CTT fazem mais comunicações por suspeitas de branqueamento este ano

Nos primeiros dois meses deste ano, os CTT fizeram 26 comunicações ao Ministério Público e Polícia Judiciária por suspeitas de branqueamento de capitais.
Miguel Baltazar/Negócios
Raquel Godinho 11 de Março de 2015 às 19:45

"Em 2014, os CTT fizeram 125 comunicações às autoridades" por suspeitas de branqueamento de capitais, revelou fonte oficial ao Negócios. Um total que representa uma média de 10 suspeitas por mês, no ano passado. Nos primeiros dois meses deste ano, a empresa liderada por Francisco Lacerda fez "26 comunicações", o que se traduz numa média de 13 informações por mês.

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Um ligeiro aumento que ocorreu num período em que também a subscrição de produtos do Estado aumentou. Os portugueses aplicaram  1.941 milhões de euros em certificados, em Janeiro, a antecipar o corte da taxa de remuneração que entrou em vigor em Fevereiro. Dos bancos saíram apenas 10% de todo o montante captado ao balcão dos CTT e dos fundos de investimento saíram 28,6 milhões.

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Estes dados foram questionados pela eurodeputada Ana Gomes que alerta que, "em parte", o montante investido em certificados pode servir objectivos de branqueamento de capitais. "Não se sabe de onde vieram estes dois mil milhões de euros. Não vieram dos depósitos que não sofreram tamanha fuga, não vieram dos fundos de investimento, não vieram sequer da bolsa. É claro que vieram de fora do sistema", afirmou Ana Gomes.

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"A questão é se estavam em gigantescos colchões em casas dos subscritores ou se vieram de proveniência mais exótica e ilícita, em mais um gigantesco esquema de branqueamento de capitais", acrescentou a eurodeputada do PS que enviou uma carta "ao BCE e à Comissão Europeia alertando-os para a necessidade de pressionar o Governo a esclarecer este mistério do dinheiro aparecido".

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Questionada sobre este tema, fonte oficial dos CTT sublinhou, na semana passada, que "os produtos de poupança, pelas suas características de aplicações de médio e longo prazo, são menos propensos a este tipo de riscos". Ainda que os certificados de aforro sejam produtos de curto prazo, podendo ser mantidos durante três meses, 75% do montante foi aplicado em Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM), que têm um prazo de cinco anos.

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Os CTT, principal comercializador dos produtos de poupança do Estado, têm obrigação de comunicação de suspeitas de operações de branqueamento de capitais ao Ministério Público e à Unidade de Informação Financeira da PJ.

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Tanto no ano passado, como em 2015, "dois terços destas comunicações estão relacionadas com a ?subscrição de produtos de dívida pública. Os restantes dizem respeito a outros produtos financeiros disponíveis aos balcões dos CTT", concluiu fonte oficial da empresa.

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