“A conjuntura económica internacional tem representado um dos principais desafios à atividade da OLI nos últimos meses, exigindo uma capacidade de adaptação constante”, reconhece António Ricardo Oliveira, administrador da empresa, que em 2024 recebeu o Prémio Especial do Júri dos Prémios Exportação & Internacionalização, organizados pelo Novo Banco e pelo Jornal de Negócios, em parceria com a Iberinform.
António Ricardo Oliveira sublinha que “a recessão prolongada na Alemanha e a desaceleração do crescimento em França, dois dos principais mercados de exportação da empresa, têm afetado significativamente o desempenho na Europa Central”. A resposta da OLI ao abrandamento europeu passa por uma estratégia de diversificação em duas frentes. Geograficamente, a empresa está a “intensificar a sua presença em geografias com maior potencial de expansão e menos expostas aos efeitos da instabilidade europeia, nomeadamente no Norte de África e no Médio Oriente, investindo em estruturas comerciais para captar novas oportunidades”.
Ao nível da oferta, a empresa avançou com “o alargamento da gama de produtos para além dos autoclismos, incluindo louça sanitária, bases de duche e torneiras, reforçando o seu posicionamento de marca global de soluções de banho sustentáveis, funcionais e com design”, refere António Ricardo Oliveira.
Reforço da Europa do Sul
Em 2024, a OLI teve vendas consolidadas de 95 milhões de euros e exportou 76% da sua produção para mais de 80 países nos cinco continentes, “estando as suas soluções presentes em casas de banho de todo o mundo, de hotéis a hospitais, passando por estádios de futebol e museus”, salienta António Ricardo Oliveira. O continente europeu é o mercado mais importante, com Itália, França e Alemanha em destaque.
A estratégia de internacionalização, iniciada em 1993 com a entrada do Grupo Silmar no capital e a criação da filial italiana, ganhou novo impulso com a aquisição da francesa Regiplast em 2024, “uma aposta importante para o seu plano de consolidação internacional, nomeadamente no eixo Portugal-Europa do Sul, onde a OLI detém filiais em Espanha, Itália e, agora, em França”.

António Ricardo Oliveira reconhece a complexidade do processo: “O investimento direto num novo país, como a criação de uma filial, tende a ser mais demorado e oneroso do que inicialmente previsto até alcançar a rentabilidade desejada. No entanto, quando os resultados começam a consolidar-se, revelam-se mais consistentes”.
O investimento em Investigação & Desenvolvimento mantém-se central na estratégia competitiva. “Diariamente, o Centro de Investigação e Desenvolvimento da empresa, que integra mais de 20 engenheiros e técnicos especializados, desenvolve produtos inovadores ao nível da sustentabilidade, funcionalidade e design, em conjunto com universidades e centros de investigação”, destaca o administrador.
Ambiente e automação
“Nos últimos meses, temos dado passos decisivos em áreas estratégicas para o futuro da empresa”, revela António Ricardo Oliveira. “Avançámos com a certificação ambiental das principais gamas de produto, reduzimos a pegada ecológica das nossas embalagens e exportações e concretizámos a digitalização integral da cadeia de fornecimento.” A empresa está a implementar “um novo armazém automático inteligente, com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência, que irá otimizar a logística e encurtar significativamente os tempos de entrega”, explica António Ricardo Oliveira. Paralelamente, a OLI “reforçou a automação das linhas de produção e a integração de tecnologias da Indústria 4.0, com destaque para sistemas de monitorização energética em tempo real”. No complexo industrial de Aveiro, foi recentemente construído “um novo edifício concebido para ser energeticamente autossuficiente”, inserido numa estratégia mais ampla de economia circular. A empresa avançou também com “a Declaração Ambiental de Produto nos autoclismos interiores OLI120 Plus, apresentando de forma transparente os impactos ambientais do produto ao longo do seu ciclo de vida”.