pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Eurodeputado apresenta novas propostas que cortam regras de sustentabilidade corporativa

Jörgen Warborn propõe que só as grandes empresas cumpram as regras ESG, reduzindo ainda mais as organizações abrangidas pelo reporte.

12 de Junho de 2025 às 18:29
Gonzalo Fuentes/Reuters
  • ...

O Parlamento Europeu poderá em breve reduzir drasticamente o número de empresas obrigadas a cumprir as normas ambientais e sociais da União Europeia (UE). A proposta partiu de Jörgen Warborn, eurodeputado sueco do Partido Popular Europeu (PPE), que esta semana apresentou um conjunto de alterações ao pacote Omnibus - uma iniciativa da Comissão Europeia lançada em fevereiro com o objetivo de simplificar e aliviar as exigências regulatórias das empresas europeias.

A versão original do pacote já propunha isentar empresas com menos de 1.000 trabalhadores, afastando cerca de 80% das 50 mil empresas atualmente abrangidas por diretivas como a Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD) e a Corporate Sustainability Due Diligence Directive (CSDDD). Agora, Jörgen Warborn quer ir ainda mais longe e garantir que só empresas com mais de 3.000 empregados e 450 milhões de euros de faturação anual fiquem obrigadas a cumprir as regras de sustentabilidade.

“A Europa está a perder terreno face aos EUA e à China na corrida global pela competitividade. Entro neste processo com uma ambição clara: cortar custos às empresas e ir além da Comissão na simplificação”, declarou Jörgen Warborn em comunicado oficial.

A proposta do eurodeputado — que servirá de base à posição do PPE nas negociações com os restantes grupos parlamentares e com o Conselho Europeu — introduz alterações profundas. Além do aumento do limiar de empresas cobertas pelas diretivas ESG, o documento elimina a obrigatoriedade de elaboração de planos de transição climática. 

Menos exigência, menos escrutínio?

Para as empresas mais pequenas na cadeia de valor, a proposta do eurodeputado suaviza ainda mais as obrigações de reporte. As empresas-mãe deixariam de ser obrigadas a recolher informações junto de parceiros comerciais de menor dimensão, sendo apenas obrigadas a explicar os esforços feitos para obter esses dados e apresentar planos para o fazer no futuro.

Para Warborn, as alterações não significam necessariamente um abandono dos objetivos climáticos da UE, mas sim uma redistribuição de recursos. “Não estamos a enfraquecer os padrões de sustentabilidade europeus. Estamos a libertar recursos que as empresas podem investir em inovação”, defende o eurodeputado.

O futuro destas alterações está agora nas mãos das negociações entre as diferentes instituições europeias - os debates já começaram, mas as divisões apontam para um caminho difícil até à aprovação do pacote final.

Mais notícias