Os nossos macro-economistas de serviço deviam viver com micro-orçamentos familiares, para perceberem como há decisões que são insuportáveis no dia a dia das pessoas.
Os "swaps", até à proclamação de Vítor Gaspar, eram contratos correntes no mercado, como um dos instrumentos de cobertura de riscos, sobretudo cambiais ou de taxas de juro
A coberto da calada das festas (27/12) e da estarola da promulgação de um orçamento inconstitucional, o Governo desferiu mais uma golpada no poder autárquico.
Os CTT são uma empresa pública com uma história de modernidade, mesmo depois do “spin off” da PT. Gera lucros e emprega milhares de pessoas. A única certeza que temos se a privatização ocorrer é que os despedimentos vão aumentar.
A Caixa Geral de Depósitos é a marca nacional bancária mais valiosa. O valor da confiança de pequenos e grandes aforradores advém-lhe de ser pública e de ser gerida segundo os elevados padrões de ética e prossecução do interesse público.
O Governo teve orelhas moucas e insiste em sobrecarregar quem alquebrado já está. Opta pela pauperização da classe média e condena a uma indigência mais generalizada, beneficiando de novo muito poucos e sem consequências macro que se vislumbrem.
Já se viu que a RTP está a dar lucros e em rota com o equilíbrio financeiro. Já se sabe que, com a taxa de radiodifusão a concessão é uma nova PPP com renda de 20 milhões garantida. É notório que o mercado de publicidade está exaurido. Porquê então?
1. Grassa por aí um alijar de culpas em algumas reformas que, a torto, mais do que a direito, invoca os ditames da troika para justificar todas as maldades.
Salazar congelou as rendas em Lisboa e no Porto. A revolução alastrou essa "benesse social" a todo o território. A democracia é agora culpada de centros urbanos apodrecidos, de cidades invisíveis e de hediondos crimes locatícios
O sistema judicial precisa de perceber que as reformas são consensualizadas em largo espectro, para não cair na tentação do corporativismo partidário rotativista. Uma reforma da justiça, para ser eficaz, tem de ser feita com a autoridade adveniente dos consensos que Governo e oposição saibam gerar.