“O BCP não anda à boleia de ninguém, mas de si próprio, porque o negócio é do BCP, em resultado das decisões que tomámos, e do facto de termos um portfólio diversificado, com Portugal, a Polónia e Moçambique como três eixos do desenvolvimento do grupo”, afirmou Miguel Maya, presidente da Comissão Executiva do Millennium BCP, nas entrevistas ‘Desafios Estratégicos da Banca Portuguesa’, conduzidas pela diretora do Negócios, Diana Ramos, no 8.º Grande Encontro da Banca do Futuro. Foi uma reação às sugestões de que o banco beneficiara da operação polaca nos tempos maus em Portugal e acrescentou que o banco na Polónia “já deu muito dinheiro aos resultados do BCP, mas depois deu muitas dores de cabeça”. Segundo Miguel Maya, o tema dos créditos em francos suíços “terminou em 2008, não é 2018”.
Entre custos e provisões, o banco aplicou “mais de 3 mil milhões” para cobrir estes riscos, e foram feitas a partir de 2018, quando Miguel Maya tomou posse. “Hoje, o que temos de provisões face aos créditos em francos suíços que temos em balanço é mais de 150%”, revelou mostrando confiança de que “este risco já não condiciona a capacidade do banco de apresentar resultados positivos também nesta geografia”.
Crescimento orgânico
O banco fechou os primeiros nove meses do ano com resultados consolidados de 776 milhões de euros, mantendo-se alinhado com o plano estratégico. “Comprometemo-nos a um pagamento de dividendos que corresponde a um payout de 50% e depois uma operação de share buyback que pode ir até mais 25%, totalizando 75%”, explicou Miguel Maya.
A sua prioridade é “ter o banco preparado para lidar com o mundo, que continua bastante desafiante”, e salientou que, “com o rácio de capital de melhor qualidade quase nos 16% (15,9%) e com o rácio de capital total quase nos 20% (19,9%), tem capacidade de absorver choques”.