O nosso Messias
Portugal não precisa de salvadores nem de figuras messiânicas. Precisa de líderes que assumam riscos, que respondam pelos seus atos e que tenham a ousadia de pensar o país para além do próximo ciclo eleitoral.
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Na mensagem de Natal, o primeiro-ministro Luís Montenegro resolveu recorrer à figura de Cristiano Ronaldo para demonstrar a capacidade portuguesa para “elevar a fasquia e fixar novas ambições”. A intenção foi certamente a melhor. Mas talvez tenha sido excessiva a ideia de colocar o nosso ídolo de 40 anos nas palhinhas como figura inspiradora de valores universais, através da qual os portugueses se devem inspirar para finalmente transformar o país. É certo que ele (ou será Ele) não é apenas um atleta excecional. É um símbolo de uma mentalidade rara em Portugal. A da exigência absoluta, da responsabilidade individual e da recusa em aceitar limites. Mas o contraste entre esta forma de estar e a cultura dominante da política portuguesa não podia ser mais evidente.
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