A Euribor a três meses quebrou a barreira dos 2%. E agora?
A Euribor a três meses quebrou a barreira dos 2% no dia 29 de maio e está a negociar no valor mais baixo desde o final de 2022. Mas quais são os efeitos práticos para as famílias? O Explicador desta semana esclarece.
A Euribor a três meses cedeu para 1,996% na quinta-feira, 29 de maio. Desde 8 de dezembro de 2022 que o indexante não estava num valor tão baixo. No dia a seguir voltou a baixar para 1,995%, ficando abaixo das taxas a seis e a 12 meses, que se fixaram nos 2,069% e 2,090%, respetivamente.
A expectativa do mercado é que a tendência de redução se mantenha até março do próximo ano, influenciada por novas descidas de juros do Banco Central Europeu (BCE).
A Euribor é uma média dos juros praticados nos empréstimos entre um conjunto de 19 bancos da Zona Euro, entre os quais a Caixa Geral de Depósitos, que empresta dinheiro entre si no mercado interbancário.
As taxas subiram quando o BCE aumentou os juros de referência para travar a inflação, mas têm vindo a descer desde junho do ano passado. Agora o mercado de futuros aponta para que a Euribor a três meses caia até 1,76% em março de 2026, antes de começar a subir novamente.
A Euribor a três meses é a menos usada em Portugal como indexante do crédito da casa, mas as taxas a seis e 12 meses também têm descido pelo que as famílias que têm taxa variável vão continuar a ver as prestações da casa a aliviar.
Mas nem tudo são boas notícias. A Euribor serve também para calcular a remuneração dos certificados de aforro e a série atualmente em comercialização, a F, vai voltar a dar um juro mais baixo em junho.
Determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil do mês, para vigorar durante o mês seguinte, a taxa-base dos certificados de aforro segue uma fórmula ditada pela média da Euribor a 3 meses nos 10 dias úteis anteriores (que não pode ser superior a 2,5% nem inferior a 0%).
Em abril caiu pela primeira vez para 2,41%, sendo esperado que se situe, no próximo mês, em 2,07%.
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