Os que não podem ficar em casa
"Fique em casa" tem sido a expressão que mais ouvi e li durante as últimas semanas. E que, também eu, repeti vezes sem conta.
No entanto, quando tinha mesmo de ir à rua, comecei a olhar com outros olhos para os que continuavam a trabalhar.
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Um sem-número de pessoas que não podiam "ficar em casa", que continuavam a fazer o seu trabalho. O trabalho de sempre. Um trabalho até aqui muitas vezes invisível e subestimado.
Apercebi-me de que, além da comida, dos medicamentos ou da segurança, há tantas coisas essenciais que dávamos como adquiridas no nosso dia a dia e que agora ganham outra visibilidade.
Desde os meus vizinhos, que mantêm vivo o comércio no bairro de Benfica, passando pelo enfermeiro Cláudio - que ajudou no processo de repatriamento de milhares de pessoas do navio cruzeiro MSC Fantasia que atracou na semana passada em Lisboa - e pela Filipa, tripulante da TAP que voou para o Rio de Janeiro com parte dessas pessoas que regressavam ao seu país natal, até ao José, taxista na praça do aeroporto e que mostra o desejo e a vontade de continuar a trabalhar, mas lamenta a falta de clientes.
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E estes são só alguns exemplos que nos lembram de que estamos todos ligados. E que nos recordam, em cada uma das suas expressões, que a missão de cada um é essencial para o desfecho desta luta que todos travamos.
Nenhum de nós sabe quando esta luta vai terminar. Mas o que importa isso agora? Importa que estes rostos, rostos que ficam, representam os milhares de pessoas que estão na linha da frente, a lutar e de braço dado com os que têm de ficar em casa, para cuidar do nosso presente. O presente que quero aqui retratar e que vai garantir que "vai ficar tudo bem".
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