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Europa sob stress test de Trump

A pressão exercida por Donald Trump sobre a Europa representa um teste decisivo que pode transformar-se numa oportunidade para o continente reconquistar relevância global, desde que aposte na inteligência e nas ideias.

16:30
João Queiroz destacou o papel da inteligência artificial como alavanca decisiva para a competitividade europeia.
João Queiroz destacou o papel da inteligência artificial como alavanca decisiva para a competitividade europeia. David Cabral Santos
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João Queiroz destacou o papel da inteligência artificial como alavanca decisiva para a competitividade europeia e alertou para a necessidade de transformar ideias em ação num contexto global em rápida mudança.

A Europa está, desde o início deste ano, perante um stress test bastante importante. A ideia foi formulada por João Queiroz, head of Trading do Banco Carregosa, traçando um paralelo com o primeiro mandato de Trump. “Se olharmos para aquilo que foi o primeiro mandato de Trump, há efetivamente uma consistência na sua evolução.” Na sua opinião, a Europa deveria aproveitar o isolamento dos EUA de Trump para reequacionar “como poderá tirar o maior benefício para a sociedade europeia”. Neste contexto, João Queiroz destacou a importância estratégica do acordo com o Mercosul. “Daí o acordo com o Mercosul ser extremamente importante.” Mas alertou que “temos é de realizar, mostrar esta capacidade de concretizar.” Sublinhou ainda que a globalização não ficou suspensa, apenas se transformou. “A forma como esta globalização se vai desenvolver nos próximos anos será muito importante. Não será a mesma que tivemos anteriormente.”

A Europa terá de encontrar forma de alavancar a inteligência artificial, incorporá-la e conseguir não apenas sobreviver, mas voltar a ganhar o espaço que teve outrora. João Queiroz,Head of Trading do Banco Carregosa

Sobre as empresas europeias, foi categórico. “Cada país deve ter os seus melhores, cada empresa, não interessa tanto a sua dimensão, mas sim a sua inteligência e a sua ideia. Os recursos não vão faltar.” João Queiroz identificou a inteligência artificial como ferramenta crítica. “Esta nova dimensão da inteligência artificial, o machine learning e a análise preditiva serão uma alavanca importante para compensar a posição da Europa, porque todas as economias o vão fazer.” E deixou um alerta sobre os riscos do sobreinvestimento. “Quando se adotou a eletricidade, quando se passou para o cavalo-vapor, quando se utilizou atelefonia, houve sempre excesso, um investimento muito elevado que, durante um período, não gerou retorno suficiente para garantir solvência.”

Concluiu sublinhando que “é uma tecnologia que vai ficar embebida e, portanto, a Europa, tal como todas as economias, terá de encontrar forma de a alavancar, incorporá-la e conseguir não apenas sobreviver, mas voltar a ganhar o espaço que teve outrora”.

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