Portugal passa a integrar a rede internacional dos Chief Sustainability Officer (CSO) Awards, uma iniciativa que distingue líderes empresariais com papel determinante na jornada de sustentabilidade das empresas. A versão portuguesa dos prémios foi lançada numa parceria entre o Jornal de Negócios e o Futur IO Institute, com o apoio do BCSD Portugal e do GRACE - Empresas Responsáveis.
“Quisemos criar uma nova iniciativa e trazer este prémio para Portugal, porque sabemos que as empresas que integram a sustentabilidade no seu balanço são essenciais para o crescimento económico e para o país”, afirmou Diana Ramos, diretora do Negócios, durante a sessão de lançamento.
O projeto nasce do trabalho do Futur IO, fundado em 2017, e responsável pela organização dos CSO Awards na Europa e nos Estados Unidos. “Construímos uma comunidade de Chief Sustainability Officers em toda a Europa e queremos agora adaptá-la à realidade portuguesa, para mostrar liderança e ambição além das políticas”, explicou Harald Neidhardt, CEO e curador do instituto.
Ao longo dos últimos anos, os CSO Awards distinguiram marcas globais como a Unilever, IKEA, Starbucks, GSK e STMicroelectronics - na última edição, em janeiro, Isabel Barros, administradora executiva da MC, foi a única portuguesa entre os 100 CSO mais influentes da Europa. Os eventos passaram por Davos, Nova Iorque e outras capitais europeias, com júris compostos por representantes de instituições como o Club of Rome, o Imperial College ou a ONU.
Em Portugal, o objetivo é reconhecer quem lidera o caminho da sustentabilidade dentro das organizações, independentemente do cargo formal. “Vamos procurar identificar o verdadeiro líder da sustentabilidade, seja diretor, vice-presidente ou responsável de área. O importante é encontrar quem conduz a mudança a partir de dentro”, sublinhou Neidhardt.
Os prémios nacionais terão três distinções principais - ouro, prata e bronze - e uma categoria adicional dedicada aos “Future CSOs”, destinada a profissionais emergentes ou jovens líderes em crescimento. O processo de seleção inclui a análise de relatórios de sustentabilidade, metas de neutralidade carbónica e impacto social, e combina dados públicos e informação fornecida pelas próprias empresas.
A iniciativa que chega agora a Portugal pelas mãos do Negócios, numa associação ao projeto Sustentabilidade 2030 e ao Prémio Nacional de Sustentabilidade, conta ainda com parceiros institucionais. Cláudia Carocha, diretora de projetos e inovação do BCSD Portugal, destacou a importância de dar visibilidade a uma função ainda recente no tecido empresarial nacional. “Em Portugal, a figura do CSO é ainda nova. Existem alguns nas grandes empresas, mas muitos atuam com outros títulos, como diretores de sustentabilidade ou de qualidade. Queremos ajudá-los a ganhar influência e a transformar a cultura das organizações”, afiançou.
Também a associação GRACE, que há 25 anos se dedica à responsabilidade social corporativa, reforçou o apoio ao projeto. “Este prémio chega no momento certo. As empresas precisam de líderes humanistas e responsáveis, capazes de criar valor partilhado e inspirar a mudança”, afirmou Maria João Almeida, em representação da organização. Para a responsável, o papel do CSO “é hoje o de construtor do futuro e de alguém que mede o que realmente importa e influencia toda a cultura organizacional”.
Os CSO Awards Portugal têm a primeira edição em 2026, com o objetivo de colocar o país no mapa da liderança sustentável e reforçar a importância estratégica dos responsáveis pela transição verde nas empresas. As inscrições estão abertas e podem ser feitas no site oficial da iniciativa.