“Esta semana, o ministro da Economia anunciou que passaríamos a ser ‘capital de investimento’, uma perspetiva muito mais positiva do que ‘risco’. O risco é o mal de que as pessoas têm medo em Portugal”, afirmou Stephan Morais, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco e Investimento (APCRI) e managing partner da Indico Capital Partners, na conferência “Portugal Investment by Global Citizens”, organizada pelo Bison Bank e que contou com o Jornal de Negócios como media partner.
“Estamos a falar de uma indústria que gera volumes de negócios anuais de 22 mil milhões de euros no país e que emprega cerca de 177 mil pessoas. As empresas participadas por fundos de private equity e venture capital têm 15 vezes mais emprego do que a média das empresas portuguesas”, afirmou Stephan Morais, presidente da APCRI (Associação Portuguesa de Capital de Risco e Investimento) e managing partner da Indico Capital Partners.
“Estas empresas registam um crescimento de emprego 36% acima da média e um volume de negócios 12 vezes superior. Após a entrada dos fundos, o volume de negócios cresce 34% ao ano, sendo que quase metade passa a corresponder a exportações”, acrescentou.
Private equity e venture capital: diferenças e impacto
Stephan Morais esclareceu as distinções entre os dois modelos de investimento. “A grande diferença é que, no private equity, falamos de empresas maduras e estáveis que precisam de capital para crescer. Num mercado competitivo e global, não podemos ficar parados. Para continuar a internacionalizar, é preciso capital, não basta dívida”, sublinhou.
Já no venture capital, aposta-se “em novas tecnologias e em empresas que, muitas vezes, ainda têm poucos resultados ou vendas por vezes, nenhum. São empresas com potencial para se tornarem campeões mundiais em nichos tecnológicos específicos.” Os dados mostram diferenças significativas. “Nos investimentos de private equity, o emprego é 28 vezes superior ao da média nacional. Nas participadas de venture capital, há um aumento de emprego de 74%.”
Por fim, Stephan Morais destacou a evolução do setor na Europa. “Na última década, ou até nos últimos 15 anos, os retornos do venture capital na Europa foram superiores aos dos Estados Unidos”, contrariando a perceção comum de que apenas o mercado americano seria lucrativo neste segmento.