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Gonçalo Regalado: “Temos a ambição de colocar Portugal no topo da Europa e no centro do mundo”

Gonçalo Regalado apresentou uma visão ambiciosa para transformar Portugal num polo global de investimento, com mais de 25 mil milhões de euros em garantias e uma candidatura de 4 mil milhões para uma gigafactory de inteligência artificial que pode colocar o país na vanguarda tecnológica europeia.

15:00
Com menos burocracia e mais ambição, o Banco de Fomento, liderado por Gonçalo Regalado, quer colocar Portugal na linha da frente da inovação europeia.
Com menos burocracia e mais ambição, o Banco de Fomento, liderado por Gonçalo Regalado, quer colocar Portugal na linha da frente da inovação europeia. David Cabral Santos
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Com menos burocracia e mais ambição, o Banco de Fomento, liderado por Gonçalo Regalado, quer colocar Portugal na linha da frente da inovação europeia.

“Portugal já não é o país da Liberdade que herdámos dos nossos pais. É o Portugal da Globalidade”, afirmou Gonçalo Regalado, CEO do Banco Português de Fomento, que assumiu a liderança há dez meses. “Temos a ambição de colocar Portugal no topo da Europa e no centro do mundo. Esse é o meu Portugal, o Portugal da minha geração”, referiu na conferência organizada pelo Bison Bank e que contou com o Negócios como media partner “Portugal Investment by Global Citizens”.

Ao abordar a atividade do banco, Gonçalo Regalado destacou a transformação operacional: “Reduzimos de 27 para 5 o número de documentos exigidos nos processos. O tempo de aprovação passou de 49 para apenas 7 dias.” A estratégia de garantias pré-aprovadas gerou 28 mil candidaturas, totalizando 8.300 milhões de euros solicitados. O banco lançou um portfólio de instrumentos sem precedentes. “Ampliámos as garantias europeias do InvestEU para 8.700 milhões de euros. Criámos garantias de exportação, no valor de 3.500 milhões, em resposta às tarifas impostas pelo Presidente Trump. Alocámos ainda 3.000 milhões para impulsionar os programas do Portugal 2030”, acrescentou.

Gigafactory de Inteligência Artificial

Um dos momentos mais marcantes foi a aprovação da maior candidatura europeia. “A 25 de setembro, conseguimos aprovar 6.500 milhões de euros, tornando Portugal o país com maior volume aprovado no Fundo Europeu de Investimento, 1.200 milhões para competitividade, 4.100 milhões para inovação e 1.200 milhões para sustentabilidade. O dobro da Grécia e da Espanha, muito mais do que a Alemanha.”

O impacto no PIB também foi significativo. “Quando iniciámos esta jornada, Portugal ocupava o 16.º lugar na Europa. Hoje, estamos em 5.º lugar no que diz respeito aos instrumentos financeiros do Banco de Fomento em proporção ao PIB. Já nos aproximamos de países como Polónia, Alemanha, França e Itália.”

O projeto mais estrutural é a candidatura para uma gigafactory de Inteligência Artificial, avaliada em 4 mil milhões de euros, o equivalente a 40% do PIB nacional. Gonçalo Regalado reconheceu o desafio. “No início, a probabilidade de sucesso era inferior a 5%. Há 16 países na Europa com fábricas de IA, e Portugal nem era considerado.”

O consórcio reúne gigantes nacionais e internacionais. “Empresas como Volkswagen, Renault, Airbus, Bial, os principais hospitais portugueses, grandes operadoras de telecomunicações e players internacionais como Microsoft, Siemens, Nokia, OpenAI e NVIDIA. Todos são poucos para conquistar esta competitividade.”

Investimentos estratégicos

O banco já financiou projetos estruturantes, como o Hospital de Lisboa Oriental, numa operação de cerca de 455 milhões de euros, a linha de alta velocidade do TGV e dois programas de data centers. Até ao final do ano, estão previstas mais quatro operações, 400 milhões no maior projeto de mobilidade elétrica, 45 milhões em hidrogénio e 50 milhões em projetos de armazenamento energético.

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