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Tédio ameaça retenção de talento nas empresas

Quatro em cada dez profissionais admitem que mudariam de função se sentissem falta de motivação ou estímulo, aponta novo estudo.

22 de Agosto de 2025 às 17:02
Unsplash
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Um em cada quatro trabalhadores já se sentiu entediado no trabalho, revela um estudo da Adecco, que diz ainda que 40% dos profissionais admitem que abandonariam o seu emprego caso a desmotivação e a falta de estímulo se tornassem rotina. Este fenómeno, cada vez mais presente no mercado laboral, está a transformar-se num desafio para as empresas, que se veem obrigadas a encontrar novas formas de manter as equipas motivadas, interessadas e com vontade de evoluir.

A análise sublinha que o tédio é um dos fatores mais subvalorizados na gestão de pessoas, mas pode ser determinante na decisão de sair, sobretudo entre as gerações mais jovens, que são cada vez mais exigentes em relação ao propósito e ao equilíbrio emocional no local de trabalho. “Este é um fenómeno silencioso, que não causa ruído, mas contamina a motivação por dentro. O tédio é um fator real de desgaste, e as empresas devem agir preventivamente para evitar que leve à perda de talento qualificado”, afirma Alexandra Andrade, Country Manager da Adecco Portugal.

Segundo a empresa de recursos humanos, os sinais de alerta surgem em tarefas repetitivas, ausência de desafios, sensação de estagnação ou falta de alinhamento entre o perfil do colaborador e as funções que desempenha. Não é a rotina que se revela problemática, mas antes a falta de significado ou de progressão percebida. 

Para enfrentar o problema, a Adecco sugere a adoção de estratégias que podem ser aplicadas tanto pelas empresas como pelos colaboradores. Alterar o ambiente de trabalho é uma das soluções propostas, já que a rotina em excesso tende a gerar desgaste. Uma das formas de combater esta realidade passa, por exemplo, por trabalhar uma vez por semana num novo local, o que pode renovar a motivação. 

Investir em aprendizagem contínua é outra das recomendações, seja através de formações curtas ou da partilha de competências entre colegas, assim como assumir novas responsabilidades pode ser um caminho eficaz. 

A importância de promover pausas e momentos de descontração é igualmente destacada, já que atividades simples como música, iniciativas de bem-estar ou jogos de equipa têm impacto direto no humor e no foco. O cuidado com a saúde mental surge ainda como uma dimensão crítica, uma vez que o tédio pode refletir stress, ansiedade ou insatisfação mais profunda. Práticas como meditação, exercício físico ou contacto social podem ajudar a recuperar o equilíbrio, aponta-se. 

Por fim, mas não menos importante, falar abertamente com as lideranças é apontado como essencial para desbloquear novas oportunidades ou ajustes internos, transformando um problema em potencial de evolução. O aviso deixado pelo estudo é claro: ignorar sinais de alerta pode significar perder talento valioso de forma silenciosa e, muitas vezes, irreversível. 

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