Regulador alemão proíbe aposta na queda da fintech Wirecard e ações disparam 14%
O regulador financeiro alemão, BaFin, avançou com uma medida sem precedentes: baniu temporariamente a aposta na queda dos títulos de uma empresa, no caso, a fintech Wirecard. Os títulos já chegaram a somar 14%.
PUB
A partir desta segunda-feira, 18 de fevereiro, até ao próximo dia 18 de abril – ou seja, cerca de dois meses, os investidores estão proibidos de assumir posições curtas sobre a Wirecard ou de estender as já adquiridas. A entidade reguladora justifica esta ação com o risco de a atual volatilidade destes títulos afetar a negociação a um nível mais lato.
Esta é a primeira vez que o BaFin avnça com uma medida desta índole incidindo numa cotada em específico. É preciso recuar aos tempos do auge da última crise financeira para encontrar uma ação semelhante da parte do regulador. Na altura, o BaFin proibiu posições curtas sobre 11 firmas financeiras.
PUB
Os investidores reagiram com entusiasmo, e os títulos seguem a subir 12,05% para os 112,05 euros, mas já chegaram a somar 14% para os 114 euros. Ainda assim, a fintech nota uma queda acentuada desde o último pico, que data de 4 de setembro de 2018. Desde então até esta sessão, a perda acumulada é de 42,80%.
Esta fintech tem estado sob os holofotes na sequência de vários artigos do Financial Times que apontam para uma fraude na unidade de Singapura da Wirecard. Embora a empresa negue as acusações, os investidores continuam a apostar na queda. Paralelamente, o BaFin está a investigar se as ações da cotada foram alvo de manipulação.
PUB
"Consideramos bem-vindas todas as medidas adotadas pelas autoridades de forma a clarificar estes assuntos rapidamente", reagiu fonte oficial da Wirecard.
Esta fintech tem-se afirmado no mundo financeiro, tendo duplicado os lucros nos dois anos que terminam em 2018, após a aquisição de 18 outras empresas nos últimos anos. No passado mês de setembro, a Wirecard substituiu o Commerzbank AG no grupo das trinta cotadas do principal índice alemão, o DAX. Negoceia desta forma a par de gigantes como a Volkswagen, Siemens e o Deutsche Bank.
PUB
Saber mais sobre...
Saber mais DAX BaFin Wirecard Financial Times Singapura da Wirecard Commerzbank AG Volkswagen Siemens Deutsche Bank economia negócios e finanças economia (geral) macroeconomia políticaMais lidas
O Negócios recomenda