Europa encerra em alta mas tem pior trimestre em um ano
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta sexta-feira.
- Europa aponta para arranque na linha d'água. Ásia fecha mista com sessão a meio gás
- Petróleo negoceia misto e gás desliza
- Ouro a caminho de maior queda semanal desde fevereiro
- Euro valoriza face ao dólar
- Juros aliviam na Zona Euro com maior apetite pelo risco
- Europa reduz perdas trimestrais com ganhos na abertura
- Euribor a 12 meses sobe para novo máximo e média mensal avança em setembro
- Wall Street animada por indicador de inflação acima do esperado
- Ouro a caminho da pior semana em dois meses
- Dólar desvaloriza mas aponta para maior ganho trimestral em um ano
- Receios macroeconómicos pressionam petróleo
- Inflação a abrandar na Zona Euro leva a alívio nos juros
- Europa encerra em alta mas tem pior trimestre em um ano
As bolsas europeias apontam para um arranque na linha d'água, com os futuros sobre o Euro Stoxx 50 praticamente inalterados a esta hora.
Os investidores aguardam esta sexta-feira a divulgação dos dados da inflação em setembro na Zona Euro. A expectativa do mercado é que a inflação tenha caído para 4,6%, enquanto a subjacente (que exclui os produtos mais voláteis, como a energia) se tenha situado em 4,8%, aliviando a pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE).
Na Ásia, a negociação fechou mista, com apenas alguns índices a negociarem devido a feriados no continente asiático.
O otimismo quanto aos gastos dos consumidores na chamada Golden Week (semana dourada) na China - que este ano será de 29 de setembro a 8 de outubro - animou Hong Kong. Além das festividades em território chinês, as notícias de um possível encontro entre Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e Xi Jinping, presidente da China, estão também a contribuir para o sentimento positivo.
Na China, em Hong Kong, o Hang Seng subiu 2,85%, enquanto no Japão, o Topix recuou 0,94% e o Nikkei avançou 0,02%.
O petróleo está a negociar de forma mista, depois de uma semana marcada por ganhos. A pesar no sentimento está a especulação de que a Arábia Saudita vai retomar a produção de crude se os preços subirem demasiado.
Além do volume que já reduz no âmbito da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+), a Arábia Saudita adotou um corte adicional de um milhão de barris de petróleo por dia há vários meses.
O West Texas Intermediate (WTI na sigla em inglês), negociado em Nova Iorque, valoriza 0,08% para 91,78 dólares por barril, enquanto o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, perde 0,35% para 95,05 dólares por barril.
Ainda assim, tanto o WTI como o Brent caminham para fechar a semana com ganhos, contando, até à data, com uma valorização de mais de 2%. O petróleo tem beneficiado dos cortes impostos pela OPEP e níveis de reserva muito baixos em Cushing, no estado de Oklahoma, que é o ponto de entrega dos contratos de futuros do WTI.
No mercado do gás natural, os preços da matéria-prima negociada em Amesterdão, o TTF, perde 1,7% para 42,33 euros por megawatt-hora, numa altura em que as previsões meteorológicas apontam para um mês de outubro com temperaturas mais altas do que o habitual na Europa. Isto significa que as famílias europeias não terão, pelo menos para já, necessidade de recorrer ao aquecimento das casas, o que se traduz numa menor procura pela matéria-prima.
O ouro está a valorizar a esta hora, com o ouro a pronto (spot) a ganhar 0,46% para 1.873,42 dólares por onça. Apesar da subida, o metal precioso caminha para fechar a maior queda semanal desde fevereiro deste ano.
Desde o início da semana, o ouro já perdeu 2,7%, sendo preciso recuar a fevereiro para encontrar uma desvalorização semanal superior. O metal precioso tem sido penalizado pela narrativa de que as taxas de juro vão manter-se elevadas durante mais tempo, o que levou a "yield" da dívida soberana dos EUA a máximos de 2007, e pela força do dólar - que esta semana atingiu máximos de 10 meses.
Os juros elevados e a robustez da nota verde tendem a penalizar o ouro - que, além de ser cotado na divisa norte-americana, pelo que a valorização do dólar torna a "commodity" mais cara para quem compra noutras moedas, não remunera rendimentos.
O euro está a valorizar face à divisa norte-americana, estando a moeda única europeia a ganhar 0,35% para 1,0603 dólares.
A nota verde está a perder perante as dez principais divisas rivais, numa altura em que os investidores aguardam por dados relativos aos gastos dos consumidores norte-americanos.
Win Thin, responsável pela estratégia cambial na Brown Brothers Harriman, diz tratar-se de "um muito necessário movimento de correção do dólar", que esta semana atingiu máximos de 10 meses.
"A história fundamental mantém-se a favro da nota verde numa altura em que a economia norte-americana está numa posição muito mais forte do que outras, como a Zona Euro ou o Reino Unido", afirmou, em declarações à Bloomberg.
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a aliviar, num dia em que os investidores mostram um maior apetite pelo risco, com as principais praças europeias a valorizarem.
O mercado aguarda os dados da inflação de setembro na região da moeda única. A expectativa é que a inflação tenha caído para 4,6% e a subjacente (que exclui os produtos mais voláteis, como a energia) situado em 4,8%, aliviando a pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE), que está comprometido em baixá-la para a meta dos 2%.
A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos alivia 7,5 pontos base para 3,584%, depois de na sessão de quinta-feira ter subido para os níveis mais altos desde o final de abril de 2017. A rendibilidade das Bunds alemãs com o mesmo vencimento cede 6,9 pontos base para 2,858%, os juros da dívida italiana descem 9 pontos base para 4,768%, os juros da dívida francesa recuam 7,7 pontos base para 3,411% e a "yield" da dívida espanhola alivia 7,8 pontos base para 3,939%.
As bolsas europeias abriram a última sessão de setembro e do terceiro trimestre com ganhos, num dia em que novos dados económicos animaram o sentimento e que os investidores aguardam pelos dados da inflação na Zona Euro.
França viu o aumento dos preços no consumidor estabilizar em setembro, apesar do aumento no custo da energia. Os dados oficiais, hoje divulgados, mostram que a inflação aumentou 5,6% face ao ano anterior, abaixo dos 5,7% registados no mês anterior e dos 5,9% previstos pelos economistas da Bloomberg.
No Reino Unido, novos dados apontam que a economia britânica está a ter um melhor desempenho do que o antecipado.
O Stoxx 600, referência para a região, valoriza 0,84% para 452,27 pontos, com praticamente todos os setores a registarem ganhos. O setor dos bens para casa e o da tecnologia são os que mais sobem, com ganhos de 2,1% e 1,89%, respetivamente. Só o do petróleo & gás regista perdas (-0,45%).
O mês, que está prestes a terminar, está a caminho de ser aquele em que as ações tiveram pior desempenho este ano. O Stoxx 600 caminha para fechar o trimestre com uma queda de mais de 2%.
Nas principais praças europeias, o alemão Dax 30 sobe 0,64%, o espanhol Ibex 35 avança 0,36%, o francês CAC-40 salta 0,74%, o italiano FTSE Mib soma 0,52%, o britânico FTSE 100 cresce 0,48% e o AEX, em Amesterdão, valoriza 102%.
"Esperamos um quatro trimestre complicado uma vez que a economia está a abrandar, os preços da energia são uma adversidade e os gastos dos consumidores estão a diminuir", afirmou Ricardo Gil, responsável pela colocação de ativos na Tre Asset Management, à Bloomberg.
A taxa Euribor a 12 meses subiu hoje para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008, tendo também aumentado a média mensal de setembro, que avançou para 4,149%.
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje para 4,228%, mais 0,007 pontos do que na quinta-feira e um novo máximo desde novembro de 2008.
Depois de ter descido pela primeira vez em agosto face a julho, a média mensal da Euribor a 12 meses subiu para 4,149% em setembro, mais 0,076 pontos que no mês anterior.
A taxa média da Euribor a 12 meses desceu de 4,149% em julho para 4,073% em agosto.
Segundo dados do Banco de Portugal referentes a julho de 2023, a Euribor a 12 meses representava 39,4% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representavam 35,1% e 23,0%, respetivamente.
Em relação aos prazos mais curtos, as Euribor desceram hoje a três meses e mantiveram-se a seis meses face a quinta-feira, mas as médias mensais mantiveram a tendência ascendente dos meses anteriores.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, manteve-se hoje em 4,125%, o mesmo nível de quinta-feira, contra o atual máximo desde novembro de 2008, de 4,136%, registado em 27 de setembro.
Já a média mensal da Euribor a seis meses aumentou de 3,944% em agosto para 4,030% em setembro, mais 0,086 pontos.
A média mensal da Euribor a seis meses tinha subido ligeiramente em agosto, para 3,944%, contra 3,942% em julho, ou seja um acréscimo de apenas 0,002 pontos.
No caso da Euribor a três meses, esta caiu hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,952%, menos 0,003 pontos, depois de ter subido em 25 de setembro para 3,977%, um novo máximo também desde novembro de 2008.
Mas a média mensal da Euribor a três meses foi a que mais subiu em agosto, ao passar de 3,780% em julho para 3,880% em agosto, mais 0,100 pontos percentuais.
Em agosto, a média mensal do prazo mais curto tinha subido 0,108 pontos para 3,780%, contra 3,672% em julho,
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de setembro, o BCE voltou a subir, pela décima sessão consecutiva, as suas taxas diretoras, desta vez em 25 pontos base - tal como em 27 de julho, em 15 de junho e 04 de maio --, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.
Antes, em 27 de outubro e em 08 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 26 de outubro, em Atenas.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Os principais índices em Wall Street abriram a negociar em alta no último dia do trimestre, depois de o índice de preços de despesas destinadas ao consumo pessoal (PCE) - o indicador preferido da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) para a definição da sua política monetária - ter subido menos do que o esperado em agosto.
O índice PCE subiu 0,1% no mês passado e 3,9% em termos homólogos, o que compara com expectativas de 0,2% e 3,9% esperadas pelos economistas ouvidos pela Dow Jones, citados pela CNBC.
O Dow sobe 0,23% para os 33.745,01 pontos, enquanto o S&P 500 avança 0,56%, para os 4.322,74 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite ganha 1,04% para os 13.338,95 pontos. O "benchmark" mundial e o Nasdaq estão a caminho do pior mês em 2023.
Entre os principais movimentos de mercado, a Nike ganha mais de 8%, depois de ter revelado resultados do primeiro trimestre fiscal que ficaram acima das expectativas do mercado.
O ouro está a negociar em baixa e a caminho da pior semana em quase oito, depois de ter quebrado o nível técnico-chave nos 1.900 dólares por onça.
Esta descida levou a fortes fugas nos ETFs - fundos que replicam o desempenho de um ativo, neste caso ouro, que estão a registar o maior montante de retiradas de dinheiro desde junho.
O metal amarelo desce 0,17% para 1.861,68 dólares por onça.
O dólar está a desvalorizar, numa altura em que está a ser penalizado por dados sobre as despesas do consumidor nos Estados Unidos, que mostraram um aumento em agosto. A mesma estatística indicia ainda um abrandamento da inflação subjacente.
Ainda assim, a "nota verde" caminha para o maior ganho trimestral do último ano.
O dólar recua 0,15% para 0,9451 euros, enquanto que o índice do dólar da Bloomberg, que mede a força do da moeda norte-americana face a dez moedas rivais, cede 0,11% para 106,1080 pontos, descendo de máximos de 10 meses.
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em baixa nos principais mercados internacionais, penalizados sobretudo pelos receios macroeconómicos – que estão a pesar no recente "rally".
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a recuar 1,13% para 90,67 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, cede 0,19% para 95,20 dólares.
"Com os investidores a questionarem a resiliência da economia global no próximo ano, num contexto de taxas de juro mais altas durante mais tempo, a tendência altista nos mercados petrolíferos poderá ficar mais equilibrada", sublinha Craig Erlam, analista da Oanda, no seu comentário diário.
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estiveram a aliviar esta sexta-feira, após ter sido conhecida a inflação preliminar de setembro no bloco da moeda única, que caiu para mínimos de outubro de 2021, nos 4,3%.
Os juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos aliviaram 10,5 pontos base para 3,555%, enquanto a "yield" das Bunds alemãs com o mesmo vencimento desceu 9 pontos base para 2,837%.
A rendibilidade dos juros da dívida soberana italiana recuou 8,6 pontos base para 4,772%, os juros da dívida francesa desceram 9,2 pontos base para 3,396% e os juros da dívida espanhola recuaram 8,9 pontos base para 3,928%.
Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica agravaram-se em 4,6 pontos base para 4,435%.
Os principais índices europeus encerraram em alta esta sexta-feira, sustentados por dados que mostraram que a inflação na Zona Euro abrandou em setembro para o valor mais baixo desde outubro de 2021 nos 4,3%.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, subiu 0,38% para 450,22 pontos, com os setores da tecnologia e do imobiliário a registarem os maiores ganhos, acima de 2% e 1%, respetivamente.
O "benchmark" foi ainda sustentado pelos ganhos das cotadas do setor do luxo, que subiram depois de os estrategas do Bank of America (BofA) terem revisto em alta as suas expectativas para o setor.
Também o setor do retalho ganhou impulso dos bons resultados da Nike, com a Adidas e a Puma a encerrarem a valorizar cerca de 6%.
Apesar dos ganhos, o Stoxx 600 registou o primeiro trimestre negativo do ano e o pior desde setembro do ano passado, ao perder 2,54%. Para o resto do ano, o "outlook" permanece negativo, com 63% dos investidores europeus a preverem mais perdas nos próximos meses, indica a Bloomberg, citando um inquérito do BofA. No entanto, dados de sazonalidade indicam que os índices regionais têm uma melhor performance nos últimos três meses do ano.
"Esperamos um quarto trimestre complicado, com a economia a desacelerar, os preços da energia a pressionarem e o consumo a enfraquecer", disse à Bloomberg o analista Ricardo Gil da Trea Asset Management.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 0,41%, o francês CAC-40 valorizou 0,26%, o italiano FTSEMIB ganhou 0,28%, o britânico FTSE 100 avançou 0,08% e o espanhol IBEX 35 manteve-se praticamente inalterado ao subir apenas 0,01%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,39%.
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