Portugal emite 1.250 milhões em dívida de longo prazo. Procura quase duplica oferta
Portugal emitiu esta quarta-feira 1.250 milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT) a sete e 20 anos, com a procura quase a duplicar a oferta, de acordo com o resultado do leilão avançado pela Bloomberg.
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A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP pretendia colocar entre 1.000 e 1.250 milhões de euros, conseguindo perfazer todo o montante proposto, com a procura quase a duplicar o valor da oferta.
Na maturidade mais curta, em 2032, foram angariados 548 milhões de euros e o juro ficou abaixo dos 3%, fixando-se em 2,714%. Já na maturidade mais longa, que vence em 2045, foram colocados 702 milhões de euros, com um cupão de 3,753%. Em ambas os prazos a procura ficou acima de 1,9, ou seja, quase duplicou face ao montante pedido pela República.
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Em ambos os casos, são prazos que não têm sido usados nos últimos meses pelo IGCP para emitir nova dívida. No caso da maturidade mais longa, o país realizou em abril do ano passado um leilão no qual colocou obrigações com prazo em 15 de fevereiro de 2045. Na altura foram emitidos 529 milhões, com uma "yield" de 3,433% tendo a procura sido 1,26 vezes superior à oferta.
Em março de 2024, Portugal tinha também angariado 485 milhões de euros em OT a sete anos. A "yield" cifrou-se então em 2,645% e a procura superou 1,54 vezes a oferta. Ou seja, o IGCP pagou mais para emitir dívida em ambas as maturidades.
As condições de mercado alteraram-se, no entanto, desde então, com o Banco Central Europeu (BCE) a reduzir as suas taxas de juro de referência, mas também com a guerra comercial a gerar volatilidade pelos mercados financeiros. Em mercado secundário, as obrigações portuguesas a sete anos seguem a negociar com uma "yield" de 2,720%, enquanto os títulos a 20 anos têm um juro de 3,766%.
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Na semana passada, Portugal esteve também no mercado a emitir três mil milhões de euros em OT, mas através de uma venda sindicada de dívida a 15 anos, ou seja, que atinge a maturidade a 15 de junho de 2040. O juro acabou por baixar face à abertura dos livros de ordens, tendo ficado nos 3,375%. A procura foi 5,3 vezes acima da oferta.
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