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Sem efeito Trump, BCE teria maior "previsibilidade"

Em entrevista ao Negócios no canal NOW, a "partner" da Ebury defende que o BCE deverá aplicar mais dois cortes de juros este ano, com uma pausa em julho. Já sobre o próximo ano, diz que, “comparativamente a 2025, já não vai haver muito espaço para mais cortes”.

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05 de Junho de 2025 às 12:30

Com um novo corte de 25 pontos base nos juros diretores do Banco Central Europeu (BCE), resta saber se haverá mais margem para uma nova flexibilização da política monetária da Zona Euro nos próximos meses. Para Joana Vieira, “partner” da Ebury, “a resposta é sim”, apontando para uma pausa em julho e nova flexibilização em setembro. Isto porque, “por um lado, apoia o crescimento económico da Zona Euro e, por outro, vem em linha com o cenário de desinflação que temos vindo a assistir”.

A desinflação, diz a especialista em entrevista ao Negócios no canal NOW, dá-se, “em parte, graças ao avanço do euro, que tem permitido que as importações sejam mais baratas”, mas também devido à diminuição do preço das “commodities” a nível global.

Contudo, Joana Vieira defende que “quando o BCE hoje tocar neste assunto vai ser mais cauteloso e não se vai querer comprometer com o ritmo de corte de juros daqui para a frente”, citando a incerteza que o impacto das tarifas pode ter no crescimento económico da Zona Euro.

Nesta linha, a especialista diz esperar "que haja uma pausa na flexibilização da política monetária em julho”. E explica: “por um lado, para os bancos centrais é importante não cortar os juros muito depressa”, porque se o cenário se inverter, o esforço para voltar a controlar a inflação terá de ser redobrado. Por outro lado, o BCE quererá ter tempo para tomar a decisão certa e analisar o impacto das tarifas no crescimento económico, nota a “partner” da Ebury.

No tema da guerra comercial, questionada sobre o que seria diferente nas decisões do BCE sem o efeito das tarifas de Trump, a especialista destaca que existiria maior previsibilidade quanto ao ritmo de cortes, "que à partida seria mais acelerado”, permitindo à autoridade monetária “focar-se mais nos dados económicos internos”.

Sobre o futuro, depois de a esperada pausa de cortes de juros em julho, o BCE deverá voltar a flexibilizar por mais duas vezes a política monetária durante o decorrer do ano, prevê a especialista. Já sobre o próximo ano, diz que, “comparativamente a 2025, não vai haver muito espaço para mais cortes”, à medida que a autoridade monetária se aproxima do ponto neutro das taxas de juro. Isto “a menos que se verifiquem choques externos como novas tarifas, nova guerra ou uma possível recessão económica”.

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