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Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Tecnologia alavanca todas as dimensões da sustentabilidade

A transformação digital está também a mudar a forma como as empresas trabalham todas as dimensões da sua sustentabilidade. Responsáveis da Altice e da SAP falaram do caminho que estão a fazer e da forma como a tecnologia está a impactar as empresas e a sociedade.

27 de Maio de 2025 às 11:32
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Legenda: José Tavares, Chief Operating Officer da SAP Portugal, Luísa Ribeiro Lopes, presidente do .pt e José Maurício Costa, diretor de Sustentabilidade da MEO, antes da gravação do podcast 'Sustentabilidade em Ação'.

Tecnologia alavanca todas as dimensões da sustentabilidade
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    A transformação digital, como fenómeno transversal com impactos a todos os níveis, está a moldar a forma como a sociedade e as empresas percorrem o caminho da sustentabilidade. O que levou este episódio do podcast "Sustentabilidade em Ação", integrado na iniciativa Negócios Sustentabilidade 20|30, a passar por temas tão diversos como desenvolvimento económico, inclusão, igualdade e evolução social. A conversa com José Maurício Costa, diretor de Sustentabilidade da MEO, e José Tavares, Chief Operating Officer da SAP Portugal, foi conduzida por Luísa Ribeiro Lopes, presidente do .pt e jurada do Prémio Nacional de Sustentabilidade na categoria Transformação Digital em Sustentabilidade.

    No atual cenário de um mundo em profunda transformação, que grandes desafios e oportunidades são colocados pela transformação digital? Para José Maurício Costa, a transformação digital deve ser encarada, em primeiro lugar, como um fator catalisador do desenvolvimento económico do país. Este papel ativador da tecnologia pode ser especialmente relevante nas regiões do interior, onde a nova infraestrutura tecnológica, como o 5G e a fibra ótica, pode criar novas oportunidades económicas e sociais. Já José Tavares sublinhou o papel da SAP como motor da transformação digital nas mais de três décadas de presença em Portugal, atuando como um parceiro de confiança na implementação de grandes programas de transformação digital.

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    Casas de ferreiro sem espetos de pau

    Este responsável afirmou ainda que a SAP aplica internamente as suas próprias soluções de transformação digital, envolvendo os mais de 100 mil colaboradores num processo contínuo de inovação. "Na SAP não se aplica o ditado ‘em casa de ferreiro, espeto de pau’", afirmou. Também a MEO aposta na transformação digital como alavanca para a sua própria sustentabilidade, através do programa AGIT. A iniciativa, explica José Maurício Costa, visa reduzir o consumo de energia e recursos, promover processos mais circulares e incentivar o uso de soluções totalmente digitais, diminuindo a pegada ambiental da empresa.

    Qualificação e requalificação

    Outro tema desta conversa foi o impacto desta transformação na inclusão social. Como destacou Luísa Ribeiro Lopes, 40% dos adultos portugueses têm ainda competências digitais básicas ou inferiores, o que exige um esforço acrescido por parte das empresas para garantir que ninguém fica para trás. Para responder a esta realidade, a Altice desenvolve programas formativos através da sua fundação, ensinando os mais velhos a utilizar ferramentas digitais básicas. "É também uma forma de a MEO e a Altice exercerem a sua responsabilidade social", afirmou José Maurício Costa.

    Na mesma linha, José Tavares salientou o papel da SAP na capacitação digital da população. Desde 2021, a empresa implementa o programa Promove, em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional, a Sonae e a Nestlé, com foco na requalificação de pessoas desempregadas. "É nossa obrigação apoiar a população na aquisição de competências digitais", afirmou, acrescentando que o programa já formou dezenas de turmas com uma taxa de empregabilidade superior a 90%.

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    Inteligência artificial e emprego

    A inteligência artificial (IA) foi outro dos temas da conversa, na perspetiva de ser não só um instrumento de transformação organizacional e dos serviços, mas também um desafio ético e estratégico. Luísa Ribeiro Lopes destacou que, embora a IA já esteja presente no quotidiano das pessoas, apenas 7,3% das PME em Portugal a utilizam, revelando um longo caminho a percorrer nas empresas. Na SAP, explica José Tavares, a empresa integra a IA nos processos de negócio com base em três princípios fundamentais: ser relevante, ser ética e ser escalável. Neste contexto, para este responsável, tudo o que pode ser automatizado será, sublinhando a necessidade de, com a chegada da IA, realocar pessoas para funções mais estratégicas através do investimento massivo na requalificação.

    Na MEO, afirma José Maurício Costa, a IA é usada com foco na eficiência e na satisfação do cliente. Para o diretor, a IA vai, sobretudo, tirar o emprego de quem não souber utilizá-la. Neste sentido, a empresa tem fornecido ferramentas de IA para que os colaboradores possam otimizar o seu trabalho, respeitando princípios éticos e de segurança da informação. Ainda assim, alertou para os desafios desta tecnologia. A IA é cara, a escalabilidade não é simples e há projetos que ficam aquém do esperado. Na verdade, ambos os diretores reconhecem que a IA traz ganhos de produtividade e eficácia, mas também implica riscos e custos que devem ser cuidadosamente geridos.

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    Tecnologia pela igualdade

    A igualdade de género no setor tecnológico foi o último tema abordado, com base em dados que mostram que apenas 21,7% das pessoas nas TIC em Portugal são mulheres. Maurício Costa destacou o compromisso da empresa de atingir 40% de mulheres em cargos de chefia até 2030. Atualmente, esse valor já ronda os 32%. Na SAP, os resultados das políticas de igualdade também são visíveis. "34% da nossa equipa são mulheres e 30,2% das posições de gestão são ocupadas por mulheres", afirmou José Tavares. O próximo objetivo é alcançar 27% de mulheres em cargos executivos até 2027. No entanto, ambos os líderes reconheceram que o caminho passa não só por políticas internas, mas também por atuar sobre a oferta, ou seja, aumentar o número de mulheres diplomadas em áreas tecnológicas.

    A conversa entre José Maurício Costa e José Tavares, conduzida por Luísa Ribeiro Lopes, mostrou que a transformação digital está intrinsecamente ligada ao futuro da sustentabilidade, e não apenas pela sua capacidade de melhorar processos e reduzir impactos ambientais. A forma como empresas como a MEO e a SAP assumem a responsabilidade de capacitar as pessoas, requalificar o talento, integrar inteligência artificial de forma ética e promover a igualdade de género mostra que existe um caminho exigente mas promissor para o setor tecnológico, que exige um compromisso contínuo entre inovação e responsabilidade.

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