La Caixa na encruzilhada
Paulo Teixeira Pinto jogou por antecipação ao admitir mudar as condições da OPA para satisfazer os grandes accionistas do BPI: La Caixa (16,5%), Itaú (16,5%) e Allianz (8%). Juntos chegam para dinamitar a operação.
Teixeira Pinto sabe que La Caixa, que já tentou controlar o BPI, não quer vender: ontem, na sede do banco, torcia-se abertamente o nariz à operação. O Itaú também não está para aí virado, diz-se que por influência de Câmara Pestana junto dos accionistas. A Allianz é uma incógnita. La Caixa está numa encruzilhada. Gosta de mandar, mas sabe que o BCP não a deixaria chegar à gestão, mesmo se vendesse (talvez ao conselho superior, mas aí pode haver conflito de interesses: já lá está o Sabadell, onde La Caixa tem 15% do capital). Por outro lado, se inviabilizar a OPA continuará com uma posição pequena em Portugal. Pode lançar uma OPA sobre o BPI, mas era preciso que o Banco de España deixasse. E para além do custo da OPA, teria de marchetar de balcões o espaço da Catalunha até à Estremadura, para garantir a continuidade geográfica até Portugal. São 500 balcões, a um preço de 300 milhões de euros. Se vender a sua participação, o que daria grande vantagem ao BCP, fica com 6% do capital do novo banco. Venha o diabo e escolha.
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