Empresários em Nome Individual
Vencedor Gilberto Pintado/Bio-Freixo
A Bio-Freixo surgiu no ano de 2000, com aquisição de vinhas velhas na região do Douro Superior e com a plantação de castas novas, das variedades Tinta Roriz e Touriga Nacional. A sensibilização pelo meio ambiente e a preservação às gerações vindouras dos recursos naturais levou Gilberto Pintado à prática da viticultura biológica e, em 2007, da vitivinicultura biológica e biodinâmica.
Considera que a prática total de agricultura biológica e a 70% de agricultura biodinâmica é facilitada pelo microclima mediterrânico, com características edafoclimáticas únicas para a prática da agricultura natural e biodinâmica. Há muitos viticultores que não fazem qualquer tratamento de fitofármacos nas vinhas.
"Nós fazemos a prevenção e controlo do oídio apenas com uma aplicação de enxofre em pó ou molhável e na prevenção e controlo do míldio fazemos apenas uma aplicação de calda bordalesa. Outras zonas de regiões demarcadas, para o controlo destas doenças, têm de aplicar em média 10 a 15 tratamentos por ano de sistémicos", refere Gilberto Pintado.
Em 2008 foram lançadas as marcas de vinho, D’Freixo Wine-Bio, e vinagre Bio-Freixo, associando os produtos naturais à produção num parque natural e na região de Freixo de Espada à Cinta.
Zero vendas
Gilberto Pintado tem formação em psicologia organizacional, mas sempre teve uma ligação à terra. "Os meus avós já tinham património vitícola e os meus pais, além de herdarem uma parte, plantaram depois novas vinhas. Com 14 anos, eu já ajudava aos fins de semana, a escavar, a podar e enxertar as vinhas da exploração e, na altura da vinificação, já auxiliava no pisar das uvas no lagar caseiro e a fazer a trasfega e remontagem dos vinhos, para consumo caseiro e oferta a familiares."
Em 2012, Gilberto Pintado avançou com experiências de plantação de lúpulo com três variedades, em função dos ácidos alfa: HN3; o nugget e o golding, levando à criação da cervejaria artesanal Freixo Beer Bio, com branca ale e a stout preta.
Em 2014, com o aumento da exploração olivícola, foi a vez de investir numa fábrica de azeite ecológica e de extração a frio, com a seleção dos graus de maturação da azeitona negrinha de Freixo, que permite fazer atualmente três tipos de azeites/lotes como o azeite verde, com laboração da azeitona (verde) em meados de outubro, o lote misto com azeitonas colhidas em meados de novembro (verdes e pretas), e o lote de azeite maduro, com azeitonas colhidas em finais de dezembro (pretas) sob a marca Bio-Freixo.
A pandemia de covid-19, que há um ano baralha as vidas e as contas dos negócios, teve impacto nas zero vendas de cerveja artesanal à pressão e em barril, que vivia das feiras medievais e das esplanadas em Espanha. A cerveja engarrafada e o vinho perderam vendas no canal restauração. Para compensar um pouco, as vendas do azeite subiram 30%.
Na certificação Bio, existe ainda muitas dificuldades. "Sou um produtor de vinho na Região Douro e, existem várias classificações para os vinhos produzidos dentro da Região, como "Douro Reserva"; "Douro DOC", ou "Grand Escolha", mas ainda não existe a classificação "Douro Biológico".