Quando o grito chega ao poder local
O poder local sempre foi o espelho mais autêntico do país: menos ideologia, mais rua. Por isso, quando um partido de protesto conquista Municípios, o alerta é duplo. Não se trata apenas de quem ganhou — mas do que perdemos: a confiança no diálogo, a crença de que a política é capaz de resolver e não apenas dividir.
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As eleições autárquicas de domingo deixaram um país político dividido entre a surpresa e o desconforto. O PS recuperou terreno simbólico, sim — reconquistou câmaras que durante anos pareceram intocáveis, mostrou fôlego onde se julgava fadiga. Mas há uma leitura que nenhum gráfico quer mostrar: o mapa autárquico português mudou de cor não apenas por mérito dos tradicionais protagonistas, mas porque um novo ator entrou em cena — e não foi pela porta de trás. O Chega elegeu presidentes de câmara.
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