Foto em cima: O debate "Reabilitação do Parque Público Habitacional" contou com a participação de Fernando Pinheiro, Nuno Neto, e Rui Estríbio
"Temos de saber sempre aproveitar os recursos. Estamos a viver aquela época que é a segunda época de ouro do Orçamento da Habitação. A primeira foi o PER, e agora é o PRR, em que o IHRU (Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana) tem um papel muito importante na avaliação e na distribuição destes financiamentos", referiu Nuno Neto, vereador da Câmara Municipal de Oeiras, na mesa-redonda "Reabilitação do Parque Público Habitacional", no 1.º Congresso Internacional de Habitação Pública realizado em Oeiras, e que contou com o apoio do CM e do Negócios.
Esta autarquia tem 160 milhões de euros em construção de habitações, 80 milhões em reabilitação de habitação e cerca de 6 milhões na reabilitação do espaço público. Atualmente estão em construção 750 apartamentos e, em projeto de construção, mais 750 até 2026. "Temos a intenção de construir entre 2 e 3 mil casas", disse Nuno Neto.
O município tem um parque habitacional com cerca de 3500 casas e a preocupação de Nuno Neto é dar a estas famílias a mesma qualidade de vida da construção nova, com, por exemplo, os padrões de eficiência energética, de conforto interior das habitações, estando a intervenção a decorrer em 142 prédios inteiros, o que significa 1059 agregados familiares.
Rui Estríbio é licenciado em Engenharia Civil e desde setembro de 2024 é vice-presidente do IHRU, que tem um património de mais de 15 mil frações, distribuídas por 100 municípios de todo o país e é a terceira maior entidade em Portugal em termos de património. Explicou que "grande parte do nosso património está em bairros de propriedade mista. São bairros em que, algures no tempo, as entidades públicas procederam à alienação da parte dos arrendatários."
A qualidade da construção
Os edifícios multifamiliares que são totalmente detidos pelo IRHU representam 26% dos edifícios, e nos quais o IRHU tem de fazer obras de reabilitação diretamente. Salientou Rui Estríbio que nestes, como "a casa não são quatro paredes", e é preciso que o espaço exterior tenha qualidade, equipamentos, trabalha "com todos os municípios para planificar a intervenção".
Fernando Pinheiro, arquiteto, a colaborar com a Câmara de Oeiras há quatro anos na elaboração de projetos, referiu que "o problema, neste tipo de habitação, é o equilíbrio entre o custo e o desempenho."
Na sua opinião, a envolvente construtiva, na linguagem de arquitetura, tem de ser bem tratada. "Não estou preocupado em gastar dinheiro no interior. Estou preocupado, em primeiro lugar, em gastar dinheiro em envolvente construtiva", concluiu o arquiteto Fernando Pinheiro.