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A WebSummit traz todos os anos milhares de participantes a Lisboa, para absorverem o que de mais inovador existe na área da tecnologia, com dezenas de palestras a ocorrerem por esses dias. Mais de 71 mil pessoas de 160 países estiverem presentes na última edição, em novembro passado. Destas, 42%s foram mulheres, mas no que toca a serem oradoras esta taxa desceu para 34%, segundo dados da organização. É certo que o género feminino está em minoria nas áreas tecnológicas, mas o inverso acontece na área da saúde e também aqui os dados apontam para um terço do discurso público ocupado por mulheres em conferências da área. No estudo "Equidade de género em conferências cirúrgica", por exemplo, levado a cabo em 2021 por um conjunto de investigadores nos EUA, a percentagem média de palestrantes do sexo feminino nestas temáticas cifrava-se nos 28%. Tal situação é "fruto de desigualdades de género ainda existentes nos níveis superiores da carreira académica, mas também pela ausência de mulheres em cargos de liderança pública e privada", explica ao Negócios Maria Manuel Leitão Marques, deputada ao Parlamento Europeu. Nesta medida, "hoje em dia, não estamos apenas a combater um viés consciente, mas também um viés inconsciente que resulta de convidar quem vemos ao lado e não quem está ausente", acrescenta.