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MEO alinha estratégia com o digital e a inteligência artificial

Ana Figueiredo salientou que a MEO está a reorientar-se para ser mais digital e mais preparada para a inteligência artificial, o que considerou uma oportunidade para fornecer aos consumidores e às empresas todas as plataformas e serviços de que necessitam.

26 de Junho de 2025 às 20:00
Ana Figueiredo, da MEO, realça a aposta na digitalização e inteligência artificial
Ana Figueiredo, da MEO, realça a aposta na digitalização e inteligência artificial Fernando Costa
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Ana Figueiredo, CEO da MEO, sublinhou que não pode haver inteligência artificial nem educação digital sem uma rede forte, robusta, resiliente e segura.

“Precisamos de um mercado único na Europa. Na tecnologia e nas telecomunicações, precisamos de escala. Se não tivermos escala, não teremos rentabilidade e não poderemos investir em inovação. Sabemos que temos quatro grandes empresas de telecomunicações nos EUA. Na Europa, temos talvez quase 50 para o mesmo número de habitantes, ou seja, 300 milhões ou mais”, afirmou Ana Figueiredo, CEO da MEO, na conferência The Lisbon Conference: Europe and Transatlantic Relations, que assinalou o primeiro aniversário do canal Now. Concordando com as referências de Enrico Letta no seu relatório sobre a competitividade europeia feito para o Conselho Europeu, acrescentou que o “que queremos são quatro, cinco, dez grandes atores, campeões regionais”, e para isso “precisamos de uma ambição ousada e de agir rapidamente.”

Ana Figueiredo salientou que, no que concerne à dupla transição, a energética e a tecnológica, as empresas norte-americanas estão em vantagem face às europeias, que sofrem de uma fragmentação com consequências diretas no investimento. Nos EUA, as empresas de telecomunicações investem o dobro das europeias, apesar de serem menos operadores, para lançar as bases para a nova vaga de tecnologia que vai surgir, como a energia verde, a inteligência artificial e a computação de ponta. A CEO da MEO concluiu que “se não tivermos escala, não posso prometer ou entregar valor ou retorno do investimento a qualquer investidor que queira investir neste sector.”

Ana Figueiredo reconheceu que o mercado tradicional das telecomunicações talvez esteja maduro, considerando que Portugal possui “um elevado nível de penetração de redes de alta capacidade, acima da média europeia, e estamos entre os três ou cinco principais países em termos de conectividade”. Mas se olharmos para esta nova era tecnológica que estamos a iniciar e a dar o pontapé de saída, somos a peça central.

Inovação e exportação

Enfatiza que as empresas do setor são uma peça central para o futuro tecnológico, para a nova era tecnológica, que “vai exigir ainda mais conectividade, uma rede ainda mais robusta, resistente e segura”. A executiva sublinhou que tecnologias como inteligência artificial, educação digital e quantificação “não acontecem sem as empresas de telecomunicações, sem uma rede forte, robusta, resiliente e, claro, segura”.

Ana Figueiredo salientou que a MEO está a reorientar-se para “ser muito mais digital, muito mais preparada para a IA”, que considerou uma oportunidade, e para fornecer aos nossos consumidores e às empresas todas as plataformas e serviços de que necessitam. Por isso, será necessária muito mais tecnologia para fornecer estes serviços e a procura de dados de que necessitam. Um dado relevante é que “dois terços do tráfego das redes não são pessoas a falar com pessoas. São máquinas a falar com máquinas”, indicando uma transformação fundamental no uso das redes. Esta tendência intensificar-se-á, pois “o tráfego vai diminuir 20 a 30% todos os anos” e “quando nos envolvermos plenamente com estas novas vagas de tecnologia, como a IA e a computação periférica, isso só irá aumentar”, considerou Ana Figueiredo.

Os CEO devem conceber visões, estratégias, abordar os nossos riscos. Onde estão os nossos pontos fortes, onde estão os nossos pontos fracos, como os podemos ultrapassar, e o que podemos controlar. Ana Figueiredo, CEO da MEO

Referiu ainda que os investimentos no centro de inovação em Portugal exportam um tipo de equipamento ótico que “ainda não está abrangido pelas tarifas”, sublinhou Ana Figueiredo. Por isso, a estratégia passa por diversificar mercados, visando “um mercado global para expandir os nossos produtos”.

Relativamente à gestão empresarial em tempos de incerteza, a executiva defende que “os CEO devem conceber visões, estratégias, abordar os nossos riscos. Onde estão os nossos pontos fortes, onde estão os nossos pontos fracos, como os podemos ultrapassar, e o que podemos controlar, porque há algumas variáveis geopolíticas que não posso controlar. O que posso fazer, claro, é tentar lidar com esse risco tanto quanto possível”.

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