A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP voltou ao mercado esta quarta-feira e emitiu mil milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT), com o juro a ficar em 1,906% ligeiramente abaixo da última emissão comparável, em meados de maio.

"Portugal continua a ser dos países com menor 'spread' versus a Alemanha e acaba por beneficiar com taxas do serviço da sua dívida mais baixas", justifica Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

No leilão desta quarta-feira, o montante colocado ficou no limite inferior do intervalo indicativo (que poderia ir até aos 1.250 milhões de euros), apesar do forte apetite dos investidores por dívida portuguesa. A procura ficou 2,83 vezes acima da oferta, sendo que no último leilão comparável tinha sido de 3,42 vezes.

Também o cupão ficou ligeiramente abaixo e compara com 1,949% da emissão anterior. Em mercado secundário, os juros da dívida portuguesa a 12 meses seguem a aliviar 0,3 pontos base para 1,934%.

"O mercado continua numa trajetória descente nas taxas de curto prazo, numa tentativa de antecipação de um corte de taxas em 25 pontos base por parte do Banco Central Europeu, que a acontecer, deverá ser no pós verão. Esta potencial descida irá depender da evolução da economia e do impacto que as tarifas possam vir a ter no crescimento económico, até porque ainda não estão fechados todos os acordos", explica Filipe Silva.

Até ao final de junho, já tinham sido emitidos 13,9 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT), ou seja, quase três quartos (67%) da emissão anual deste instrumento, que figura nos 20,5 mil milhões.

Ainda de acordo com o plano de financiamento da República, o montante total a angariar mantém-se inalterado em cerca de 18 mil milhões de euros, com as emissões de obrigações do Tesouro inalteradas e as de bilhetes do Tesouro (BT) a aumentarem ligeiramente.