Apetite pelo risco domina na Europa antes de nova decisão da Fed
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.
- Futuros da Europa inalterados com Fed na mira. Ásia no vermelho pelo terceiro dia
- Petróleo interrompe ganhos e aguarda indicações da Fed
- Taxas de juro mais elevadas durante mais tempo penalizam ouro
- Dólar aguarda palavras de Powell
- Juros aliviam na Zona Euro
- Inflação abaixo do esperado no Reino Unido anima bolsas europeias
- Euribor cai a seis e sobe a 12 meses para um novo máximo desde novembro de 2008
- Wall Street com ligeiros ganhos antes de nova decisão da Fed
- Ouro valoriza com dólar mais fraco
- Euro valoriza face ao dólar
- Juros aliviam na Zona Euro
- Petróleo faz pausa mas continua em máximos de novembro
- Apetite pelo risco domina na Europa antes de nova decisão da Fed
As praças europeias estão a apontar para um início inalterado esta quarta-feira, num dia em que todas as atenções vão virar-se para o resultado de uma reunião de política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana.
O mercado espera uma pausa mas, ao mesmo tempo, que a autoridade liderada por Jerome Powell mantenha a porta aberta a novas subidas de juros, caso a inflação se mostre ainda mais persistente do que o esperado. Para o efeito, aguardam também as projeções económicas da Fed.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 deslizam 0,08%, com a cautela a dominar.
Na Ásia, os índices negociaram no vermelho pelo terceiro dia consecutivo, com a subida dos preços dos combustíveis a impulsionarem a hipótese de as taxas de juro permanecerem inalteradas durante mais tempo do o esperado.
Pela Ásia, na China, Xangai cedeu 0,3% e em Hong Kong o Hang Seng recuou 0,31%. No Japão, o Topix perdeu 0,7% e o Nikkei desceu 0,4%. Na Coreia do Sul, o Kospi deslizou 0,1%.
O petróleo está a interromper os ganhos que levaram os preços a máximos de novembro, antes de ser conhecida a decisão de política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana, com os investidores a medirem o impacto das taxas de juro no consumo de energia.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 0,81% para 90,46 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, desce 0,95% para 93,44 dólares.
"O 'rally' no petróleo está a realizar uma pequena pausa, enquanto os 'traders' aguardam uma decisão da Fed que poderá permitir uma melhor avaliação do impacto das taxas de juro na economia", disse à Reuters o analista da OANDA Ed Moya.
"A não ser que Wall Street fique nervosa relativamente ao cenário de a Fed prejudicar muito a economia, a procura de crude deve diminuir gradualmente, mas o mercado deve continuar a ter um défice no inverno", estima ainda.
O ouro está a desvalorizar ligeiramente antes de ser conhecida a decisão de política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana, numa altura em que os investidores vão avaliando um cenário de taxas de juro em território elevado durante mais tempo, o que seria penalizador para este metal que não rende juros.
O metal amarelo recua 0,1% para 1.929,36 dólares por onça.
Apesar de não ser esperada uma subida dos juros diretores, o mercado de "swaps" prevê que as taxas de juro do banco central dos EUA permaneçam elevadas durante mais tempo do que o esperado.
O dólar está a desvalorizar face ao euro, em antecipação de uma decisão de política monetária, onde vão estar centradas as atenções dos investidores.
Os mercados esperam que a Fed mantenha os juros de referência inalterados no patamar de 5,25% e 5,5% e estão, por isso, a focar-se no "guidance".
O dólar recua 0,1% para 0,9355 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg, que mede a força da nota verde face a dez divisas rivais, avança 0,01% nos 105,146 pontos.
Os juros estão a aliviar esta quarta-feira, numa altura em que os investidores optam pelas obrigações, ativos que supõem menor risco.
O foco está também nos dados da inflação de agosto no Reino unido, que foram hoje conhecidos, que caiu para 6,7%, abaixo dos 7% esperados. Apesar destes números, o mercado aponta para que o Banco de Inglaterra suba as taxas de juro em 25 pontos base na reunião de quinta-feira.
A "yield" dos juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos agrava-se em 0,1 pontos base para 3,437%. Já a "yield" das Bunds alemãs a dez anos, referência para a região, recua 0,2 pontos base para 2,731%.
Os juros da dívida soberana italiana com o mesmo vencimento cedem 1,2 pontos base para 4,498% e os juros da dívida espanhola recuam 0,7 pontos base para 3,757%, ao passo que os juros da dívida francesa decrescem 0,5 pontos base para 3,272%.
Fora da Zona Euro, a rendibilidade da dívida britânica a dez anos alivia em 6,7 pontos base para 4,271%.
Os principais índices europeus estão a negociar em alta esta quarta-feira, com uma redução superior ao esperado da inflação no Reino a animar o mercado, antes de ser conhecida a decisão de política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana depois do fecho da sessão.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, sobe 0,32% para 457,96 pontos, com o setor do imobiliário a liderar os ganhos ao subir mais de 1%. Em sentido oposto, o setor de petróleo e gás desce mais de 1%.
Entre os movimentos de mercado, a Kering e LVMH descem ligeiramente, depois dos analistas da Jefferies terem reduzido as recomendações destas duas cotadas, citando um abrandamento económico nos Estados Unidos e uma lenta recuperação das vendas na China.
Já o Commerzbank soma mais de 1%, depois de o banco alemão ter revelado que espera que a margem financeira ascenda a oito mil milhões de euros este ano, numa altura em que continua a beneficiar da subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu.
"Os últimos dados da inflação vão encorajar os investidores que que têm sido animados por uma sensação de que os mercados estão a regressar à normalidade", afirmou à Bloomberg a "partner" da Killik Rachel Winter.
"Preços mais estáveis devem permitir às empresas e aos investidores adotar estratégias de longo-prazo, que devem reforçar a confiança e os mercados nos próximos meses", indicou.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax soma 0,46%, o italiano FTSEMIB ganha 0,31%, o britânico FTSE 100 sobe 0,61% e o espanhol IBEX 35 pula 0,44%.
Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,03% e em Paris, o CAC-40 desliza 0,02%.
A taxa Euribor manteve-se hoje a três meses, desceu a seis meses e subiu a 12 meses para um novo máximo desde novembro de 2008.
A taxa Euribor a 12 meses, atualmente a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje para 4,222%, mais 0,006 pontos do que na terça-feira e um novo máximo desde novembro de 2008.
Segundo dados do Banco de Portugal referentes a julho de 2023, a Euribor a 12 meses representava 39,4% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representavam 35,1% e 23,0%, respetivamente.
No prazo a seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho de 2022, desceu hoje para 4,070%, menos 0,001 pontos do que na sessão anterior, quando subiu até 4,071%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Por sua vez, a Euribor a três meses manteve-se hoje face à sessão anterior, ao ser fixada de novo em 3,934%, o atual máximo desde novembro de 2008 atingido pela primeira vez em 19 de setembro.
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na mais recente reunião de política monetária, em 14 de setembro, o BCE voltou a subir, pela décima sessão consecutiva, as suas taxas diretoras, desta vez em 25 pontos base - tal como em 27 de julho, em 15 de junho e 04 de maio --, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.
Antes, em 27 de outubro e em 08 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 26 de outubro em Atenas.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
As bolsas norte-americanas abriram em terreno positivo, num dia em que os investidores aguardam pelas conclusões de mais uma reunião da Reserva Federal (Fed) dos EUA.
A expectativa do mercado é de que o banco central irá manter as taxas de juro inalteradas num intervalo entre 5,25% e 5,5%. Mais do que as mexidas que podem sair desta reunião, os investidores aguardam pelo "dot plot" - mapa que mostra como cada representante do banco central estima as mexidas nos juros diretores -, assim como as projeções para a economia, que serão divulgadas também esta quarta-feira.O S&P 500 sobe 0,23% para 4.453,98 pontos, o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,15% para 13.698,27 pontos e o industrial Dow Jones cresce 0,26% para 34.606,21 pontos.
"Apesar de as taxas de juro deverem manter-se inalteradas, mantém-se a questão quanto as previsões a longo prazo. Agora que a inflação atingiu o pico, é provável que vejamos a Fed adotar uma posição mais cirúrgica. Continua a haver possibilidade de um aumento no final deste ano", afirmou Richard Flynn, da Charles Schwab, em declarações à Bloomberg.
O CFO do Bank of America, Alastair Borthwick, disse que as perspetivas para uma desaceleração económica nos Estados Unidos são cada vez mais escassas, uma vez que o gasto dos consumidores mantém-se robusto.
O ouro está a valorizar, beneficiando de um dólar mais fraco antes de ser conhecida a decisão de política monetária da Reserva Federal (Fed) dos EUA, numa altura em que domina a expectativa de que o banco central vai manter as taxas de juro inalteradas no valor mais alto em 22 anos.
O metal precioso tende a sair prejudicado de uma política monetária mais robusta, mas o dólar mais fraco está a beneficiá-lo, uma vez que torna a matéria-prima, que é cotada em dólares, mais atrativa para quem negoceia com outras moedas.
O ouro a pronto soma 0,58% para 1.942,52 dólares por onça, enquanto o paládio sobe 1,74% para 1.285,63 dólares e a platina perde 0,36% para 940,94 dólares.
O euro está a valorizar face à divisa norte-americana, numa altura em que o dólar perde força antes de mais uma decisão de política monetária da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos.
A moeda única europeia valoriza 0,41% para 1,0723 dólares.
Além de um dólar mais fraco, o euro sobe num dia em que os investidores digerem uma série de discursos de membros da comissão executiva do Banco Central Europeu (BCE). "Consideramos que as taxas de juro de referência do BCE já atingiram níveis que, se mantidos durante tempo suficiente, vão dar um contributo substancial para o regresso da inflação à nossa meta", afirmou Gabriel Makhlouf, citado pela Bloomberg.
A mensagem foi também reforçado por Pablo Hernandez de Cos. "Com a informação que temos disponível à data, manter o nível atual das taxas de juro durante um período alargado deverá ser amplamente consistente com o objetivo de atingir a meta da inflação de 2%", disse, num discurso publicado esta quarta-feira no site do Banco de Espanha.
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro aliviaram esta quarta-feira, numa altura em que os investidores aguardam pelas conclusões da reunião de política monetária da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos. Depois do encontro, que arrancou na terça-feira e termina hoje, o presidente do banco central, Jerome Powell, vai falar numa conferência de imprensa, sendo esse um dos momentos mais aguardados pelo mercado.
A expectativa é de que a Fed vai manter as taxas de juro inalteradas no intervalo entre 5,25% e 5,5%.
O alívio das "yields" esta quarta-feira significa que os investidores estão a apostar na dívida soberana, que é vista como mais segura, num dia em que também as principais bolsas negoceiam com ganhos.
A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos desceu 4,2 pontos base para 3,394% e a das Bunds alemãs com o mesmo prazo aliviaram 3,6 pontos base para 2,697%.
A rendibilidade da dívida soberana italiana recuou 6,6 pontos base para 4,444%, os juros da dívida francesa cederam 4,4 pontos base para 3,232% e os juros da dívida espanhola caíram 5 pontos base para 3,744%.
Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em ligeira baixa nos principais mercados internacionais, fazendo assim uma pausa nas subidas dos últimos dias, mas continuando a transacionar em torno dos máximos de novembro do ano passado.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a ceder 0,22% para 91 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,64% para 93,74 dólares.
Os investidores estão mais cautelosos, à espera da decisão da Reserva Federal norte-americana sobre os juros diretores.
As bolsas europeias fecharam com ganhos, num dia em que um recuo inesperado da inflação no Reino Unido em agosto aumentou o apetite dos investidores pelo risco. A inflação homóloga britânica caiu para 6,7% em agosto, contra 6,8% em julho. Os dados divulgados no Reino Unido geraram incerteza sobre se o Banco de Inglaterra vai subir os juros na reunião de política monetária de amanhã, tal como era a expectativa do mercado, uma vez que mostram que a batalha contra o aumento dos preços no consumidor está a surtir efeito. O Stoxx 600 subiu 0,91% para 460,66 pontos, com praticamente todos os setores a registarem ganhos. O setor do imobiliário foi o que mais valorizou (2,17%), seguido pelo automóvel (1,93%) e a banca (1,71%). No vermelho fechou apenas o setor do petróleo & gás (-0,61%), depois de um dia em que os preços do petróleo atingiram valores máximos de vários meses. Entre as principais movimentações, o Commerzbank subiu 1,41% para 9,944 euros depois de anunciar que prevê que a margem financeira atinja os 8 mil milhões de euros este ano, à boleia das taxas de juro mais altas. Nas principais praças europeias, o alemão Dax 30 valorizou 0,75%, o italiano FTSE Mib somou 1,64%, o britânico FTSE 100 cresceu 0,93%, o espanhol Ibex 35 subiu 1,24%, o francês CAC-40 avançou 0,67% e o AEX, em Amesterdão, valorizou 0,46%. "Os mais recentes dados da inflação vão encorajar os investidores, que têm sido influenciados por um sentimento de que os mercados estão a sinalizar um retorno à normalidade. Preços mais estáveis vão permitir às empresas e investidores adotarem estratégias a longo prazo, o que pode fortalecer a confiança e os mercados nos próximos meses", afirmou Rachel Winter, "partner" na Killik & Co, à Bloomberg.
Os dados divulgados no Reino Unido geraram incerteza sobre se o Banco de Inglaterra vai subir os juros na reunião de política monetária de amanhã, tal como era a expectativa do mercado, uma vez que mostram que a batalha contra o aumento dos preços no consumidor está a surtir efeito.
O Stoxx 600 subiu 0,91% para 460,66 pontos, com praticamente todos os setores a registarem ganhos. O setor do imobiliário foi o que mais valorizou (2,17%), seguido pelo automóvel (1,93%) e a banca (1,71%). No vermelho fechou apenas o setor do petróleo & gás (-0,61%), depois de um dia em que os preços do petróleo atingiram valores máximos de vários meses.
Entre as principais movimentações, o Commerzbank subiu 1,41% para 9,944 euros depois de anunciar que prevê que a margem financeira atinja os 8 mil milhões de euros este ano, à boleia das taxas de juro mais altas.
Nas principais praças europeias, o alemão Dax 30 valorizou 0,75%, o italiano FTSE Mib somou 1,64%, o britânico FTSE 100 cresceu 0,93%, o espanhol Ibex 35 subiu 1,24%, o francês CAC-40 avançou 0,67% e o AEX, em Amesterdão, valorizou 0,46%.
Mais lidas