Bancos já pagam menos de 1,5% pelos depósitos das famílias

A remuneração média paga pelos bancos recuou, em maio, pelo 17.º mês consecutivo, tendo atingido os 1,49%.
Apesar da diminuição do juro, os depósitos continuam a aumentar.
Adrian Assalve - Getty Images
Leonor Mateus Ferreira 04 de Julho de 2025 às 11:08

As poupanças das famílias rendem cada vez menos paradas nos bancos, com o juro a quebrar a barreira de 1,5% pela primeira vez em dois anos. A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu pelo 17.º mês consecutivo, passando de 1,64%, em abril, para 1,49% em maio, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.

Nos novos depósitos com prazo até um ano, a taxa de juro média diminuiu 0,15 pontos percentuais, para 1,5%, sendo que esta continuou a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 95% dos novos depósitos em maio. Apesar da redução generalizada dos juros, o montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares aumentou 123 milhões de euros, totalizando 13.093 milhões de euros.

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A tendência de quebra tem acompanhado a descida das . Na Zona Euro, a taxa de juro média dos novos depósitos do conjunto dos países reduziu-se em 0,11 pontos percentuais, para 1,87%. Portugal desceu uma posição entre os países da área do euro, sendo agora o país com a quarta taxa mais baixa, apenas à frente da Eslovénia, da Grécia e de Chipre.

No caso das empresas, a remuneração média dos novos depósitos a prazo passou de 2,01%, em abril, para 1,84% em maio. Estas novas operações de depósitos totalizaram 9.101 milhões de euros, menos 747 milhões do que em abril. Os depósitos a prazo até um ano representaram 99,5% dos novos depósitos a prazo de empresas.

Taxa de juro de novos depósitos a prazo de particulares na área do euro. Portugal nos 1,49%
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Se a descida de juros do BCE penaliza as poupanças, quem tem crédito tem beneficiado de um alívio dos custos. Segundo o Banco de Portugal, a taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação apresentou a maior redução dos últimos nove meses: desceu 0,11 pontos percentuais relativamente a abril, para 2,96%. "Esta descida observou-se quer nos novos contratos, quer nos contratos renegociados, cujas taxas médias se reduziram 0,10 pp e 0,14 pp, para 2,92% e 3,18%, respetivamente", indica.

A taxa de juro média das novas operações de empréstimos à habitação do conjunto dos países da área do euro aumentou 0,04 pp, para 3,30%. Portugal tem a sexta taxa de juro média mais baixa, ficando abaixo da média da Zona Euro.

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Com o alívio dos juros há também mais crédito a ser concedido. As novas operações de empréstimos a particulares (que incluem contratos totalmente novos e contratos renegociados) totalizaram 3.289 milhões de euros em maio, mais 284 milhões do que em abril. Só as renegociações de crédito foram de 391 milhões de euros, o que corresponde a uma redução de 60 milhões de euros em relação a abril.

Na finalidade de habitação, o montante de novos contratos aumentou 250 milhões de euros, para 2.045 milhões de euros, mantendo-se a tendência de crescimento dos empréstimos a jovens dados os incentivos em vigor (isenção de impostos e garantia pública). O crédito concedido a mutuários com idade igual ou inferior a 35 anos representou 58% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em maio (excluindo os novos contratos para consolidação de crédito e as transferências de crédito para outra instituição), valor igual ao observado em abril.

Na finalidade de consumo, o montante dos novos contratos atingiu 628 milhões de euros, o valor mais elevado da série histórica (com início em 2014). O montante de novos contratos de crédito para outros fins aumentou 12 milhões de euros, para 225 milhões de euros. Nos empréstimos ao consumo, a taxa de juro média de novas operações passou de 9,03%, em abril, para 8,85% em maio, uma diminuição de 0,18 pp. Nos empréstimos para outros fins, a taxa de juro média desceu 0,03 pp, para 3,82%.

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(Notícia atualizada às 11:25)

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