Fecho dos mercados: Bolsa e juros recuam, euro e petróleo avançam
A Bolsa de Lisboa recuou ligeiramente, em contraciclo com as principais praças europeias. O euro está a subir e os juros da dívida soberana recuam, num dia em que as atenções estão voltadas para a reunião do Eurogrupo.
Os mercados em números
PSI-20 caiu 0,01% para 5.583,05 pontos
Stoxx 600 subiu 0,13% para 384,22 pontos
S&P 500 valoriza 1,03% para 2.122,13 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal recua 5,3 pontos base para 3,111%
Euro sobe 0,57% para 1,1402 dólares
Petróleo avança 0,22%, para 64,01 dólares por barril, em Londres
Energia penaliza bolsa de Lisboa
A bolsa de Lisboa encerrou a desvalorizar ligeiramente, em contraciclo com as principais praças europeias. O Stoxx 600, que reúne as 600 principais cotadas da Europa, avançou 0,13%. Em Portugal, o PSI-20 foi penalizado principalmente pela queda das energéticas e do BCP. A EDP Renováveis deslizou 2,27% para 6,34 euros, enquanto a EDP recuou 0,24% para 3,378 euros. A Galp Energia também pressionou, ao recuar 0,56% para 10,72 euros. Na banca, o BCP desceu 0,89% para 7,8 cêntimos, numa sessão em que a negociação das acções do BPI foi suspensa pela CMVM.
Juros e prémio de risco recuam
Os juros da dívida portuguesa estão a aliviar pela terceira sessão consecutiva, acompanhando a tendência nos países periféricos da Zona Euro, incluindo a Grécia. A "yield" das obrigações a 10 anos está a recuar 5,3 pontos base para 3,111%. Na Alemanha, a queda dos juros é muito menos expressiva, fazendo diminuir o prémio de risco que os investidores pagam para apostar na dívida portuguesa em detrimento das "bunds" para 230,4 pontos base.
Euribor em mínimo histórico há sete sessões
A Euribor a três meses continua inalterada no valor mais baixo de sempre. A taxa está fixada em -0,014% há sete sessões consecutivas. Este importante indexante nos créditos à habitação em Portugal tem renovado mínimos históricos na sequência da política monetária do Banco Central Europeu (BCE).
Euro avança em dia de Eurogrupo
O euro está a avançar esta quinta-feira, enquanto decorre o Eurogrupo, em que os ministros das Finanças debatem a situação grega. A moeda única está a avançar 0,57% para 1,1402 dólares. A ajudar o euro está a pressão sobre o dólar, causada pela divulgação, esta quinta-feira, da taxa de inflação inferior às estimativas reveladas ontem pela Reserva Federal (Fed) dos EUA.
Petróleo sobe com dólar mais fraco
O petróleo está a valorizar nos mercados internacionais, beneficiando da queda do dólar, que torna o investimento na matéria-prima mais atractivo. O Brent do Mar do Norte, negociado em Londres, está a avançar 0,22% para 64,01 dólares. Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) valoriza 0,33% para 60,12 dólares.
Ouro brilha depois da reunião da Fed
O ouro está a valorizar 1,17% para 1199,38 dólares por onça, na sessão após a Fed indicar que irá subir os juros de forma "gradual". A taxa de inflação nos EUA inferior ao estimado pelo banco central, divulgada esta quinta-feira, reforça a perspectiva de que a subida dos juros poderá mais lenta do que o esperado. Adiar a subida dos juros torna o investimento neste "metal de refúgio" mais atractivo.
Destaques do dia
Juros da Grécia deslizam e bolsa sobe em dia de Eurogrupo que se prevê inconclusivo. A expectativa em torno do Eurogrupo desta quinta-feira é muito baixa no que se refere a qualquer acordo entre a Grécia e os restantes países da Zona Euro. Ainda assim, nos mercados houve algum alívio de pressão, com os juros a deslizarem e a bolsa a subir.
Eurogrupo começa sem expectativa de acordo. Antes do início da reunião, Lagarde avisou que, se a Grécia não pagar ao FMI a 30 de Junho, não haverá "período de graça" nem adiamentos. Atenas entrará em 'default' a 1 de Julho.
CMVM critica analistas na queda da PT e do BES. Carlos Tavares, presidente do regulador do mercado nacional, acusa os analistas financeiros de passividade no alerta para os riscos para os investidores, tanto no caso das aplicações da PT como na exposição do BES a Angola.
CMVM suspende negociação das acções do BPI. A negociação do BPI em bolsa foi suspensa pelo regulador do mercado à espera que seja divulgada informação relevante. Esta decisão surge depois de ontem os accionistas do banco terem chumbado a proposta de desblindagem dos estatutos, essencial para a OPA do CaixaBank. Os analistas apostam num aumento da contrapartida.
Barclays volta a ser o banco com mais processos de mediação. O número de processos de mediação no crédito iniciados no ano passado diminuiu em 6%. Contudo, do total de processos, o Barclays voltou a ser a instituição com o maior número de mediações, refere o Relatório de Actividade de 2014.
O que vai acontecer amanhã
Ecofin. Reunião dos ministros da Economia e das Finanças da União Europeia, no Luxemburgo.
Espanha. Data agendada para possível revisão do "rating" da Espanha pela agência de notação financeira Moody’s.
Zona Euro. Custos do trabalho, no primeiro trimestre [anterior: 1,1%].
Zona Euro. Conta corrente, em Abril [anterior:24,9 mil milhões de euros].
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