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Francisco Cary: “Não somos vendedores desesperados”

Francisco Cary garantiu que o banco mantém capacidade de resiliência, explicou por que razão não é um “vendedor desesperado” do banco no Brasil e defendeu mais flexibilidade na lei laboral.

16:30
Francisco Cary, Vice-Presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos
Francisco Cary, Vice-Presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos João Cortesão
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“A expectativa que temos, em função dos números divulgados até agora, é que o resultado final seja marginalmente superior ao de 2024”, afirmou Francisco Cary, vice-presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em relação ao facto de o banco se preparar para entregar ao Estado um dividendo recorde de mil milhões de euros. Garantiu nas entrevistas ‘Desafios Estratégicos da Banca Portuguesa’, conduzidas pela diretora do Negócios, Diana Ramos, no 8.º Grande Encontro da Banca do Futuro, que este valor “está alinhado com a capacidade que achamos que temos de pagar um dividendo adequado, sem que isso comprometa a nossa resiliência”. Com rácios de capital nos 21,3% Common Equity Tier 1 (CET1) ratio, Francisco Cary explicou que estão a olhar para as oportunidades que apareçam nos seus mercados relevantes. “85% do nosso balanço está focado em Portugal. Temos um conjunto de mercados também relevantes, em particular na África de língua portuguesa, mas também em Macau, onde há oportunidades de crescimento nas zonas circundantes, fugindo do que é apenas o negócio tradicional de Macau. Mantemos ainda uma sucursal em França com alguma relevância”. Não colocou de lado negócios com fintech, por exemplo.

Brasil e garantia mútua

Em relação ao Brasil, a CGD retomou o processo de venda da sua participada Banco Caixa Geral Brasil. “Em 2013 decidimos não vender, porque as propostas que apareceram não cumpriam as condições de venda”, explicou Francisco Cary. Acrescentou que “temos capitais próprios perto de 11 mil milhões de euros. Os fundos próprios do nosso banco no Brasil são 50 milhões. No limite, se déssemos o banco, não nos fazia diferença nenhuma, mas seria um mau negócio”.

A expectativa que temos é que o resultado final seja marginalmente superior ao de 2024. Francisco Cary, Vice-Presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos

Francisco Cary revelou que “devemos receber propostas indicativas até ao início de 2026 e depois, em função da credibilidade e da qualidade das propostas, agiremos, mas estes processos de venda são sempre muito demorados e nunca acontecerá antes de 2027”

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