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Europa encerra última sessão completa do ano sem rumo

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta segunda-feira.

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bolsas mercados graficos traders euronext Kamil Zihnioglu/AP
30 de Dezembro de 2024 às 17:56
Futuros da Europa em queda. Ásia interrompe série de ganhos

Os principais índices europeus estão a apontar para um início de sessão em terreno negativo com os investidores a reajustarem posições no penúltimo dia de negociação do ano, numa altura de maior incerteza.

Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 recuam 0,35%.

Na Ásia, as bolsas interromperam uma série de cinco sessões de ganhos consecutivas e desvalorizaram, com os índices japoneses a acompanharem o "sell-off" registado na sexta-feira em Wall Street. O Topix perde 0,96%, descendo assim de máximos de cinco meses, com os investidores a retirarem mais-valias na última sessão do ano.

Na China, a tecnologia penalizou o Hang Seng que desliza 0,044%.

Os principais índices da região caminham para o primeiro trimestre de perdas do ano, reduzindo os ganhos anuais a 8%. Um dólar mais forte, agravamento das "yields" do Tesouro dos EUA e preocupações relativamente às políticas comerciais do Presidente-eleito Donald Trump têm reduzido o entusiasmo pela região, mesmo com as novas medidas de estímulo à economia anunciadas por Pequim.

Entre outros índices da região, o chinês Shanghai Composite avançou 0,21%, o japonês Topix recuou 0,6% e o sul-coreano Kospi cedeu 0,22%.

Petróleo recua muito ligeiramente. Investidores centram-se em dados dos EUA e da China
Petróleo recua muito ligeiramente. Investidores centram-se em dados dos EUA e da China

Os preços do petróleo estão a recuar muito ligeiramente esta segunda-feira, numa sessão com um volume de negociação reduzido, com os investidores a aguardarem novos dados económicos da economia chinesa e norte-americana, que serão conhecidos no final da semana e deverão dar mais pistas sobre o crescimento económico dos dois maiores consumidores de crude do mundo.

O barril de Brent, referência para a Europa, para entrega em fevereiro cede 0,08%, para os 74,11 dólares. Já os contratos de fevereiro do West Texas Intermediate (WTI), de referência para os EUA, deslizam 0,09%, até aos 70,54 dólares por barril.

Os dois índices valorizaram mais de 1% na semana passada, à boleia de uma retirada maior do que o esperado dos "stocks" de crude nos Estados Unidos, com as refinadoras a aumentarem a atividade e a época festiva a elevar a procura por combustíveis.

Ouro em queda. Atenções viram-se para Fed e Trump
Ouro em queda. Atenções viram-se para Fed e Trump

O ouro está a recuar ligeiramente, com os investidores a aguardarem novos dados económicos que possam dar maior clareza sobre o futuro dos juros diretores nos Estados Unidos, ao mesmo tempo que aguardam a concretização das tarifas que o futuro inquilino da Casa Branca pretende impor.

O ouro perde 0,25% para 2.614,74 dólares por onça.

"As tensões geopolíticas têm sido um fator importante na tendência de subida do ouro este ano e é provável que continuem a fazer parte da narrativa em 2025, especialmente com a entrada de Trump em cena", explicou à Reuters Kelvin Wong, analista da OANDA.

Dólar mantém força do ano e segue em alta
Dólar mantém força do ano e segue em alta

O dólar segue a tendência do ano e negoceia em alta, sustentado por juros da dívida norte-americanos elevados, numa altura em que a pouca liquidez no final do ano mantém as divisas sem grandes flutuações.

O índice do dólar – que mede a força da divisa contra um conjunto de moedas concorrentes - avança 0,09% para 108,09 pontos. A moeda única europeia cede 0,11% para 1,0415 dólares e caminha para uma desvalorização superior a 5% face ao dólar este ano.

"Apesar de os analistas terem previsto, de forma quase universal, um dólar mais fraco em 2024, a 'nota verde' parece estar destinada a fechar o ano em alta em relação a todas as principais moedas", disse à Reuters Chris Weston, analista da Pepperstone.

Juros sem tendência definida na Zona Euro. Investidores centram-se na inflação em Espanha

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a negociar sem tendência definida, numa altura em que os investidores avaliam os últimos números da inflação em Espanha que avançou para 2,8% em dezembro. A aceleração explica-se pelo efeito de base e os economistas ouvidos pela Bloomberg antecipam que em janeiro os preços possam abrandar para perto da fasquia dos 2%.

Os investidores seguem ainda avaliar os comentários de Robert Holzmann, governador do Banco Central da Áustria, que afirmou que o Banco Central Europeu (BCE) poderá entrar em modo de "pausa" nos próximos meses. Uma perspetiva sustentada pelos mais recentes dados da inflação na Zona Euro. Em novembro os preços aceleraram para 2,2%, acima dos 2% registados no mês anterior e ficando acima da meta do BCE nos 2%.

As "yields" das "Bunds" alemãs, de referência para a região e com maturidade a dez anos, somam 0,3 pontos base para 2,396%, enquanto os juros da dívida francesa aliviam 0,1 pontos base para 3,205%.

Por cá, a "yield" da dívida portuguesa a dez anos recua 0,9 pontos base para 2,853%. No país vizinho, os juros da dívida espanhola registam um acréscimo de 0,1 pontos base até aos 3,076%, enquanto as "yields" das obrigações italianas descem 0,5 pontos para 3,534%.

Fora do bloco europeu, os juros das "Gilts" britânicas somam 0,6 pontos base para 4,635%.

Fora do bloco europeu, os juros da dívida britânica somam 7,1 pontos base para 4,631%.

Europa em queda. Inflação em Espanha e BCE em destaque
Europa em queda. Inflação em Espanha e BCE em destaque

Os principais índices europeus estão a negociar maioritariamente em queda na penúltima sessão de negociação do ano, num ano que deverá ficar marcado por ganhos modestos no Velho Continente, o que contrasta com o "rally" em Wall Street.

O índice de referência europeu, Stoxx 600, recua 0,24% para 505,97 pontos, acompanhando a tendência da sessão asiática e de Wall Street na sexta-feira. A registar as maiores quedas está o setor de tecnologia e da indústria que perdem em torno de 0,5%.

Entre os principais movimentos de mercado está a Siemens Healthineers que perde 1,19%, depois de a Siemens ter revelado que vai decidir os planos para esta sua unidade até ao final do próximo ano.

Os investidores seguem a avaliar os últimos números da inflação em Espanha que avançou para 2,8% em dezembro. A aceleração explica-se pelo efeito de base e os economistas ouvidos pela Bloomberg antecipam que em janeiro os preços possam abrandar para perto da fasquia dos 2%.

Ainda em destaque estão os comentários de Robert Holzmann, governador do Banco Central da Áustria, que afirmou que o Banco Central Europeu (BCE) poderá entrar em modo de "pausa" nos próximos meses. Uma perspetiva sustentada pelos mais recentes dados da inflação na Zona Euro. Em novembro os preços aceleraram para 2,2%, acima dos 2% registados no mês anterior e ficando acima da meta do BCE nos 2%.

Após ter valorizado mais de 10% para atingir máximos históricos em setembro, o Stoxx 600 já perdeu metade desses ganhos até agora, penalizado por preocupações relativamente a crises políticas e aa ameaça de novas tarifas sob a administração do novo Presidente norte-americano Donald Trump.

Em sentido contrário, o S&P 500 soma 25%, à boleia do setor tecnológico.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 0,15%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,1% e o britânico FTSE 100 perde 0,31%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,39%.

Em sentido contrário, o italiano FTSEMIB soma 0,08% o espanhol IBEX 35 avança 0,17%

Euribor descem a três, seis e 12 meses, nos prazos mais curtos para novos mínimos

As Euribor voltaram hoje a descer nos principais prazos, com a taxa a três meses a alcançar um mínimo desde março de 2023 e a seis meses um mínimo desde dezembro de 2022, segundo dados da Bloomberg.

A taxa Euribor a seis meses, que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, desceu hoje para 2,562%.

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, baixou hoje para 2,454%, após ter atingido um mínimo de 2.348 no dia 04 de dezembro.

Já a Euribor a três meses caiu hoje para 2,678%, um novo mínimo desde 16 de março de 2023.

Em 12 de dezembro, o Banco Central Europeu (BCE) cortou pela quarta vez este ano e pela terceira reunião consecutiva as taxas diretoras em 25 pontos base, o que tem impacto direto nas taxas Euribor.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a outubro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,36% do 'stock' de crédito à habitação com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 33,13% e 25,54%, respetivamente.

"Yields" elevadas levam Wall Street ao vermelho. Boeing cai mais de 3%
'Yields' elevadas levam Wall Street ao vermelho. Boeing cai mais de 3%

Wall Street arrancou a penúltima sessão do ano com o pé esquerdo, numa altura em que os investidores aproveitam o mais recente "rally" do Pai Natal para retirar mais-valias e rever a sua carteira de investimentos.

As ações norte-americanas estão ainda a ser pressionadas por juros da dívida em máximos de maio deste ano. Com o aproximar da troca de poder entre Joe Biden e Donald Trump, que vai ser realizada a 20 de janeiro, os analistas continuam a avaliar os impactos que as políticas do Presidente-eleito podem vir a ter sobre a inflação e o crescimento económico do país - o que tem levado a uma diminuição de expectativas em torno do número de cortes que a Reserva Federal (Fed) vai realizar no próximo ano.

A esta hora, o S&P 500 recua 1,39% para 5.887,56 pontos, enquanto o Nasdaq Composite desvaloriza 1,52% para 19.423,22 pontos. Por sua vez, o Dow Jones Industrial cai 1,36% para 42.409,31 pontos. 

Os principais índices norte-americanos estão a registar um final de ano atípico. Desde 1969, o S&P 500 regista uma média de valorização de 1,3% nas últimas cinco sessões de dezembro e nas primeiras duas sessões de janeiro. No entanto, os juros da dívida mais elevados têm diminuído o habitual otimismo de final de ano.

"Se as ‘yields’ continuarem nestes níveis... isto será um fator de pressão sobre os preços das ações, uma vez que os investidores escolhem a relativa segurança das taxas de juro, com um retorno quase garantido de 5%, em comparação com a incerteza das ações – muitas das quais já estão a negociar em máximos históricos ou perto deles", explica à Reuters, David Morrison, analista de mercados sénior da Trade Nation.

As "megacaps", ou seja, as empresas com a maior capitalização de mercado, estão todas a negociar no vermelho, com a Nvidia a recuar 1,27% para 129,50 dólares, mesmo depois de ter conseguido fechar o contrato de compra da israelita Run:ai por 700 milhões de dólares – um negócio que esperava a aprovação da entidade reguladora da União Europeia.

Já as ações da Boeing estão a afundar 3,47% para 167,28 dólares, depois de a Coreia do Sul ter ordenado uma inspeção de emergência a todas as companhias aéreas que operam no país, no rescaldo da queda de um avião da Boeing que levou à morte de 179 pessoas.

Wall Street presta homenagem a Jimmy Carter. Bolsas encerradas a 9 de janeiro
Wall Street presta homenagem a Jimmy Carter. Bolsas encerradas a 9 de janeiro

Wall Street arrancou a sessão desta segunda-feira de forma simbólica, com uma homenagem a Jimmy Carter, o 39.º presidente dos EUA que faleceu este domingo aos 100 anos de idade. O democrata ocupou a Casa Branca entre 1977 e 1981, mas foi derrotado por Ronald Reagan quando procurava conseguir assegurar um segundo mandato. 

The NYSE honors the life and legacy of President Jimmy Carter with a moment of silence. https://t.co/ErE2MgBPja

A New York Stock Exchange (NYSE) e o Nasdaq anunciaram ainda que a negociação estará encerrada no dia 9 de janeiro, em homenagem a Carter, que é detentor de um prémio Nobel da Paz. O seu trabalho humanitário e diplomático, em específico com a intermediação dos acordos de paz entre Israel e o Egito de Camp David, em 1978, valeu-lhe a distinção.

Já após abandonar a Casa Branca, Jimmy Carter fundou o Carter Center em 1982, para promover o desenvolvimento, a saúde e a resolução de conflitos no mundo. Na cerimónia de entrega do prémio Nobel, em 2002, o presidente do Comité, Gunnar Berge, descreveu o democrata como o "o melhor ex-Presidente que o país jamais teve".

Petróleo prolonga ganhos da semana passada à espera da China e dos EUA
Petróleo prolonga ganhos da semana passada à espera da China e dos EUA

O barril do petróleo está a negociar em alta esta segunda-feira, numa sessão marcada por um volume de negociação mais reduzido do que o habitual devido à época festiva. Os investidores aguardam, agora, por uma série de dados económicos relativos aos EUA e à China, de forma a avaliarem o crescimento económico dos dois países que mais consomem crude do mundo.

A esta hora, o barril de Brent, referência para a Europa, para entrega em fevereiro, avança  0,58%, para os 74,60 dólares. Já os contratos de fevereiro do West Texas Intermediate (WTI), de referência para os EUA, crescem 1,15%, até aos 71,41 dólares por barril.

Os dois "benchmarks" continuam a registar uma trajetória ascendente, depois de, na semana passada, tanto o Brent como o WTI terem crescido cerca de 1,4%, à boleia de uma queda acima do esperado dos "stocks" de crude nos EUA, com as refinarias a aumentarem a atividade e a época festiva a levar a um crescimento da procura por esta matéria-prima.

"O consumo global de petróleo atingiu máximos históricos em 2024, apesar da China ter registado um desempenho abaixo do esperado. As reservas de petróleo preparam-se para entrar em 2025 em níveis relativamente baixos", afirma Ryan Fitzmaurice, estratega de matérias-primas da Marex, à Reuters. "Daqui para a frente, os dados económicos da China devem registar melhorias, com os estímulos a fazerem efeito no próximo ano", conclui.

É de relembrar que, na semana passada, as autoridades chinesas concordaram em emitir um valor recorde de 3 biliões de yuans (cerca de 400 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) em obrigações especiais do Tesouro. O Banco Mundial também reviu em alta as perspetivas de crescimento económico da China para 2024 e 2025.

Ouro em queda à procura de novos catalisadores
Ouro em queda à procura de novos catalisadores

A onça de ouro está a negociar no vermelho esta segunda-feira, com os investidores à espera de uma série de dados económicos vindos dos EUA para reforçarem as suas carteiras. O metal amarelo está à procura de novos catalisadores, neste que foi um ano de grande brilho para a matéria-prima.

A esta hora, o ouro recua 0,75% para 2.601,74 dólares por onça. Até agora, em 2024, o metal precioso já catapultou quase 27% e chegou mesmo a atingir máximos históricos no último dia de outubro. Nessa data, cada onça de ouro chegou a valer 2.790,15 dólares, com o crescimento a ser registado à boleia de tensões geopolíticas e concretização das expectativas em relação a um corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana.

Os analistas preveem que estes dois fatores continuem a dar impulso ao ouro em 2025, apesar de estarem menos otimistas em relação ao número de cortes que o banco central norte-americano pretende realizar. Peter Grant, vice-presidente e estratega de metais preciosos da Zaner Metals, antecipa ainda que os bancos centrais mundiais vão continuar a encher os seus cofres de ouro, dando mais um catalisador ao metal.

Já em antecipação ao mandato de Donald Trump, que toma posse a 20 de janeiro, o analista explica à Reuters que o défice e a dívida norte-americana devem piorar com o republicano no poder – aumentando, assim, a procura de ouro como um ativo-refúgio.

A próxima semana vai estar recheada de dados que podem dar força ao ouro e elevá-lo a novos níveis. Os investidores vão poder avaliar a saúde do mercado laboral através do relatório de emprego e criação de novos postos de trabalho, para além de serem divulgadas as atas da última reunião da Fed.

Dólar segue a negociar em alta. Iene contraria

O dólar segue a negociar em alta em relação aos seus principais concorrentes e aproxima-se de máximos de quase dois anos. A única exceção é o iene, que está a ganhar força face à divisa norte-americana, com o Banco do Japão em foco.

A esta hora, o índice do dólar avança 0,26% para 108,27 pontos, encaminhando-se para encerrar o ano com uma valorização de 6,7%. A apoiar a "nota verde" tem estado, no último mês, a reeleição de Donald Trump como Presidente dos EUA e uma Reserva Federal (Fed) norte-americana menos otimista em relação à quantidade de cortes nas taxas de juro que pretende realizar em 2025.

O dólar cai 0,49% para 157,10 ienes, numa altura em que um novo aperto na política monetária nipónica está iminente. "Com a inflação a persistir acima do objetivo por grande parte de 2024, as pressões sobre os preços podem aumentar com um enfraquecimento do iene. Para dar apoio à moeda, o Banco do Japão deve começar a aumentar as taxas de juro de forma mais expressiva", explica Fawad Razaqzada, analista de mercados da City Index, à Reuters.

Apesar da queda registada esta segunda-feira, o dólar continua a encaminhar-se para encerrar o ano com ganhos expressivos face ao iene. Desde que 2024 arrancou, a "nota verde" já valorizou mais de 11% face à divisa nipónica e prepara-se para fechar o quarto ano consecutivo no verde.

Já o euro encontra-se a negociar em baixa face à moeda norte-americana, desvalorizando 0,44% para 1,0380 dólares. Os mercados continuam a antecipar um fosso entre a política monetária da Zona Euro e dos EUA, com os analistas a preverem que o Banco Central Europeu (BCE) continue a cortar nas taxas de juro numa maior magnitude do que a Fed.

No entanto, é expectável que também o BCE seja mais prudente neste ciclo de alívio da política monetária, uma vez que as pressões inflacionistas continuam bem presentes no continente, como explicou Robert Holzmann, membro do conselho de governadores da autoridade monetária, no sábado.

Juros aliviam na Zona Euro. Portugal regista maior queda

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aliviaram esta segunda-feira, numa altura em que os investidores reavaliam as suas posições em relação ao futuro da política monetária neste bloco de países e perspetivam o impacto que um segundo mandato de Donald Trump vai ter na inflação.

Esta segunda-feira, o governador do banco central dos Países Baixos e membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Klaas Knot, afirmou que as tarifas do presidente-eleito contra a China podem significar deflação na Europa. Com uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo como pano de fundo, as empresas chinesas podem vir a "oferecer os seus bens na Europa a preços cada vez mais baixos", explicou Knot.

Ainda em destaque estiveram os comentários de Robert Holzmann, governador do Banco Central da Áustria, que afirmou que o BCE poderá entrar em modo de "pausa" nos próximos meses. Uma perspetiva sustentada pelos mais recentes dados da inflação na Zona Euro. 

As "yields" das "Bunds" alemãs, de referência para a região e com maturidade a dez anos, cederam 3,1 pontos base para 2,362%, enquanto os juros da dívida francesa aliviaram 1,5 pontos base para 3,192%.

Por cá, a "yield" da dívida portuguesa a dez anos registou a maior queda entre os seus pares ao recuar 3,7 pontos base para 2,836%. No país vizinho, os juros da dívida espanhola registaram um decréscimo de 2,2 pontos base até aos 3,054%, enquanto as "yields" das obrigações italianas desceram 2 pontos para 3,520%.

Fora do bloco europeu, os juros das "Gilts" britânicas recuaram 2,3 pontos base para 4,606%.

Europa encerra última sessão completa do ano sem rumo
Europa encerra última sessão completa do ano sem rumo

Na última sessão completa do ano, as principais praças europeias encerraram divididas entre ganhos e perdas, embora a maioria tenha mesmo encerrado no vermelho. Apesar de as "yields" até terem aliviado esta segunda-feira, os juros das dívidas europeias continuam a pressionar o mercado acionista do continente.

O "benchmark" para a negociação europeia, o Stoxx 600, encerrou a sessão a perder 0,46% para 504,85 pontos, com o setor tecnológico e o da saúde a registarem os piores desempenhos. O volume de negociação continua bastante reduzido em comparação com o habitual devido à época festiva em que nos encontramos.

Na terça-feira, as bolsas de Frankfurt e de Milão encontram-se encerradas, enquanto a de Londres e de França vão negociar, mas apenas por meia sessão. O Stoxx 600 prepara-se para encerrar o ano com uma valorização em torno dos 6% - um valor muito inferior ao desempenho registado pelos principais índices norte-americanos, com o S&P 500 a catapultar 25% em 2024.

Apesar de ter encerrado a sessão desta segunda-feira com uma queda de 0,4%, o alemão DAX cilindrou os seus congéneres europeus e registou o melhor desempenho da região, ao crescer 19%. Já o francês CAC-40 não conseguiu afastar-se do tumulto político e económico que afetou o país nos últimos meses do ano e prepara-se para terminar o exercício de 2024 a perder 2,5%. O índice encerrou esta sessão a desvalorizar 0,57%.

Entre as principais movimentações de mercado, a Siemens Healthineers caiu 1,73% para 51,20 euros, depois de o CFO da Siemens ter dito que o grupo tecnológico alemão iria rever a sua posição maioritária nesta unidade de saúde em 2025. Por sua vez, a BayWa disparou quase 17% para 10,62 euros, depois de a empresa ter confirmado que chegou a um acordo de reestruturação com os seus principais acionistas.

Nos restantes principais índices da Europa Ocidental, o britânico FTSE 100 perdeu 0,35%, enquanto, em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,90%. Em sentido contrário, o italiano FTSEMIB somou 0,07% e o espanhol IBEX 35 cresceu 0,05%.

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