Sem desculpas
Já não estando dependente de BE e PCP, o PS tem as condições e os instrumentos necessários para efetuar as reformas que entender, a ver vamos, se no caminho certo. Agora, acabaram-se as desculpas.
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Nos últimos anos, o país não conheceu reformas estruturais na sua governação. A desculpa foi sendo a ausência de maioria parlamentar que permitisse fazê-lo, até porque o PS esteve neste período alicerçado nos apoios dos imobilistas BE e PCP. Da saúde, à educação, à economia e às empresas, passando pela administração pública, foram sendo tomadas medidas avulsas, sem um desígnio ou um propósito que fosse claro, quase sempre condicionadas pela espuma dos dias e pela pressão mediática. Algumas destas opções foram marcadamente ideológicas, desprovidas de racionalidade ou tomadas à margem daquele que era o interesse público. Recorde-se, a título meramente exemplificativo, os cortes brutais feitos nos contratos de associação, e que redundaram, em muitos casos, numa degradação do acesso à educação para muitos destes alunos e comunidades educativas. O mesmo se verificou em áreas como a saúde, com o fim de parcerias público-privadas, mesmo em casos em que estas eram objetivamente benéficas para os cidadãos e para os cofres públicos, como é Braga um exemplo paradigmático. A verdade é que, para além deste tipo de medidas pontuais, não assistimos a reformas estruturais feitas nos últimos seis anos.
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