O Test Bed Lavoisier, plataforma totalmente dedicada à economia circular, apresentou os primeiros resultados e metas do trabalho realizado na semana passada, em Oliveira do Hospital. Com um investimento global de 5,45 milhões de euros, o consórcio visa desenvolver 120 novos produtos ou serviços até junho de 2026, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O evento decorreu no Campus de Tecnologia e Inovação da BLC3 e reuniu mais de 60 participantes, representantes de 25 empresas e várias entidades públicas e privadas. O Test Bed Lavoisier integra a Rede Nacional de Test Beds e é liderado pela empresa Interecycling, com o apoio científico e tecnológico da BLC3, CECOLAB, ASWP e LNEG.
A iniciativa pretende afirmar-se como um polo de excelência europeia no domínio da inovação circular. Para Ricardo Vidal, administrador da Interecycling, o encontro teve “um balanço altamente positivo, não só pela interação e partilha de experiências, mas também pelo constatar do bom ritmo de execução face aos objetivos programados”.
O consórcio agrega grandes empresas, PME e startups, representando em conjunto mais de 11 mil postos de trabalho e um volume de faturação de 443 milhões de euros. A diversidade de players pretende garantir uma abordagem ampla à cadeia de valor da economia circular, integrando soluções que vão da reutilização de materiais à criação de novos serviços com base em princípios de sustentabilidade.
Segundo Ricardo Vidal, “a rede Test Beds irá ter uma segunda dimensão após esta execução, pois a plataforma terá como premissa a continuidade de geração de I&D e inovação, mas ao nível da UE, numa plataforma já também constituída”. No contexto nacional, reforça, “pode ser a forma mais rápida de acelerarmos ainda mais o nosso crescimento económico e da própria competitividade”.
João Nunes, presidente e CEO da BLC3, sublinhou que o evento representa “mais um marco importante para o ecossistema de conhecimento e inovação em Oliveira do Hospital”, e acrescentou que este tipo de iniciativas “permite demonstrar que o interior tem capacidade e competências para receber grandes e importantes eventos”.
João Nunes defendeu ainda que “os ecossistemas de inovação e conhecimento, focados e especializados, são uma das mais importantes necessidades para a coesão territorial, em particular este, na vertente da Bioeconomia e Economia Circular, onde, infelizmente, a guerra veio demonstrar a falta de autonomia e de recursos da Europa, cada vez mais dependente de outras regiões geopolíticas”.
O Test Bed Lavoisier aposta na continuidade do investimento em inovação após o ciclo de financiamento do PRR e pretende afirmar-se como uma referência nacional e europeia em economia circular. Até 2026, os resultados esperados deverão contribuir para acelerar a transição para modelos económicos mais sustentáveis, promover a autonomia estratégica da Europa em matérias-primas e reforçar a competitividade da economia portuguesa.