Perguntem aos associados da Mutualista Montepio Geral se, na prática, são donos do banco Montepio e a maioria dirá provavelmente que não. A confusão entre o papel de sócio da Associação Mutualista Montepio Geral e o de cliente do banco Montepio vem de há muito tempo e nem a separação imposta pelo Banco de Portugal em 2017 a terá dissolvido. Muitas pessoas entraram na mutualista por via da sua relação com o banco com o mesmo nome, e aplicaram dinheiro na mutualista aos balcões desse banco. Junte-se a iliteracia financeira alta em Portugal e percebemos que uma parte importante da massa de 600 mil mutualistas não perceberá a natureza do seu papel na instituição, nem o risco sobre os 3,2 mil milhões de euros que tem lá aplicados – nem que o destino da mutualista já não depende de si própria.