Stoxx 600 com maior ganho semanal dos últimos dois meses. Petróleo prossegue subida
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados, durante esta sexta-feira.
- Europa aponta para verde e Ásia fecha terceira semana de ganhos entre BoJ, BCE e Banco da China
- Petróleo não arreda pé dos ganhos. Expectativas sobre China ofuscam Fed e BCE
- Bancos centrais atiram ouro para casa de partida desta semana
- Decisão do Banco do Japão pressiona iene contra o dólar
- Juros agravam-se na Zona Euro no mesmo dia em que o líder do Budensbank repete o mantra de Lagarde
- Europa arranca no verde com Goldman a rever em alta o "outlook". Ações globais prestes a registarem melhor semana desde março
- Taxas Euribor sobem para novos máximos e a 12 meses para níveis acima de 4%
- Wall Street abre no verde com estímulo na China e IA a darem alento
- Ouro recua e dólar recupera de mínimos de um mês
- Petróleo prossegue subida em semana de ganhos
- Juros aliviam na Zona Euro com membros do BCE mais "hawkish"
- Stoxx 600 com maior ganho semanal dos últimos dois meses
A Ásia fechou uma terceira semana de ganhos, impulsionada pela notícia de que Pequim está a preparar um pacote de estímulos para revitalizar a economia.
As atenções centraram-se nas praças japonesas que reverteram as perdas do arranque da sessão, após o Banco do Japão (BoJ) ter decidido que vai manter a sua política monetária acomodatícia.
Assim, o Nikkei somou 0,66% enquanto o Topix valorizou 0,28%.
Pela China, Xangai cresceu 0,6% e Hong Kong subiu 1,5%. Na Coreia do Sul, o Kospi arrecada 0,53%.
Na Europa os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem 0,1%.
O petróleo contabiliza ganhos ligeiros tanto em Londres como em Nova Iorque, depois de esta quinta-feira ter registado o melhor dia em seis semanas, ao subir mais de 2%.
O ouro negro segue a ser animado pela expectativa de que seja executado um pacote de estímulos na China, de forma a impulsionar aquela que é a maior economia importadora de petróleo do mundo.
Esta expectativa tem ofuscado as declarações e perspetivas "hawkish" da Reserva Federal (Fed) norte-americana e do Banco Central Europeu (BCE).
Assim, o West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque –valoriza 0,30% para 70,83 dólares por barril.
O Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – soma 0,32% para 75,91 dólares por barril.
Entre quedas e subidas, o ouro está exatamente a negociar na mesma fasquia em que estava na passada sexta-feira: 1.961 dólares por onça.
O metal amarelo segue a subir 0,15% para 1.961,30 dólares por onça. Prata, platina e paládio seguem esta tendência positiva.
Do arranque até meados desta semana, o metal amarelo desvalorizou, tendo subido na quinta-feira, um dia depois de a Fed decidir fazer uma pausa na subida dos juros diretores e no mesmo dia em que o BCE anunciou um aumento das taxas de juro diretoras em 25 pontos base.
O iene cede 0,58% para 0,0071 dólares, estando perto de mínimos de sete meses, depois de o Banco do Japão ter decidido manter a sua política monetária restritiva.
O euro negoceia na linha de água (0,03%), um dia depois de BCE ter subido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base e se ter posicionado para uma trajetória "hawkish".
O índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas rivais – sobe 0,18% para 102,29 depois de ter recuado esta quinta-feira.
Os juros agravam-se na Zona Euro, numa altura em que o líder do banco central alemão apela à manutenção da política monetária restritiva do BCE, um dia depois de a autoridade monetária ter aumentado os juros diretores em 25 pontos base e ter apontado para a continuação da subida das taxas de juro.
A "yield" das Bunds alemãs a dez anos – referência para o mercado europeu – agravam 2,6 pontos base para 2,524%.
Os juros das obrigações portuguesas com vencimento em 2033 somam 2 pontos base para 3,151%.
A "yield" da dívida espanhola com a mesma maturidade cresce 1,3 pontos base para 3,450%.
Os juros das obrigações italianas a dez anos somam 0,4 pontos base para 4,126%.
O presidente do Budensbank, Joachim Nagel, salientou que as taxas de juro devem aumentar depois do verão, para fazer frente à inflação.
A Europa começou o dia no verde, apontando para uma semana de ganhos, seguindo a tendência global. Os investidores estão animados com a possibilidade da aplicação de um pacote de estímulos que impulsione a economia, acabando por ofuscar as declarações "hawkish" dos bancos centrais.
O Stoxx 600 – índice de referência para o bloco – cresce 0,41% para 466,24 pontos. Entre os 20 setores que comandam o "benchmark" europeu, produtos para o lar e viagens comandam os ganhos.
Entre as principais praças europeias, Frankfurt valoriza 0,25%, Paris avança 0,50% e Madrid sobe 0,52%.
Londres arrecada 0,52%, Amesterdão avança ligeiramente (0,09%) e Milão soma 0,59%.
Por cá, a bolsa de Lisboa segue a tendência europeia e valoriza 0,38%.
O Goldman Sachs reviu em alta o "outlook" para o Stoxx 600 a seis meses de 470 para 480 pontos, assim como as prespetivas a três meses, para 470 pontos, e a 12 meses (500 pontos).
A nível global, o índice MSCI World Index terminou esta semana a subir 2,9%, estando prestes a registar a melhor semana desde março.
As taxas Euribor subiram esta sexta-feira a três, a seis e a 12 meses para novos máximos desde dezembro de 2008, no prazo mais longo para níveis superiores a 4%, depois de o BCE ter subido as taxas pela oitava reunião consecutiva.
A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje para 4,020%, mais 0,055 pontos do que na quinta-feira e um novo máximo desde dezembro de 2008.
Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representa 41% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representam 33,7% e 22,9%, respetivamente.
A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,757% em abril para 3,862% em maio, mais 0,103 pontos.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho de 2022, avançou hoje, ao ser fixada em 3,822%, mais 0,004 pontos e um novo máximo desde dezembro de 2008.
A média da Euribor a seis meses subiu de 3,516% em abril para 3,682% em maio, mais 0,166 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses subiu hoje, ao ser fixada em 3,572%, mais 0,025 pontos e também um novo máximo desde dezembro de 2008.
A média da Euribor a três meses subiu de 3,179% em abril para 3,372% em maio, ou seja, um acréscimo de 0,193 pontos percentuais.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 15 de junho, o BCE voltou a subir, pela oitava reunião consecutiva, mas como em 4 de maio em apenas 25 pontos base, as taxas de juro diretoras, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 8 de setembro.
Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
As bolsas norte-americanas abriram no verde, impulsionadas pelas expectativas de que a China vai avançar com um pacote de estímulos para dar força à economia. A dar gás às bolsas do outro lado do Atlântico está também o bom desempenho de empresas ligadas à inteligência artificial (IA).
Depois de terem fechado o sexto dia consecutivo de ganhos, o S&P 500 sobe 0,39% para 4.443,23 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite cresce 0,29% para 13.823,03 pontos. Já o industrial Dow Jones valoriza 0,37% para 34.535,37 pontos.
Os investidores acreditam que as taxas de juro norte-americanos estão perto do pico, apesar de a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos, à semelhança de outros bancos centrais, ter alertado que o combate à inflação ainda não terminou. A apoiar a visão dos investidores está o facto de o aumento dos preços no consumidor nos EUA estar a abrandar - a inflação recuou para os 4% em maio.
A Fed manteve as taxas de juro inalteradas na reunião de política monetária de quarta-feira - num intervalo entre 5% e 5,25% - mas referiu, contudo, que isto não significa o fim dos aumentos. Isto porque o "dot plot" - mapa que mostra como cada representante do banco central estima as mexidas nos juros diretores - estima que a taxa dos fundos federais deverá estar nos 5,6% (valor mediano) no final de 2023, o que faz antever subidas adicionais.
Já o Banco Central Europeu (BCE) voltou a subir as taxas de juro em 25 pontos base para o nível mais alto desde 2001, com a presidente da autoridade monetária, Christine Lagarde, a garantir que o banco central mantém-se empenhado em assegurar que a inflação regressa aos 2%.
O ouro está a desvalorizar ligeiramente, com o dólar a subir de mínimos de um mês face ao euro, mas ainda assim com as expectativas de maiores subidas das taxas de juro pela Reserva Federal norte-americana a manterem os ganhos limitados.
O metal precioso recua 0,14% para 1.955,29 dólares por onça.
No mercado cambial, o dólar avança 0,07% para 0,9143 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas rivais – sobe 0,18% para 102,299. Já a libra está a caminho do maior ganho semanal em seis nesta sexta-feira, depois de vários dias de dados económicos e decisões de política monetária dos bancos centrais, que se antecipam a uma decisão do Banco de Inglaterra, que deverá, segundo o mercado, subir os juros diretores em 25 pontos base.
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em alta nos principais mercados internacionais, animados sobretudo pela fraca robustez do dólar.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 0,78% para 71,17 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,59% para 76,12 dólares.
No cômputo semanal, os preços da matéria-prima seguem a caminho de um saldo positivo.
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro terminaram a sessão a aliviar, com os investidores a apostarem nas obrigações, num dia em que também as bolsas europeias negociaram em alta.
Esta sexta-feira, o presidente do Bundesbank e membro do conselho do Banco Central Europeu, Joachim Nagel, afirmou que o ciclo de aperto da política monetária pode ter de se estender para além do verão. Ainda a discursar hoje e a apoiar a perspetiva de Nagel estiveram responsáveis dos bancos centrais da Áustria, Eslovénia e Lituânia.Já Pierre Wunsch, governador do banco central da Bélgica, foi ainda mais "hawkish" e indicou que a subida das taxas de juro se pode manter além de setembro.
Após estas declarações, o mercado, que esta quinta-feira - após a decisão de subida dos juros pelo BCE em 25 pontos base - previa apenas mais um incremento das taxas de juro, aponta agora para um novo aumento em setembro.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, aliviou 2,9 pontos base para 2,47%, enquanto os juros da dívida pública italiana recuaram 9,6 pontos base para 4,026%.
Os juros da dívida portuguesa com a mesma maturidade decresceram 4,4 pontos base para 3,087%, ao passo que os juros da dívida francesa se reduziram em 4,6 pontos base para 2,97% e os da dívida espanhola aliviaram 6,1 pontos base para 3,376%.
Fora da Zona Euro, as rendibilidades da dívida britânica a dez anos agravaram-se 2,8 pontos base para 4,403%, com os investidores a aguardarem a reunião de política monetária do Banco de Inglaterra - que se realiza na próxima quinta-feira, 22 de junho.
As bolsas europeias fecharam com ganhos no último dia de uma semana que ficou marcada por decisões de política monetária por parte de grandes bancos centrais, como a Reserva Federal (Fed) norte-americana e o Banco Central Europeu (BCE).
A Fed optou por manter as taxas de juro inalteradas - num intervalo entre 5% e 5,25% -, enquanto o BCE subiu as três taxas diretoras em 25 pontos base. Apesar das diferentes abordagens, ambos os bancos centrais reforçaram que a batalha contra a inflação não acabou.
Contudo, as perspetivas de que o pico das taxas pode estar perto, aliadas às expectativas de que a China vai avançar com um pacote de estímulos para impulsionar a economia e ao interesse em torno das empresas de inteligência artificial, parecem estar a dar alento às bolsas.
O Stoxx 600, referência para a região, subiu 0,52% para os 466,80 pontos, tendo também registado o maior ganho semanal em dois meses (1,5%). Praticamente todos os 20 setores fecharam o dia com ganhos, tendo os setores dos artigos para o lar e das utilities (água, luz e gás) sido os que mais valorizaram, com um avanço de 1,76% e 1,25%, respetivamente.
Apenas os setores da tecnologia e dos recursos naturais terminaram a sessão com perdas (-0,30% e -0,59%).
Entre as principais praças europeias, o alemão Dax cresceu 0,41%, o francês CAC-40 somou 1,34%, o italiano FTSE Mib valorizou 0,47%, o espanhol Ibex 35 subiu 0,68%, o britânico FTSE 100 avançou 0,19% e o AEX, em Amesterdão, cresceu 0,01%.
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