Fecho dos mercados: Petróleo afunda após subida das reservas e juros de Itália aceleram
O petróleo está a sofrer quedas acentuadas devido a novo aumento das reservas nos EUA, os resultados pressionaram as bolsas europeias e Itália está a penalizar o euro e a dívida do país.
Os mercados em números
PSI-20 subiu 0,3% para 5.058,08 pontos
Stoxx 600 caiu 0,40% para 363,54
S&P 500 desvaloriza 0,04% para 2.808,68 pontos
"Yield" 10 anos de Portugal estável em 1,944%
Euro cede 0,29% para 1,1541 dólares
Petróleo sobe 0,20% para os 80,42 dólares por barril em Londres
Bolsas europeias voltam às quedas
As bolsas europeias fecharam a sessão em queda, apesar de ainda terem registado um arranque de sessão positivo. Os investidores começaram o dia a demonstrar entusiasmo com os resultados de cotadas apresentados nos últimos dias. Mas os ânimos voltaram a deteriorar-se e as bolsas regressaram às quedas. O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, perdeu 0,40%.
Os investidores aguardam agora pela divulgação das minutas da última reunião da Reserva Federal (Fed) dos EUA para tentarem perceber se serão deixados alguns sinais sobre o futuro da política monetária americana.
Já a bolsa nacional fechou a sessão em alta, num dia em que os títulos da Sonae e dos CTT se destacaram com ganhos superiores a 2,5%.
Juros da dívida italiana voltam a subir
Depois de duas sessões a aliviar, os juros italianos voltam a agravar-se esta quarta-feira. A "yield" das obrigações soberanas a 10 anos sobe 8,5 pontos base para 3,54%, um nível não muito distante dos máximos de quatro anos fixado na semana passada.
O comissário europeu do Orçamento defendeu esta quarta-feira que a Comissão Europeia deveria rejeitar a proposta orçamental apresentada pelo governo italiano. Apesar de ressalvar que esta é a sua opinião pessoal, as declarações de Günther Oettinger acabaram por adensar ainda mais a probabilidade de um embate entre Roma e Bruxelas. A pressionar as obrigações italianas também está o anúncio por parte do Governo transalpino de que vai avançar com a recompra de obrigações de maturidades longas, o que levou os investidores a vender títulos no mercado secundário.
Na dívida portuguesa foi uma sessão de fracas oscilações, num dia e que ao IGCP emitiu dívida de curto prazo com taxas negativas, mas com condições menos favoráveis do que em leilões anteriores. A taxa das obrigações a 10 anos sobe 0,4 pontos base para 1,944%.
Euro pressionado por Itália
A moeda europeia também está a ser pressionada pelas questões em torno do orçamento italiano, tendo chegado a afundar perto de 0,5% e perto de quebrar a barreira dos 1,15 dólares quando os juros das obrigações italianas aceleraram as subidas. O euro segue agora a recuar 0,29% para 1,1541 dólares, numa sessão em que o dólar está a ganhar terreno contra as principais divisas mundiais, devido ao seu estatuto de activo refúgio. O índice do dólar valoriza 0,4%.
Euribor a seis meses desce
A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, desceu 0,1 pontos base para -0,266%, o que compara com o actual mínimo de sempre, de -0,279%, registado pela primeira vez em 31 de Janeiro de 2018. A Euribor a três meses ficou estável em -0,318% e no prazo a 12 meses também ficou igual à última sessão, em -0,156%.
Petróleo afunda após reservas
As cotações do petróleo desceram abaixo dos 70 dólares em Nova Iorque e 80 dólares em Londres, em reacção ao relatório divulgado pelo Departamento de Energia dos EUA, que mostra um aumento nas reservas pela quarta semana seguida, o que já não acontecia desde o início de 2017. Além da subida, o aumento dos "stocks" na semana passada quase duplicou o esperado pelos analistas, indicando que há um excesso de oferta no mercado.
Em Londres o Brent desvaloriza 2,19% para 79,63 dólares e em Nova Iorque cede 2,89% para 69,84 dólares, sendo que chegou já a cair mais de 3%.
Ouro em alta ligeira
O metal precioso recuperou das perdas iniciais da sessão e segue agora em alta ligeira. A onça de ouro está a subir 0,09% para 1.226,02 dólares, prolongando a tendência de recuperação registada nas últimas sessões e antes da Reserva Federal divulgar as minutas da última reunião, que poderão dar mais sinais sobre o rumo da política monetária na maior economia do mundo.
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