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Portugal paga juro de 1,76% para emitir 750 milhões em dívida a oito anos

O Tesouro português conseguiu colocar 750 milhões de euros no leilão de dívida a longo prazo realizado esta quarta-feira.

Cristina Casalinho
Cristina Casalinho Bruno Simão
11 de Maio de 2022 às 10:52

Portugal financiou-se esta quarta-feira em 750 milhões de euros, com um leilão de obrigações ao tesouro (OT), a oito anos, tendo pago mais do que a última emissão com maturidade em outubro de 2030, realizada em julho do ano passado.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP emitiu 750 milhões de euros em títulos com maturidade em 18 de outubro de 2030, com um juro de 1,767% acima da taxa paga na última emissão com maturidade em outubro de 2030, realizada em julho do ano passado: 0,475%.

Segundo os dados da Bloomberg, a procura foi de 1,86 vezes a oferta, um "bid-to-cover" inferior ao registado em julho do ano passado (2,29 vezes).

2022 tem sido marcado por um agravamento das taxas de juro, devido à espectativa em torno de um início da normalização das taxas de juro na Europa, face a uma inflação crescente.

Esta quarta-feira a yield da dívida nacional a oito anos alivia para 1,809%.

Como lembra Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, "a  subida que estamos a assistir no prémio de risco de Portugal, não é um caso isolado e está diretamente associado aos fatores disruptivos que estamos a viver atualmente".

"A guerra na Ucrânia, bem como os confinamentos na China, acabam por não deixar normalizar os problemas que temos tido nas cadeias de abastecimento, elevando ainda mais a  inflação e ao mesmo tempo, aumentando a pressão sobre os bancos centrais", acrescenta o diretor de investimentos.

Filipe Silva recorda ainda que "numa adaptação a esta realidade temos assistido à retirada de estímulos e a subida das taxas de juro, que apesar de serem transversais a toda a dívida soberana, acabam por penalizar mais os países mais endividados". "A diferença das taxas entre os países da periferia e a Alemanha tem aumentado o que acaba por ficar espelhado no custo que têm para emitir nova dívida", nota.

Assim, para o diretor de investimentos do Banco Carregosa, "se os bancos centrais têm um desafio ao ter de subir taxas e adotar medidas, que não coloquem em causa o crescimento das economias, os governos irão ter outro com a subida do custo para emitir divida e o impacto que o mesmo terá nas finanças nacionais".

(Notícia atualizada às 11h35 com comentários do diretor de investimentos do Banco Carregosa, Filipe Silva). 

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