pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Negócios Iniciativas | Rui Ladeira: “Há necessidade de aumentar a produtividade da floresta”

O secretário de Estado das Florestas alertou para o aumento das espécies invasoras lenhosas, que estão "em roda livre, de forma descontrolada, e é preciso que o país tenha um plano de intervenção, de contenção", porque contribuem para a perda da biodiversidade e para os incêndios.

15 de Abril de 2025 às 16:00
Vítor Chi
  • ...

Foto em cima: Rui Ladeira, secretário de Estado das Florestas

O secretário de Estado das Florestas alertou para o aumento das espécies invasoras lenhosas, que estão "em roda livre, de forma descontrolada, e é preciso que o país tenha um plano de intervenção, de contenção", porque contribuem para a perda da biodiversidade e para os incêndios.

Rui Ladeira sublinhou que "a questão central é a criação de valor e de riqueza para todos os intervenientes, desde o proprietário, o produtor, a transformação, os agentes, os prestadores de serviços e a indústria, mas temos de olhar para os problemas estruturais que o país vive, como o aumento das importações, é preciso fazer mais e fazer diferente".

O secretário de Estado das Florestas centrou a sua intervenção em torno do "Plano Floresta 2050", que pressupõe um investimento de 6,5 mil milhões de euros ao longo de 25 anos. É caracterizado como "um plano de ação, de intervenção para a floresta". Como realçou, "independentemente dos governos, precisamos de ter uma estratégia que não vacile, porque foi pensada para o setor, para o pulsar da floresta, para todos os intervenientes".

Este plano tem quatro pilares fundamentais: a valorização, a resiliência, a propriedade rústica e a governação. "Conseguiremos atingir e resolver ou minimizar a necessidade de importações em 500 milhões de euros/ano, aumentar em 4,5 milhões de metros cúbicos/ano de matéria-prima, 800 milhões de euros por ano de produção lenhosa, não lenhosa e externalidades, e mais 1.400 milhões de euros/ano de valor acrescentado bruto adicional.".

Faltam engenheiros florestais

Rui Ladeira considerou preocupante que na primeira fase das candidaturas ao ensino superior do ano passado apenas 11 jovens se tenham candidatado a Engenharia Florestal: dois para a UTAD (Universidade de Trás-os-Montes), dois para a Escola Superior Agrária de Coimbra, e sete para o Instituto Superior de Agronomia.

Esta falta de interesse pode ser explicada pela forma negativa como o setor florestal, por causa dos incêndios, é visto, em vez da forma positiva como "estamos aqui a fazer hoje, a falar da importância que a floresta aporta à sustentabilidade".

O governante lembrou "aquilo que é o maior contributo da floresta, inequívoco, para a biodiversidade, para a economia das nossas comunidades, que estão, por exemplo, no interior do país, 14%, e muitas delas ainda têm na floresta um pilar para poder sustentar a sua vida, a seu agregado familiar".

Há necessidade de aumentar a produtividade da floresta e, como Rui Ladeira sublinhou, há também a necessidade de aumentar a resiliência contra os incêndios, contra as pragas, as doenças, e, sobretudo, contra o aumento das espécies invasoras lenhosas, que estão "em roda livre, de forma descontrolada". Concluiu, de forma enfática: "É preciso que o país tenha um plano de intervenção, de contenção, não só porque contribuem para a perda da biodiversidade, mas também são um manto propício para os incêndios, por exemplo. Esta resiliência dos incêndios, das pragas e doenças e das invasoras é central ao processo do Plano de Intervenção 2025-2050." 

Mais notícias