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Rui Costa: “Temos que ser AI native daqui a 5 anos”

A regulação pode impulsionar a inovação, mas as startups alertam para o impacto transversal da IA nos negócios.

16:00
Painel debate o impacto da IA nos negócios e a necessidade de regulação
Painel debate o impacto da IA nos negócios e a necessidade de regulação photofactory.pt
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Startups destacam-se na adoção de IA, antecipando a regulação, captando investimento e preparando-se para um futuro em que ser “AI native” será inevitável.

“Muitas vezes vê-se a regulação como uma barreira à inovação, mas na nossa empresa a regulação acelerou a inovação. Ficámos mais cedo muito mais maduros em governança de IA do que outras empresas. Sem o aspeto regulatório teríamos dois anos de atraso no processo de ganhar escala”, afirmou Daniela Seixas, CEO da Tonic Easy Medical, na conferência da Anacom dedicada à inteligência artificial. Esta lançou uma plataforma para médicos com co-pilot de IA que apoia decisões clínicas, operando nos cinco maiores mercados europeus de saúde.

A Indie Campers é uma empresa global de aluguer de autocaravanas que opera em três continentes, usando IA para otimização operacional e experiência do cliente. O seu CTO, Rui Costa, considerou que a regulação tanto pode ser um acelerador como um inibidor e revelou que a empresa já sente uma assimetria regulatória em termos globais. Deu o exemplo dos iPods que fazem tradução simultânea nos Estados Unidos, mas não na Europa, onde seriam importantes para o turismo.

“As empresas de maior sucesso são as que já anteciparam a regulação. O papel da Anacom é importante na disseminação do AI Act em Portugal, porque haverá no futuro vários tipos de interpretação na Europa sobre a IA”, afirmou Sebastião Villax, diretor de Desenvolvimento Empresarial e de Inteligência de Mercados de IA da . Esta empresa portuguesa fornece dados éticos para treino de modelos de IA, através de crowdsourcing e marketplace de dados catalogados e licenciados.

Capital de risco

Três das empresas adotaram estratégias de capitalização similares. A Tonic Easy Medical, a Sword Health e a Defined.ai recorreram ao capital de risco para acelerar o crescimento. Estas duas últimas encontraram nos EUA maior capacidade de investimento e procura pelos seus serviços. Os fatores incluem maior disponibilidade de capital, sistemas de saúde privados que incentivam a poupança de custos e maior procura por dados em inglês. A Indie Campers optou por um crescimento orgânico e lucrativo desde o primeiro dia e fez recentemente a sua primeira ronda de investimento aberto.

Estas quatro empresas tecnológicas preveem uma transformação profunda nos próximos cinco anos, com IA nativa a tornar-se padrão em todas as funções empresariais e uma mudança fundamental nas interfaces utilizador-produto. "As empresas vão ter que adotar esta mudança porque os próprios clientes a vão exigir. A IA não será apenas para as equipas de produto e de tecnologia, mas também para as equipas de marketing, de operação, de finanças, de contabilidade. Em cinco anos teremos de ser AI native", afirmou Rui Costa.

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