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Abrandamento da inflação dá subida à maioria da Europa. Petróleo recua

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta segunda-feira.

16 de Janeiro de 2023 às 17:43
Europa não abranda nos ganhos e deve abrir no verde. Ásia segue "rally" com ganhos na China

Os principais índices europeus estão a apontar para um início de semana em terreno positivo, animados pelos ganhos na Ásia e também no fecho de Wall Street na passada sexta-feira.

Os dados das últimas semanas que mostram a inflação a abrandar têm dado mais força aos ativos de risco. Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 sobem assim 0,5%.

Na Ásia a sessão foi positiva, com as praças chinesas a darem continuidade ao "rally", à medida que a reabertura do país se vai concretizando. Ao mesmo tempo, o relaxamento da regulação relativamente ao setor tecnológico chinês parece também estar a influenciar a negociação.

As ações chinesas têm registado das melhores performances este ano, ao passo que as japonesas têm estado entre as piores, numa altura em que os investidores têm sido cautelosos com o fim da política ultra "dovish" do Banco do Japão, que deverá valorizar o iene.

O "rally" de reabertura da China tem "mais para dar" e "vai haver uma rotação na região, que está em curso, da Índia e Austrália, que foram líderes em 2022, para a região do norte da Ásia, China e Coreia", explicou o analista Sunil Koul, analista do Goldman Sachs, à Bloomberg.

Na China, Xangai avançou 1,4%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, subiu 0,7%. Na Coreia do Sul, o Kospi ganhou 0,9%. No Japão, o Topix desceu 0,8% e o Nikkei perdeu 1,2%.

Petróleo cai e gás desvaloriza com baixas temperaturas sem risco para fornecimento de energia

O petróleo está a desvalorizar, depois de oito sessões de ganhos, numa altura em que os "traders" deverão estar a retirar liquidez do mercado, uma vez que o crude chegou a tocar em máximos de outubro.

A reabertura da China tem dado força aos preços do "ouro negro", com os analistas a esperarem que as importações de crude chinesas atinjam um recorde este ano. A somar-se às expectativas da China está também a crescente expectativa de que as subidas dos juros diretores por parte da Reserva Federal norte-americana estejam a chegar ao fim. 

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, perde 1,1% para 78,98 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 1,2% para 84,26 dólares.

"Ao passo que a China foi o condutor primário das 'commodities' na semana passada, o sentimento dos 'traders' também foi alavancado pelas expectativas de que a Fed vai desacelerar na subida das taxas de juro", explicou o analista James Whistler, da Vanir Global Markets, à Bloomberg.

Esta semana, os investidores vão estar também atentos ao "outlook" para o petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). O cartel mostra as perspetivas para 2023 na terça-feira e a IEA na quarta-feira. 

No mercado do gás, os futuros estão em rota de desvalorização, numa altura em que o fornecimento desta matéria-prima aos países europeus não deverá permitir que se gerem disrupções neste mercado, mesmo numa semana de temperaturas abaixo da média.

Os analistas estão assim otimistas de que a Europa saia deste inverno sem grandes flutuações nos preços, racionamento de energia ou, em caso extremo, apagões.

A produção de energia renovável está também a contribuir para o menor uso de gás no Velho Continente, com a Alemanha a produzir energia eólica sem precedentes. O Reino Unido também atingiu um recorde na produção de renováveis na semana passada.

No mercado do gás, a matéria-prima negociada em Amesterdão (TTF) – referência para o mercado europeu – desce 1,6% para 63,75 euros por megawatt-hora.

Ouro perde, mas segue perto de máximos de oito meses. Dólar avança após mínimos de sete meses
Ouro perde, mas segue perto de máximos de oito meses. Dólar avança após mínimos de sete meses

O ouro está a registar perdas, ainda assim perto de máximos de oito meses, depois de ter registado a quarta semana no verde. A sustentar a negociação está otimismo de que a Reserva Federal norte-americana possa estar perto de terminar a subida mais agressiva dos juros diretores.

O ouro recua 0,4% para 1.912,56 dólares por onça.

O metal precioso está ainda a ser penalizado pelo dólar, que depois de ter tocado mínimos de sete meses contra as principais divisas rivais, está agora a valorizar, penalizando o ouro que é negociado nesta moeda.

A nota verde avança 0,18% para 0,9255 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força da nota verde contra 10 divisas rivais – soma 0,28% para 102,493 pontos.

Ainda no mercado cambial, o iene atingiu máximos de sete meses contra as principais moedas rivais, com os "traders" a aumentarem as expectativas de que o Banco do Japão intervenha no mercado da dívida para controlar a "yield", ou abandone totalmente esse mecanismo, já na próxima reunião de política monetária, esta quarta-feira.

Juros agravam-se com previsão de taxas dos depósitos do BCE a atingirem 3,25% em maio

Os juros das obrigações a dez anos da Zona Euro estão a agravar-se esta segunda-feira, com os economistas ouvidos pela Bloomberg a esperarem que as taxas dos depósitos subam dos atuais 2% até um pico de 3,25% em maio. Em junho, a mediana das estimativas aposta numa estabilização, seguindo-se um alívio de 25 pontos em julho, para os 3%.

Chegado a esse patamar, antecipam os economistas, as taxas deverão manter-se inalteradas nos 3% até final do ano.

A "yield" das Bunds alemãs a dez anos – referência para o mercado europeu – avança 2,9 pontos base para 2,191%.

Por sua vez, os juros da dívida italiana a dez anos sobem 5,5 pontos base para 4,046%.

Na Península Ibérica, a "yield" da dívida portuguesa a dez anos soma 2,7 pontos base para 3,101%, enquanto os juros das obrigações espanholas com a mesma maturidade aumentam 2,9 pontos base para 3,187%.

Fora da UE os juros das obrigações do Reino Unido a dez anos agravam-se 4,2 pontos base para 3,403%.

Europa mista entre inflação e resultados de empresas. Lisboa inverte e cai

As principais praças do Velho Continente abriram a negociar de verde, mas rapidamente entraram em terreno misto. A influenciar a negociação estão, por um lado, expectativas de que a inflação continue a diminuir e, por outro, maior cautela com as empresas a começarem a revelar resultados relativos a 2022.

O índice de referência europeu, Stoxx 600, sobe 0,08% para 452,9 pontos. A registar os maiores ganhos está o setor alimentar e de media. Nas maiores quedas estão as viagens e o setor mineiro.

Depois dos principais indices europeus terem registado um início de ano positivo, as contas das empresas vão ser o principal foco nas próximas semanas, com os investidores a tentarem compreender até que ponto foram capazes de combater a inflação e as dificuldades económicas do ano passado.

"Os mercados podem vir ainda a registar maiores ganhos a curto prazo, dado que muitas estratégias permanecem sub-investidas e podem ser reforçadas", disse Ulrich Urbahn, analista da Berenberg, à Bloomberg.

"A médio prazo, consideramos que os investidores vão olhar menos para a inflação e mais para dados económicos de crescimento. Tendo em conta a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos é provável que a volatilidade regresse ao longo do ano", rematou ainda.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o britânico FTSE 100 avança 0,08% e o alemão Dax soma 0,07%. O espanhol IBEX 35 perde 0,34%, em Amesterdão, o AEX, recua 0,05% e o italiano FTSEMIB, bem como o francês CAC-40 cede 0,04%. Já em Lisboa, o PSI inverteu da abertura positiva e recua 0,40%.

Taxas Euribor sobem a três meses para novo máximo desde janeiro de 2009

As taxas Euribor subiram esta segunda-feira a três e a 12 meses, no prazo mais curto para um novo máximo desde janeiro de 2009, e desceram a seis meses em relação a sexta-feira.

A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 6 de junho, recuou para 2,843%, menos 0,033 pontos e contra o máximo desde janeiro de 2009, de 2,876%, verificado em 13 de janeiro.

A média da Euribor a seis meses subiu de 2,321% em novembro para 2,560% em dezembro.

A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).

Em sentido contrário, a Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, subiu esta segunda-feira, ao ser fixada em 2,334%, mais 0,006 pontos e um novo máximo desde janeiro de 2009.

A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).

A média da Euribor a três meses subiu de 1,825% em novembro para 2,063% em dezembro.

No mesmo sentido, no prazo de 12 meses, a Euribor avançou esta segunda-feira, ao ser fixada em 3,332%, mais 0,017 pontos, contra 3,370% em 11 de janeiro, um máximo desde dezembro de 2008.

Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.

A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,828% em novembro para 3,018% em dezembro.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Na última reunião de política monetária, em 15 de dezembro, o BCE aumentou em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, desacelerando assim o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho, o BCE tinha aumentado pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Lusa

Bolsa de Lisboa caminha para máximos de quatro meses

A bolsa de Lisboa prepara-se para fechar em máximos de quatro meses. O PSI sobe 0,24% para os 6.045,91 pontos, sendo que se a sessão terminasse agora renovaria máximos desde meados de setembro. 

Das 15 cotadas que compõem o índice, 11 seguem a registar ganhos, duas perdas e duas inalteradas. 

A liderar as subidas segue a Mota-Engil, com um avanço de 4,13% para os 1,36 euros por título, seguida pelo BCP, que valoriza 0,63% para os 19,07 cêntimos por ação. Também a Galp e a Greenvolt seguem a negociar com ganhos, 0,51% e 0,38%, respetivamente.

Já a Jerónimo Martins, cotada com mais peso no índice lisboeta, cede 0,39% para os 20,30 euros por ação. 

A REN e os CTT seguem a negociar sem qualquer alteração, com cada título a valer 2,56 euros e 3,24 euros, respetivamente.

Ouro e euro recuam perante avanço do dólar

O ouro caiu de máximos de oito meses, à medida que o dólar avança, tornando o investimento no metal amarelo mais oneroso para quem negoceia com outras moedas.

O ouro perde 0,24% para 1.915,71 dólares por onça, ainda assim o metal segue a ser negociado acima da fasquia dos 1.900 dólares a onça. Prata, platina e paládio seguem esta tendência negativa. 

Na semana passada, o metal amarelo somou 2,9% depois de o recuo da inflação nos EUA ter sustentado a expectativa do mercado acerca de um abrandamento do ritmo da subida das taxas de juro por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed).

Já o índice do dólar da Bloomberg - que compara a força da nota verde contra 10 divisas rivais - cresce 0,16% para 102,371 pontos, depois de ter caído para mínimos de sete meses.

Ainda no mercado cambial, o euro regista um ligeiro recuo (-0,08%) para 1,0821 dólares, depois de ter começado o dia em máximos de nove meses (1,0874 dólares).

Esta semana, além dos dados macroeconómicos, os investidores vão estar atentos à declarações dos membros votantes do Comité Federal do Mercado Aberto (na sigla inglesa FMOC) da Fed, John Williams, Lael Brainard e Christopher Waller.

Petróleo cede com pressão da covid-19
Petróleo cede com pressão da covid-19

Depois de sete sessões consecutivas em alta, os preços do petróleo seguem hoje em terreno negativo, pressionados pela informação de que o número de mortes por covid-19 na China está a aumentar.

 

Ainda assim, as cotações mantêm-se em torno de máximos deste mês, com a flexibilização das restrições chinesas no combate à pandemia a criarem a expectativa de uma retoma da procura por parte do maior importador mundial de crude.

 

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, cede 0,88% para 79,16 dólares por barril. O volume de negociação está a ser fraco, devido ao feriado nos EUA.

 

Já o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,84% para 84,56 dólares.

Juros fecham mistos na Zona Euro

Os juros das dívidas soberanas fecharam mistos na Zona Euro, num dia em que as bolsas europeias fecharam maioritariamente no verde. O desempenho dos mercados aponta que os investidores se dividiram entre a procura por ativos seguros, como as obrigações, e pelos ativos de risco, como as ações.

A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a 10 anos, referência para a região, agravou-se em 0,6 pontos base para os 2,168%, enquanto os juros da dívida pública italiana na mesma maturidade subiram 0,8 pontos base para os 3,999%. 

Já os juros da dívida francesa cresceram 0,6 pontos base para os 2,635%, a "yield" da dívida de Espanha aliviou 0,2 pontos base para os 3,156% e os juros da dívida portuguesa caíram 0,5 pontos base para os 3,069%.

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica a 10 anos agravaram-se em 1,8 pontos base para os 3,380%.

Abrandamento da inflação dá subida à maioria da Europa

As bolsas europeias fecharam mistas, apesar de a maioria ter fechado a sessão com ganhos. A impulsionar os índices estiveram as expetativas de que a inflação irá continuar a abrandar. 

O Stoxx 600, referência para a região, valorizou 0,46% para os 454,63 pontos, com os setores do imobiliário e do retalho a darem o maior contributo, ao subirem 2,12% e 1,26%. 

Nas principais praças europeias, o alemão Dax subiu 0,31% para os 15.134,04 pontos, o francês CAC-40 somou 0,28% para os 7043,31 pontos, enquanto o espanhol Ibex desvalorizou 0,12% para os 8871,10 pontos. Já o italiano FTSE Mib cresceu 0,46% para os 25.901,33 pontos, o britânico FTSE 100 avançou 0,20% para os 7860,07 pontos e o AEX, em Amesterdão, valorizou 0,04% para os 748,35 pontos. 

Além do espanhol Ibex, também a bolsa de Lisboa fechou com perdas (-0,26%).

O alívio das políticas de combate à covid-19 na China, aliado a um recuo da inflação, tem beneficiado as bolsas europeias, que arrancaram as primeiras duas semanas do ano sobretudo com ganhos. As temperaturas acima do esperado para a altura do ano também ofereceram algum alívio nas preocupações quanto a uma crise energética na região, tema que em 2022 dominou a agenda.

Esta quarta-feira será divulgada a leitura final da inflação de dezembro na Zona Euro. De acordo com a estimativa rápida, divulgada no passado dia 6 de janeiro, o índice de preços no consumidor abrandou pela segunda vez consecutiva em dezembro, atingindo uma variação homóloga de 9,2%.

Os investidores preparam-se agora para as contas das empresas cotadas em bolsa, dados estes que poderão impulsionar ou travar o desempenho das principais praças europeias.

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