Fernando Ilharco 15 de Março de 2018 às 20:05

Quando ser terceiro é melhor do que ser segundo 

Em qualquer competição há dois resultados finais que são satisfatórios. O primeiro e a melhor classificação que se poderia ter tido, aquela que cumpre folgadamente as expectativas; que pode ser vencer ou não.

Às vezes é preciso ter sorte, mas se nos esforçámos e se vencemos, ou se ficámos em segundo, terceiro ou até mesmo em décimo ou centésimo lugar, pode ser recompensador.

 

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Perguntemos: o que faz um competidor sentir-se melhor: uma medalha de prata ou uma medalha de bronze? O que é melhor: ser segundo ou terceiro classificado? É surpreendente, mas ser terceiro lugar pode ser a resposta certa. É o que diz um estudo, publicado no "Journal of Personality and Social Psychology", sobre atletas medalhados nos Jogos Olímpicos. Quem ganha o bronze, ficando em terceiro lugar, geralmente sente-se melhor do que quem ficou à sua frente, em segundo lugar, ganhando a medalha de prata. O problema é este: quem ganha a prata, geralmente, sente que perdeu o ouro; e sente-se mal. Quem fica em terceiro lugar pensa que ficou no pódio, que ficou nas medalhas e podia não ter ficado. Quem ganha uma medalha de bronze pensa que podia não ter ganho nada e por isso fica satisfeito.

 

O quarto lugar é o pior. É muitas vezes descrito por atletas olímpicos como a posição mais ingrata para terminar uma prova. Anos de preparação e esforço para se ficar fora das medalhas, por uma fracção de segundo ou por um milímetro.

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Este quadro sugere um comportamento motivador que todos podemos ter: pensar na ausência de algo positivo, mas presente pode ser mais gratificante do que pensar simplesmente na sua presença. Por exemplo, pensar num projecto profissional difícil, que teve sucesso, mas que por uma coisa ou outra podia não ter corrido tão bem; pensar desse modo pode ser motivador. É o efeito do bronze. Podia não ter acontecido, mas aconteceu e estamos nas medalhas.

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