Em 22 de fevereiro de 2024, Tiago Moreira da Silva, um dos três filhos do acionista da BA Glass, licenciado em engenharia mecânica pela Universidade do Porto e na BA Glass desde 2008, assumiu o cargo. Substituiu Sandra Santos, atual CEO da Logoplaste, que liderou a empresa durante dez anos, período acordado quando foi convidada para o cargo por Carlos Moreira da Silva, então chairman da empresa, período no qual o volume de negócios passou de 500 milhões para mais de 1,5 mil milhões de euros em 2023.
Luís Mendes, Chief Financial Officer (CFO) da BA Glass, explica que “o mandato do CEO da BA Glass tem um prazo. Existe um objetivo claro de renovação, para evitar que a organização se acomode a um único estilo de liderança; a empresa deve estar em constante estado de desafio e desconforto construtivo”.
Realça que, com a entrada de Tiago Moreira da Silva, “o estilo de liderança mudou e a forma de atuação da empresa também está a evoluir, pois trata-se de uma pessoa diferente”. No entanto, o modelo de governance da empresa permanece inalterado e a forma de atuação do Conselho de Administração, da Comissão Executiva e da Direção mantém-se em linha com um plano de sucessão preparado com anos de antecedência.
Construir a resiliência
Muitos dos desafios da BA Glass estão relacionados com o contexto, como o crescente ambiente de desglobalização, com a utilização das taxas aduaneiras como instrumento de política económica e diplomacia, o menor crescimento económico da Europa e a instabilidade dos mercados globais que afetou os negócios internacionais da BA Glass. A empresa exporta para 70 países, que absorvem mais de 11 mil milhões de garrafas e frascos: 34% para comida, 26% para cerveja, 13% para vinho, 13% para refrigerantes e 13% para bebidas espirituosas.
Como refere Luís Mendes, somam-se outros desafios, “igualmente críticos”, como a transição energética, a perda de competitividade das indústrias europeias face a outras regiões, “o aumento significativo das exigências de compliance e da complexidade regulatória, a dependência de monopólios tecnológicos, que limita a autonomia e encarece soluções, entre outros”. Este conjunto de condições fez com que o volume de negócios crescesse residualmente 0,6%.
Para Luís Mendes, perante este cenário, “há somente uma resposta possível: focarmo-nos internamente para sermos os melhores. Os mais eficientes, com o melhor serviço e com o menor custo industrial. É a nossa forma de construir resiliência, sermos competitivos por mérito próprio, independentemente das circunstâncias externas”.