"Em Portugal, no conjunto de instrumentos que dispomos no quadro financeiro comunitário plurianual, do Plano de Recuperação e Resiliência, vamos dispor de verbas significativas para enfrentar com determinação os desafios das alterações climáticas e da transição digital", referiu Pedro Siza Vieira, ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital.
O ministro sublinhou que se houver alinhamento de objetivos e estratégias partilhadas entre agentes públicos e privados, assegurados os recursos financeiros para apoiar todo este processo de mudança, "o desafio da economia circular não será um constrangimento, mas uma grande oportunidade portuguesa".
Pedro Siza Vieira começou por elencar os desafios que as economias portuguesa e europeia enfrentam com a mudança para um paradigma de uma economia menos intensa na emissão de gases com efeito de estufa e na capacidade de redução dos materiais e "matérias que extraímos e utilizamos. O paradigma da economia circular insere-se nestas novas tendências, mas com esforço muito significativo para o modo como produzimos, consumimos, reutilizamos o produto da nossa atividade humana", disse Pedro Siza Vieira.
"Nos próximos anos as exigências sobre todos estes protagonistas vão aumentar, vamos ter de reduzir e eliminar a utilização de plásticos de uso único num conjunto de atividades, vamos ter de ser capazes de reaproveitar um conjunto muito significativo que faz parte da nossa vida quotidiana, de reciclar cada vez mais e com metas ainda mais exigentes um conjunto de resíduos da atividade humana."
A importância dos recursos financeiros da UE
"Estas exigências vão-se traduzir em custos de produção, na criação de novos equipamentos que sejam capazes de aproveitar melhor estes resíduos, que serão investimentos muito significativos para os países, as cidades, as empresas", acentuou Pedro Siza Vieira. Na sua opinião, estes recursos financeiros que a União Europeia oferece com o seu plano de recuperação podem ser a chave de Portugal para a transição para uma economia circular e a transformação digital, que tem custos significativos.
Para Pedro Siza Vieira, este esforço tem de ser coordenado, as metas conhecidas, os roteiros para a mudança preparados, porque "as empresas e os agentes económicos têm de fazer um esforço muito significativo de avaliação do que vai ser exigido nos processos produtivos para que, em termos competitivos, assegurando a capacidade de produção de bens físicos no nosso país, no nosso continente sejam capazes de se adaptar a este novo paradigma".
O governante sublinhou ainda que "só conhecendo bem os objetivos e as metas, só percebendo bem quais são as adaptações a fazer para jogarmos nesse novo paradigma, só fazendo imediatamente as contas aos investimentos para essas mudanças em todas as cadeias de valor é que seremos capazes de estar adaptados a esse novo cenário".
O ministro do Estado, da Economia e da Transição Digital avisa que " quem não se mexer fica excluído dos mercados, quem for capaz de antecipar essas necessidades estará preparado para continuar a produzir e ser ainda mais competitivo e preparado para ir ao encontro da sustentabilidade de processos e produtos".
Os que forem capazes de criar as novas tecnologias de produção e lançar no mercado os equipamentos necessários serão os principais agentes e beneficiários do processo de mudança, enfatizou Pedro Siza Vieira.