
A Critical TechWorks continua a acelerar no mercado automóvel, mesmo num contexto de desafios para o setor. A empresa foi galardoada na categoria “Multinacional” dos Prémios Exportação & Internacionalização 2024, organizados pelo Novo Banco e pelo Negócios, em parceria com a Iberinform.
A Critical TechWorks, que opera como hub tecnológico da BMW em Portugal, registou um crescimento de 22% em 2024, atingindo uma faturação de cerca de 209 milhões de euros, e prevê alcançar os 237 milhões em 2025, representando um aumento de 14% face ao ano anterior. “É um resultado particularmente relevante, tendo em conta os desafios do setor automóvel”, afirma Rui Cordeiro, CEO da Critical TechWorks, sublinhando que “este crescimento robusto reflete não só a confiança do Grupo BMW no nosso trabalho, mas também a nossa capacidade de responder com qualidade, inovação e agilidade”. Para o responsável, os números confirmam que “estamos a consolidar a nossa posição como hub tecnológico estratégico para o Grupo BMW e a reforçar o papel de Portugal no mapa europeu da inovação automóvel”.
Atualmente, a Critical TechWorks desenvolve cerca de 300 produtos que abrangem múltiplas áreas da cadeia de valor automóvel. “O nosso trabalho está centrado em áreas-chave como Vehicle Development, Connected Drive Backend, Infotainment, Customer Brand & Sales, Financial Services, Production & Logistics, Car Infotainment, Automated Driving, entre outras”, explica Rui Cordeiro, revelando “o nosso papel estratégico e abrangente na digitalização da indústria automóvel”. O portefólio estende-se desde software para os veículos até soluções avançadas de dados, vendas, logística e produção.
Pilar tecnológico
“A Critical TechWorks é um dos pilares tecnológicos da nova geração de veículos do grupo alemão”, afirma Rui Cordeiro, e tem sido fundamental no desenvolvimento da Neue Klasse, a nova geração de veículos do grupo alemão. Entre os desenvolvimentos de destaque está o contributo para o Panoramic iDrive e a personalização através do BMW ID e da My BMW App, que permitem sincronizar preferências entre veículos e controlar remotamente várias funcionalidades.
Na condução assistida, a participação da empresa portuguesa é igualmente decisiva. “A Critical TechWorks atua em sistemas como o modelo digital da estrada, que antecipa curvas e saídas com base em mapas HD e sensores, ou a previsão de mudança de faixa, que analisa o comportamento do trânsito à frente para evitar manobras bruscas”, detalha Rui Cordeiro. A empresa contribuiu também para o desenvolvimento do BMW iX3, lançado em setembro, em Munique.
Mas o impacto da Critical TechWorks vai além do produto final. “Se formos para o domínio da produção, o nosso papel está centrado no contributo para o aumento da eficiência de produção e para a economia circular nas fábricas”, explica Rui Cordeiro. Na comercialização, “há produtos de grande impacto que permitem transformar o paradigma do processo de venda de retalho, promovendo-se as vendas online”.
O papel da Inteligência Artificial
A transição para os veículos elétricos e a pressão da concorrência chinesa, que colocam o setor sob forte pressão, são encaradas pela empresa como uma oportunidade. “Para a Critical TechWorks, esta mudança de paradigma, com a emergência dos elétricos, foi e continua a ser uma oportunidade muito relevante por via da transformação digital que traz associada, em que o desenvolvimento de software se assume como estratégico”, considera Rui Cordeiro.
A Inteligência Artificial (IA) surge como um elemento central na evolução do setor. “O software já é central nos automóveis e vai tornar-se ainda mais determinante”, afirma Rui Cordeiro, acrescentando que “a inteligência artificial vai permitir personalizar cada vez mais a experiência do utilizador e apoiar sistemas de condução mais seguros e eficientes”. Para o responsável, “aplicações que integram IA serão fundamentais na condução autónoma para perceção do ambiente e ato integral de condução autónoma”.
“O futuro da mobilidade será cada vez mais inteligente, conectado e com foco na experiência do utilizador. É aqui que o software assume um papel central, permitindo que o carro se adapte ao condutor, que comunique com o meio envolvente e que ofereça uma condução mais segura e personalizada”, antecipa Rui Cordeiro. Na sua opinião, “caminhamos para um modelo no qual o automóvel deixa de ser somente um meio de transporte e passa a ser uma verdadeira plataforma digital”.