta terça-feira, o Governo polaco propôs transferir todos os seus MiG-29 para a base aérea de Ramstein, da força aérea dos EUA, que está localizada na Alemanha. A ideia seria o Governo norte-americano fornecê-los depois à Ucrânia. Em troca, a Polónia pedia caças em segunda mão para substituir os seus MiG-29.

 

No entanto, Kirby disse que a ideia da Polónia é demasiado arriscada e que os EUA e a NATO devem evitar um conflito direto entre a Aliança Atlântica e a Rússia.

14 dias de guerra

A ofensiva russa na Ucrânia entra, nesta madrugada de quarta-feira, no seu 14.º dia. Em território ucraniano, os civis são agora soldados voluntários, ajudam a edificar defesas com precisão militar e aprendem a disparar armas.

 

Há trincheiras nas florestas que rodeiam as estradas que conduzem a Kiev. Há pontes minadas por todo o país, há posições fortificadas e a camuflagem é tecida diariamente por mulheres e homens que não podem estar na frente da guerra mas que querem ajudar neste esforço. Os mais frágeis, e que não conseguiram fugir, mantêm-se em bunkers, caves e estações de metro, ao abrigo dos bombardeamentos.

 

À medida que as forças russas se aproximam da capital, a determinação dos seus residentes é palpável, sublinha a CNN. As baixas são muitas, mas ninguém desmoraliza. Está a chegar o 14.º dia de defesa do país.

 

Enquanto isso, a Rússia vai sofrendo mais sanções e inúmeros reveses, com cada vez mais empresas a suspenderem as suas operações no país. Nada parece demover Vladimir Putin. Mas Volodomyr Zelensky também "não arreda pé".

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