A dinamarquesa Bang & Olufsen, que se dedica ao fabrico de televisões de luxo e de colunas de som, emitiu mais um "profit warning", o quarto este ano, o que está a levantar questões quanto à viabilidade futura da empresa.

A B&O disse que, no mês de novembro, as vendas foram "consideravelmente mais baixas do que o esperado", numa altura em que os clientes não estão a aderir ao design premium que é a aposta desta marca. As receitas no conjunto do ano devem ficar 18% abaixo do previsto, sendo que o lucro operacional também deve ficar aquém do esperado. A verdadeira dimensão das quebras será conhecida no dia 14 de janeiro, quando forem publicados os resultados do segundo trimestre fiscal.

Depois de mais um anúncio de corte de perspetivas, as ações da cotada já sofreram uma quebra de cerca de 25% no seu valor, sendo que, desde o início do ano, a empresa já perdeu 70% da capitalização bolsista. Vale agora 190 milhões de dólares.

"Tem de ser claro que o futuro da B&O não existe como empresa independente", disse um analista da Nordnet, Per Hansen, em declarações à Bloomberg. "Todos os alarmes estão a disparar e quem poderá ter a confiança de que não haverá um quinto ou mesmo um sexto profit warning?".

A B&O nomeou um novo CEO, Kristian Tear, no passado mês de outubro, depois de os sucessivos cortes de perspetivas terem gasto a imagem do predecessor. Tear assumiu na altura que tem de existir uma mudança "profunda" na estratégia, sobretudo ao nível das vendas e do marketing. O plano para os próximos três anos deverá ser apresentado em abril.

Os analistas acreditam que esta situação põe também pressão sobre o presidente da empresa, Ole Andersen. Este fazia parte do conselho de administração do Danske Bank, lugar do qual abdicou na sequência do escândalo de lavagem de dinheiro que assolou o banco.