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Dois terços do desperdício alimentar têm origem nas nossas casas

67% das perdas de comida são responsabilidade das famílias, segundo um novo estudo, que aponta os hábitos de consumo como a principal causa. Mas há soluções para este desafio.

19:29
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alimentos, alimentação, comida, preços, inflação, supermercado João Cortesão
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O desperdício alimentar em Portugal continua a ser um problema sobretudo ao nível doméstico, aponta um estudo divulgado a propósito do Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar, que se assinala na segunda-feira. Os dados apontam que as famílias concentram 67% das perdas, “o que mostra a importância de as apoiar com informação e soluções práticas para transformar hábitos do quotidiano”, sublinha a Too Good to Go.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2023 foram desperdiçadas 1,93 milhões de toneladas de alimentos, um aumento de 0,3% face ao ano anterior. Rastrear a origem do problema é, considera o estudo, meio caminho andado para superar o desafio. 

No estudo, que envolveu 700 participantes, foram identificados três momentos críticos nas casas portuguesas: a compra de alimentos, o armazenamento e a confeção. Nas idas ao supermercado, 41% dos consumidores assumem comprar mais influenciados pelas promoções e 29% por embalagens de grandes dimensões. A falta de planeamento é outro dos inimigos, já que 22% não usam listas, 31% compram por impulso e 60% levam produtos “por precaução”. 

Já no armazenamento, 61% dos inquiridos dizem organizar os alimentos, mas admitem não dominar as melhores formas de conservação. Quando cozinham, 32% têm dificuldade em calcular as porções e cerca de três em cada dez não sabem como aproveitar integralmente os alimentos. 

Contudo, os consumidores mostram-se conscientes do nível de desperdício e 83% dos inquiridos considera mesmo ser “um problema bastante preocupante”, com 90% a dizer-se disponível para apoiar legislação que ajude a combatê-lo. “Existe uma forte consciência social e ambiental, acompanhada por uma vontade real de mudança”, refere a Too Good To Go.

Para a empresa, parte do segredo está em planear as compras e valorizar os alimentos até ao fim do seu ciclo de consumo. “Se famílias, empresas e governos atuarem em conjunto, podemos transformar excedentes em impacto positivo e construir um futuro mais sustentável”, acredita Tiago Figueiredo, diretor interino da empresa em Portugal.

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