pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

União das Poupanças e dos Investimentos? “Tenho as minhas dúvidas”, diz CEO do BCP

“Desde 2015, houve 55 diplomas sobre esta matéria. O que aconteceu nada? Nada. É preciso tocar nas teclas fundamentais”, apelou Miguel Maya. Já o CEO do Montepio acredita que este é o espaço de novas vias de financiamento para as empresas.

08 de Maio de 2025 às 19:59
Pedro Ferreira
  • ...

Está em marcha o projeto da Comissão Europeia, liderado pela portuguesa Maria Luísa Albuquerque, para uma União das Poupanças e dos Investimentos, com objetivos solidificados e concretos para os próximos três anos no que toca a fluxos de investimentos e poupanças. Mas é este o espaço para encontrar novas vias de financiamento para as empresas? As opiniões da banca dividem-se.

O CEO do BCP levanta dúvidas quanto à implementação deste projeto. "É preciso reflexão. Desde 2015 houve 55 diplomas sobre esta matéria, e o que é que aconteceu? Nada", lamenta Miguel Maya, que diz que é preciso "tocar apenas nas teclas fundamentais e permitir o acelerar". Ainda assim, ressalva que uma união financeira faz falta e é importante, mas tem dúvidas de que este seja a solução forte para o financiamento das empresas.

Na Grande Conferência Sustentabilidade do Negócios, que decorreu terça e quarta-feira na Nova SBE, em Carcavelos, o CEO do Banco Montepio, Pedro Leitão, disse acreditar que esta é a solução. "A atividade bancária convive muito bem com outros mecanismos que dentro do ecossistema de inovação podem trazer 'business angles'", referiu. O projeto europeu pode criar um mercado de capitais mais dinâmico do que o atual, mas sobretudo ao nível das parcerias. E exemplo disso são os Estados Unidos.

Já a administradora executiva da Fundação Calouste Gulbenkian, Cristina Casalinho, garante que é preciso uma "harmonização fiscal, sobretudo das leis comerciais", caso contrário o sucesso deste projeto será mais difícil de alcançar. "Enquanto não houver uma lei comercial comum na Europa, tribunais comuns, ou que aplicam a lei de uma forma uniforme, vai ser muito difícil", já que o financiamento dos governos e empresas dos 27 Estados-membros é feito com base nas regras de cada país.

Cristina Casalinho apontou ainda para a disponibilidade de fundos europeus para financiar inovação e sustentabilidade. "Há uma grande disponibilidade", assegura, exemplificando com projetos como o Horizon Europe, European Investment Council Accelarator. O próximo passo, reitera Pedro Leitão, é trazer conhecimento, mentoria e fazer com que as empresas entendam que têm financiamento para fazer o caminho para a sustentabilidade.

Mais notícias
Para quem gosta de Bolsa, é o espaço privilegiado de debate em Portugal! Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos Aceder ao Fórum
Publicidade
pub
pub
pub