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Dúvidas sobre corte dos juros gera fuga ao risco e leva Europa ao vermelho

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta terça-feira.

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operadores, traders, wall street, bolsa Brendan Mcdermid/Reuters
16 de Janeiro de 2024 às 17:54
Futuros da Europa apontam para o vermelho. Ásia perde após três sessões de ganhos

Os principais índices europeus estão a caminho de um início de sessão no vermelho, dando continuidade às perdas registadas na Ásia e nos futuros norte-americanos.

Os investidores estão a avaliar comentários distintos de membros do Banco Central Europeu. Na segunda-feira, Robert Holzmann, governador do Banco Central da Áustria, afirmou que a existência de cortes de juros este ano não é garantida, devido aos riscos derivados da inflação e da situação geopolítica. Já o governador do Bundesbank, Joachim Nagel, mostrou abertura a um corte de juros diretores já este verão.

Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 recuam 0,4%.

Na Ásia a sessão fez-se no vermelho, após três sessões consecutivas de ganhos, com os investidores a afastarem-se dos ativos de risco antes de serem conhecidos alguns dados relevantes sobre a economia chinesa, como o PIB, a produção industrial e as vendas a retalho, esta quarta-feira.

Hong Kong foi um dos registou a maior queda, enquanto as ações japonesas desvalorizaram num sinal de que o Topix poderá estar a entrar em níveis de sobrecompra após oito sessões consecutivas a valorizar. 

Pela China, o Hang Seng, em Hong Kong, perde 1,95% e o Shanghai Composite avança 0,27%. No Japão, o Topix desce 0,82% e o Nikkei recua 0,79%. Na Coreia do Sul, o Kospi cai 1,12%.

Preocupações económicas ofuscam tensões no Médio Oriente. Petróleo recua
Preocupações económicas ofuscam tensões no Médio Oriente. Petróleo recua

O petróleo está a negociar no vermelho, interrompendo os ganhos das últimas sessões, numa altura em que as preocupações com o cresicmento económico se vão sobrepondo às tensões no Médio Oriente que continuam a levar vários navios a optarem por outras rotas que não pelo Canal do Suez.

O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, recua 0,5% para 72,32 dólares por barril. Por sua vez, o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, cede 0,14% para 78,04 dólares por barril.

Algumas preocupações resultam de uma decisão do Banco Popular da China de manter as taxas de juro a médio-prazo inalteradas, gerando renovadas preocupações de que os atuais estímulos não estar a fazer o suficiente para dinamizar a economia chinesa.

"Receios de crescimento económico mais fraco estão a pesar no sentimento relativamente às matérias-primas. Isto apesar do aumento das tensões no Mar Vermelho", referem analistas da ANZ numa nota vista pela Reuters.

Dólar mais forte penaliza ouro
Dólar mais forte penaliza ouro

O ouro está a negociar em ligeira baixa esta terça-feira, numa altura em que a subida do dólar e das "yields" da dívida norte-americana vai colocando pressão no metal precioso.

Os investidores aguardam os discursos de vários membros da Reserva Federal ao longo da semana, à procura de maior clareza sobre as perspetivas no que toca a cortes de juros pelo banco central.

O ouro cede 0,64% para 2.043,42 dólares por onça.

No mercado cambial, o dólar, por sua vez, está a ganhar força antes do discurso do membro do conselho de governadores da Fed, Cristopher Waller, o principal evento da semana, argumenta o analista do City Index Matt Simpson em declarações à Reuters.

A divisa norte-americana soma 0,46% para 0,9174 euros, enquanto o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da "nota verde" contra 10 divisas rivais - ganha 0,56% para 102,978 pontos.

"Com vários cortes de juros a serem incorporados pelo mercado, não me surpreenderia se Waller se sentisse inclinado a reduzir as expectativas", acrescentou Simpson.

Juros agravam-se ligeiramente na Zona Euro

Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a agravar-se muito ligeiramente esta terça-feira.

Os investidores estão aguardar a divulgação de um inquérito do Banco Central Europeu sobre as expectativas relativamente à evolução da inflação no Velho Continente.

Esta manhã o governador do Banco de França, François Villeroy de Galhau, num painel em Davos, enfatizou que não é possível prever quando o BCE vai começar a cortar juros, uma vez que o banco central está dependente de dados e não de um calendário.

Os juros da dívida portuguesa a dez anos avançam 0,1 pontos base para 3,037%. A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, soma 0,4 pontos para 2,234%.

A rendibilidade da dívida espanhola acresce 0,4 pontos base para 3,149%, ao passo que os juros da dívida italiana somam 1,3 pontos para 3,811% e os da dívida francesa avançam 0,4 pontos para 2,730%.

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica agravam-se 1,1 pontos base para 3,782%.

Os investidores viram-se agora nos números da inflação final de dezembro na Alemanha e em Itália.

Europa no vermelho com "timing" de corte de juros pelo BCE a ser desafiado
Europa no vermelho com 'timing' de corte de juros pelo BCE a ser desafiado

Os principais índices europeus estão a negociar no vermelho, com quase todos os setores igualmente em baixa, com os investidores a reavaliarem as expectativas relativamente a cortes dos juros diretores pelo Banco Central Europeu, depois de comentários mais "hawkish" de membros do BCE.

O índice de referência, Stoxx 600, desce 0,5% para 471,81 pontos. A registar a maior queda está o setor da banca que caiu 1%, seguido pelo do retalho e o automóvel.

Os investidores estão em ambiente de aversão ao risco, particularmente depois dos comentários do governador do Banco Central da Áustria, Robert Holzmann, que esta segunda-feira afirmou que a possibilidade de cortes de juros este ano não é garantida, devido a riscos derivados da inflação e da situação geopolítica.

Entre os movimentos de mercado, a Lindt sobe 5,8% após ter ultrapassado as previsões de vendas nos resultados de 2023. A retalhista britânica Ocado ganha 6,91% depois de ter divulgado os números do quarto trimestre que foram acima das expectativas.

A Hugo Boss, por sua vez, cai mais de 10%, após os analistas terem anunciado que a fabricante de roupa alemã vai ficar "ligeiramente" abaixo do esperado no EBIT de 2023.

"O mercado acionista europeu deve recuar face aos ganhos no quarto trimestre de 2023, à medida que a confiança relativamente a uma rápida desinflação e cortes de juros mais cedo do que o esperado começa a ser testada", indicou à Bloomberg a estratega Lindsay James da Quilter Investments.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax perde 0,43%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,43%, o italiano FTSEMIB recua 0,59%, o britânico FTSE 100 cai 0,37% e o espanhol IBEX 35 perde 0,79%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,29%.

Taxa Euribor desce a três e a seis meses e sobe a 12 meses

A taxa Euribor desceu hoje a três e a seis meses e subiu a 12 meses face a segunda-feira e manteve-se abaixo de 4% nos três prazos.

Com as alterações de hoje, a Euribor a três meses, que recuou para 3,894%, ficou acima da taxa a seis meses (3,867%) e da taxa a 12 meses (3,596%).

A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 28 de novembro, avançou hoje para 3,596%, mais 0,026 pontos do que na segunda-feira, depois de ter avançado em 29 de setembro para 4,228%, um novo máximo desde novembro de 2008.

Segundo dados do BdP referentes a outubro de 2023, a Euribor a 12 meses representava 37,8% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 35,9% e 23,6%, respetivamente.

Já no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, caiu hoje, para 3,867%, menos 0,007 pontos que na sessão anterior e contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,143%, registado em 18 de outubro.

No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou hoje face à sessão anterior, ao ser fixada em 3,894%, menos 0,034 pontos e depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.

A média da Euribor em dezembro desceu 0,037 pontos para 3,935% a três meses (contra 3,972% em novembro), 0,138 pontos para 3,927% a seis meses (contra 4,065%) e 0,343 pontos para 3,679% a 12 meses (contra 4,022%).

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de dezembro, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela segunda vez (consecutiva) desde 21 de julho de 2022.

A próxima reunião de política monetária do BCE, que será a primeira deste ano, realiza-se em 25 de janeiro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

*Lusa

Wall Street retoma negociação no vermelho

As bolsas norte-americanas abriram em terreno negativo, num dia em que os investidores digerem os resultados de dois gigantes de Wall Street e aguarda por pistas sobre os próximos passos da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos.

O Goldman Sachs e o Morgan Stanley apresentaram resultados do quarto trimestre acima do esperado em áreas chave, com as unidades de gestão de fortunas a darem impulso. Ainda assim, viram os lucros recuar face ao período homólogo. 

O S&P 500 cede 0,36% para 4.766,45 pontos, o industrial Dow Jones recua 0,39% para 37.444,66 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite desliza 0,41% para 14.912,11 pontos. 

Entre as principais movimentações, o Morgan Stanley perde 3,05%, enquanto o Goldman Sachs cede 0,02%.

As contas dos gigantes surgem numa altura em que os investidores veem as perspetivas para um corte agressivo das taxas de juro serem desafiadas por discursos mais "hawkish" de diferentes membros dos bancos centrais. As atenções estão hoje no discurso de Christopher Waller, membro da Reserva Federal (Fed) norte-americana, em Washington. 

"O facto de os bancos centrais estarem a adiar a redução das taxas de juro não está a ajudar os ativos de risco. O mercado excedeu-se um pouco", afirmou Mohit Kumar, economista na Jefferies International, em declarações à Bloomberg.

Ouro cede com dólar mais forte

O ouro está a desvalorizar, pressionado por um dólar mais forte, numa altura em que os investidores digerem as declarações de diferentes membros da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos na tentativa de perceber a probabilidade de um corte dos juros este ano. 

Sendo cotado em dólares, o ouro tende a ser penalizado por uma nota verde mais forte, uma vez que o torna menos atrativo para quem negoceia com outras moedas.

O ouro perde 0,92% para 2.037,72 dólares por onça, num dia em que os investidores aguardam as declarações de Christopher Waller, membro da Fed. O responsável discursa esta terça-feira em Washington sobre as perspetivas para a economia, sendo a expectativa que as suas palavras ofereçam pistas sobre os próximos passos do banco central.

Noutros metais, o paládio cai 3,39% para 941,63 dólares e a platina recua 1,54% para 902,9 dólares. 

Euro perde face ao dólar
Euro perde face ao dólar

A moeda única europeia cai 0,58% para 1,0886 dólares. 

As declarações "hawkish" por parte de membros do Banco Central Europeu (BCE) estão a levar os investidores a equacionar que também a Fed poderá ter a mesma posição.

Robert Holzmann, governador do banco da Áustria, afirmou ontem que "não devemos contar com uma descida das taxas de juro para 2024" e Joachim Nagel, presidente do Deutsche Bundesbank, defendeu que é "muito cedo" para discutir uma descida dos juros, apesar de ter admitido que poderá ser apropriado fazê-lo no verão.

O discurso de Christopher Waller, membro do banco central norte-americano, esta terça-feira, estará na mira dos investidores, que procuram sinais claros sobre os próximos.

As declarações "hawkish" por parte de membros do Banco Central Europeu (BCE) estão a levar os investidores a equacionar que também a Fed poderá ter a mesma posição.

Robert Holzmann, governador do banco da Áustria, afirmou ontem que "não devemos contar com uma descida das taxas de juro para 2024" e Joachim Nagel, presidente do Deutsche Bundesbank, defendeu que é "muito cedo" para discutir uma descida dos juros, apesar de ter admitido que poderá ser apropriado fazê-lo no verão.

O discurso de Christopher Waller, membro do banco central norte-americano, esta terça-feira, estará na mira dos investidores, que procuram sinais claros sobre os próximos.

Petróleo prossegue movimento de queda

Os preços do "ouro negro" seguem em baixa nos principais mercados internacionais, com os investidores a avaliarem o impacto das tensões no Médio Oriente e a valorização do dólar – numa altura em que diminui a expectativa de corte dos juros diretores nos EUA para breve.

 

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, perde 0,87% para 72,05 dólares por barril.

 

Já em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a recuar 0,23% para 77,97 dólares por barril.

 

A valorização do dólar contribui para pressionar o petróleo, já que é denominado na nota verde e fica, por isso, menos atrativo para quem negoceia com outras moedas.

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Juros agravam-se na Zona Euro

A rendibilidade da dívida italiana aumentou 2,3 pontos base para 3,821%, a da dívida espanhola agravou-se 2,4 pontos para 3,168% e da dívida francesa cresceu 2,3 pontos para 2,749%. 

Dúvidas sobre corte dos juros gera fuga ao risco e leva Europa ao vermelho

As bolsas europeias encerraram a sessão desta terça-feira no vermelho, penalizadas por um menor apetite pelo risco. Isto numa altura em que os investidores reajustam as perspetivas sobre quando começará o BCE a cortar os juros.

A fuga ao risco seguiu-se às palavras de Robert Holzmann, membro do Banco Central Europeu, na segunda-feira. O responsável indicou que não há garantias de que os juros comecem a descer este ano. "Não devemos contar com uma descida das taxas de juro para 2024", afirmou.

O Stoxx 600, referência para a região, deslizou 0,24% para 473,06 pontos, com o setor da banca a liderar as quedas (-1,09%). Também o das "utilities" (água, luz e gás) e o do imobiliário registaram perdas de 1%. 

Entre as principais movimentações, a Hugo Boss tombou 9,65% para 59,9 euros, depois de os lucros operacionais no quarto trimestre terem ficado abaixo das estimativas dos analistas.

Nas principais praças europeias, o alemão Dax30 recuou 0,3%, o francês CAC-40 caiu 0,18%, o espanhol Ibex 35 cedeu 0,82%, o britânico FTSE 100 desvalorizou 0,48% e o AEX, em Amesterdão, perdeu 0,12%. Só o italiano FTSE Mib registou ganhos, embora muito ligeiros (0,03%).

Lindsay James, analista na Quilter Investors, acredita que "as ações europeias deverão devolver alguns dos fortes ganhos conseguidos no quarto trimestre de 2023", numa altura em que declarações mais "hawkish" de membros dos bancos centrais testam a expectativa de um corte dos juros no início deste ano.

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