“Inovar não é um ato, é uma cultura, é um ADN”, defendeu Filipe de Botton, presidente da Cotec, e considerou que a sustentabilidade deve ser “claramente o alicerce da nossa competitividade”. Destacou o papel da Cotec Portugal como “uma rede para permitir que a inovação não seja um discurso, mas seja algo concreto”. Sublinhou que as cerca de duas mil empresas inovadoras associadas da Cotec Portugal “representam cerca de 5% das 40 mil empresas exportadoras”, mas são responsáveis por “mais de 30% do que se chama investigação e desenvolvimento nas empresas em Portugal”.
Jorge Portugal, diretor-geral da Cotec Portugal, apresentou uma metáfora sobre a economia portuguesa. “Um rio com duas margens, turbulento, onde uma margem é a da economia tradicional, uma margem de baixos salários, estagnação e dificuldade de competir, enquanto a outra margem é uma margem de inovação, de crescimento”. Sublinhou que “o futuro decide-se neste espaço intermédio” e que “a maior parte das empresas está a fazer a travessia”. Jorge Portugal alertou para uma realidade preocupante. “Menos de uma em cada dez empresas colabora com o sistema científico”.
Manuel Castro Almeida, ministro da Economia e da Coesão Territorial, anunciou medidas concretas de simplificação, revelando que as empresas candidatas a fundos europeus “já estão dispensadas de apresentar documentos que até há meses lhes eram exigidos”, incluindo certidões que “nenhuma lei exigia”. Destacou a reorientação do PRR para as empresas e anunciou a criação de um “instrumento financeiro para a inovação e competitividade” que “arrancou com 315 milhões de euros” e será reforçado. O ministro garantiu que “Portugal vai usar integralmente as subvenções a que tem direito”, através deste mecanismo que permite execução “em prazo mais alargado, menos pressionado pelo tempo”. Manuel Castro Almeida estabeleceu como meta que as exportações alcancem 50% do PIB ao longo da legislatura.